Decatos Tetraectos #010: DAS VIAGENS À NECRÓPOLIS
Rimada ABBA CDDCCD
Decatos tetraectos (quartetos e sextetos intercalados)
Não existe nada mais triste
Do que ir ao cemitério,
E que me deixa mui sério,
Pior coisa não existe.
A dor que sente o parente
Daquele que desviveu
depois que muito sofreu,
É por demais comovente
A dor que o amigo sente
E que em mim muito doeu.
Bom ter solidariedade,
Ao prestar as condolências,
Robustece as convivências
E fortalece a amizade.
Pois é mesmo nessas horas,
Podes crer no que te digo,
Que ser desfaz um inimigo,
Chega perto, sem dar foras,
Te consola se tu choras
E reconheces um amigo.
Eis que o meu pranto é bem raso,
Numa dessas ocasiões
E em muitas situações,
Chorar muito é o meu caso.
“Aceite meus sentimentos!”
Alguém fala, sem assunto.
“Meus pêsames, estou cá, junto”,
Por meu choro sem lamentos.
Choro, em pensamentos,
Que os parentes do defunto.
Bom é que nos reunamos,
Em todo em qualquer momento,
Melhor em contentamento,
Que só na dor nos unamos.
Enquanto houver vida e saúde,
E em alta nosso bem-estar,
E com os amigos contar,
E que o ânimo não transmude,
E a vida em morte se mude,
Solidário devo estar;
Em ao cemitério indo,
À necrópoles, então,
A um ato de inumação,
Num ponto, nós resistimos:
Em meio ao constrangimento,
Ali não existe alegria,
Sem motivo pra euforia,
Só muita dor e lamento,
Mas, sobretudo um alento.
Se obtém sabedoria.
Pois, numa festa há ilusão
De que tudo acaba bem,
É um contradito, também,
Apressada conclusão.
Mas é lá, meio ao enterro,
Que vemos quem somos, sim,
E aprendemos assim.
Que o dia do nosso desterro,
Deciframos nosso erro,
Que ali está, de tudo, o fim.
B usquemos ao Senhor enquanto podemos achá-LO;
O viver é passageiro, nossa missão é servir;
S omos chamados pra em verdade adorá-LO;
C o-regentes do Seu Reino somos;
O Seu Santo Nome honrar através do nosso agir.