Cordel #074: SAI POESIA PELOS DEDOS ATÉ QUANDO AS MÃOS EU LAVO

Tudo pra mim vira canto,

Poema, crônica, ou conto,

Escrevo sem perder um ponto,

Exploro da vida o encanto

Em todo e qualquer recanto.

Seja noite ou seja dia,

A inspiração me irradia.

E, se algo previsto eu deslavo,

Na mente, a mina, eu escavo

Afugento quaisquer medos

Sai poesia pelos dedos

Até quando as mãos eu lavo

Quando eu vou pra meu pomar,

Faço tudo manualmente

No córrego, água corrente

Que é para as planta' irrigar.

Meus cuidados vou tomar.

A terra removo e cavo;

Não é nenhum desagravo.

A denudar meus segredos,

Sai poesia pelos dedos

Até quando as mãos eu lavo.

O mistério se descerra

Com as mãos vou capinando,

E os regos vou limpando,

Quando encontro uma pedra e emperra,

Cavaco com os dedo' a terra.

Me acalmo, não fico bravo;

Emaranhados desbravo;

Removo todos lajedos.

Sai poesia pelos dedos

Até quando as mãos eu lavo.

Voltando para meu lar,

Recheio de carrapichos,

Quiçá sejam meus caprichos,

Não vou me desmiolar

Vou ao banho me conciliar.

Depois, então nem me travo.

Meus pensamentos destravo.

Mãos à obra! Mais enredos.

Sai poesia pelos dedos

Até quando as mãos eu lavo.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 20/10/2011
Código do texto: T3287543
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