Cordel #063: COM TINTA SANGUE DO PEITO ESCREVO COM O CORAÇÃO
Tudo o que tento escrever
É como sofrer um parto;
Suo e gemo em meu quarto,
Mas não posso antever
O que vem, pago pra ver
Sai um pedaço de mim.
Porque meu poema é assim:
Posso gastar um tempão.
Mas eu não me importo, não
Vou escrevendo do meu jeito
Com tinta sangue do peito,
Escrevo com o coração.
Às vezes não tenho o tema.
Me brota o primeiro verso;
O esquadrinho ao reverso;
Pra resolver meu dilema
E solver qualquer problema.
Se penso numa oração
Nasce então uma canção
E me entrego nesse pleito.
Com tinta sangue do peito,
Escrevo com o coração.
E quando bate-me a saudade,
Lá na mente latejando,
Uma lágrima rolando,
Mas é de felicidade.
De minha mais tenra idade,
Alegria em efusão.
Desata grande emoção,
Curto deitado em meu leito.
Com tinta sangue do peito,
Escrevo com o coração.
E se for mote proposto,
Mais fácil ainda se torna.
A ideia em mim retorna,
Afasto qualquer desgosto
E passo a escrever a gosto.
Com as letras bato um bolão;
Penso cá, com meu botão;
Vou tecendo com efeito.
Com tinta sangue do peito,
Escrevo com o coração.
E sem tema, é normal;
É como locomotiva.
“Tic e Tac” na ativa,
Meus neurônios sem igual,
Me inspiram até o final.
E assim, nesse rojão,
Do bojo da redação,
Tiro o título. 'tá feito.
Com tinta sangue do peito,
Escrevo com o coração.
A todos os que interagem aqui, grato por suas presenças que muito abrilhantam este cordel.
15/10/2011 17:53 - Nasser Queiroga
Eu como já conheço
os sintomas em arrepio
pego um papel e rabisco
pra nao deixr um vazio
vou aos versos dando vida
dos sentimentos gerados
as vezes ate me descuido
quando vejo é cancão
com tinta sangue do peito
escrevo com o coração!
Falo de um amor sonhado
que as vezes nunca existiu
de um peito amargurado
que em tristeza explodiu
ou de um poeta amado
por alguem que nunca o viu
creio sempre um estilo
sou gentil,leve, abusado
com tinta sangue do peito
escrevo com o coração!
Paro por aqui Bosco amigo!
Grande abraco, Nasser
15/10/2011 21:40 - Miguel Jacó
Sou oriunda da caatinga,
Nascido lá no sertão,
Um cavador de cacimbas,
Namorador e talvez vilão,
Escutei muitas historias,
Do cangaceiro Lampião,
Mas primo pelo direito,
Isto não só um chavão,
Com tinta sangue do peito,
Escrevo com o coração.
Boa noite Mestre Bosco, seus versos ficaram perfeitos narrando este instigante enredo, parabéns a você, e minhas reverencias ao nobre poeta Nasser pela sua excelente interação.
MJ, Taubaté, SP
16/10/2011 13:43 - CIDA MOURA
E com dores nascem esses versos,
mas não versos em vão,
são feitos de amor imenso,
direto do coração...
amigos nascem ao acaso,
marcas profundas vai deixando,
a amizade é um nó, feito laço,
que não desata nem tentando...