Cordel #060: ACABOU-SE O SOSSEGO DA VILA DE MISSÃO NOVA

Nessa vila onde eu nasci

Um lugar belo demais

Há sessenta anos atrás,

Foi ali que adolesci

E em parte, também cresci.

Minhas raízes como prova

Todo o mundo lá comprova

Provei do fel e ofego

Acabou-se o sossego

Da vila de Missão Nova.

Nada havia de pior

Do que isso ouvir, todavia

Furava minha alegria

Piava que nem curió

Choro preso no gogó.

Qual cachorro em lua nova,

Jacaroa na desova

Sangue ferve e renego.

Acabou-se o sossego

Da vila de Missão Nova.

Durante o tempo das aulas

Eu estudava em Barbalha

Era sempre uma batalha

Amargava as coisas maulas

Qual nas abelhas os braulas

E, como livrar-se da cova,

Minha alegria renova,

Férias o meu aconchego.

Acabou-se o sossego

Da vila de Missão Nova.

De tudo eu fiz pra ganhar

Deles a mínima afeição,

Ou talvez sua atenção,

Gostavam de me alcunhar

E de me ver apanhar.

Queixa de mim, como trova,

Falseavam qualquer prova

Só pra eu pedir arrego.

Acabou-se o sossego

Da vila de Missão Nova.

Passou o tempo, vida inglória,

Todo o mal também passou,

E tudo se transformou;

Em Cristo em tive vitória,

E a Ele dou toda a glória.

Tudo em mim Ele renova,

O bem de bônus prorroga,

Não mais ouvindo fui pego:

Acabou-se o sossego

Da vila de Missão Nova.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 10/10/2011
Reeditado em 17/10/2011
Código do texto: T3268744
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