CORDEL #044: METENDO OS PÉS PELAS MÃOS E A CABEÇA PELOS PÉS – Duelo entre Zé do Corda e Galego

Rimada: ABBAA CCDDC em décimas

(Desafio proposto por Bosco Esmeraldo a Násser Queiroga)

ZÉ DO CORDA

Num PC que tudo trava

Neurônios paralisados

Pensares descontrolados

Ideia desencontrava

Juízo que não destrava.

Causou tantos embaraços

Dos pulsos dos pés, nem traços

Nos cotovelos das pernas,

Tornozelos das mãos ternas

Nos meus joelhos dos braços

GALEGO

Amigo estou preocupado

com o danado deste PC

capaz de indoidar você

seu juízo cozinhar

Vai começar a delirar

E vê em tudo minhoca

jogue fora está B........

melhor mesmo e' relaxar

e quando comprar os óculos

no seu PC operar

ZÉ DO CORDA

Galego não posso fazer

O que você me sugere

Explico a você, espere

Já fiz e vou refazer

Pois não posso desfazer

Do tal PC com certeza

Era assim de uma lerdeza

Do dono da casa, é o danado

De onde estava hospedado

Te devo essa proposta

GALEGO

Tás bem certo, companheiro

Tem muito é que agradecer

Por cê ter que padecer

E o diploma, o primeiro,

De paciência certeiro.

Um "farnezim"*, roedeira --> (*farnezim = ansiedade, frenesi)

Pode até dar caganeira

Relaxa, amigo do peito

Esse PC num tem jeito

Senão, vais fazer besteira.

ZÉ DO CORDA

Dói-me no pé da barriga;

Coça-me a palma dos pés;

Não que eu tenha chulés

Careca se assanha na briga;

Desfaz da amizade a intriga.

Incha-me o peito da mão;

Cheio de tanto sermão;

Dos pés, me coça a palma

E a minh'alma pede calma,

Trocando o sim pelo não.

GALEGO

Ta' dando dor de bariga

Isto é talento intravado

Dói mais do que buxo inchado

E' a tal da inspiração

cocando nos pés e nas mãos

Querendo de tu sair

melhor pois é escrever

pegue lápis e papel

E desvende este véu!

E escreva poema aqui!

ZÉ DO CORDA

O fundo do olho d'água;

Jorra vida dessa fonte.

Mesmo que a sorte me aponte.

A fonte de toda a mágoa.

No choro que aqui deságua.

A terra geme de tristeza.

Olhando pra Natureza.

Que o homem insano destrói.

Com tudo que ele constrói.

Enfeia a sua beleza.

GALEGO

Enfeia toda beleza

Mata o mundo e mata nós

E dá-nos sina atroz

Por causa dessa rudeza

Se mata a Mãe Natureza.

Da flora e fauna, que será?

Nos entes ao Deus dará...

Povo mais desnaturado

Parece desmiolado

Como tudo vai acabar?

ZÉ DO CORDA

Ganância pelo dinheiro

É o que vejo nessa história

Buscam pra si toda a glória

Querem ser povo sem herdeiro

São de nós qual cão rafeiro.

Não valem um cão de trigo

Meus Deus, parece até ser castigo

Não estão nem aí pra gente

Que casta inconsciente!

Verdadeiros inimigos.

GALEGO

Do peito nasce a revolta

Dá até um nó na goela

caroço de abacate

Tão difícil de engolir

O esplendor da natureza

Todo o dia está aí

Presente do Nosso Deus

Dado ao homem de graça,

Mas o homem, um insano

Faz do belo uma desgraça.

ZÉ DO CORDA

Presente do Nosso Deus

Que graça e amor tem-nos dado

E que de nós tem cuidado

Pois nós somos filhos Seus

Não somos quaisquer ateus.

E, como Seus semelhantes

Devemos todos consoantes

Um ao outro sempre amar

Da Natureza cuidar

De todos concomitantes.

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Mestre Zé do Corda agradece ao Mestre Galego a honra de com este fazer esse desafio de violeiros sem viola, cantando as cantorias sem música nem melodia.

Zé do Corda = Bosco Esmeraldo;

Galego: Násser Queiroga.

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Aberto a interações.

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08/08/2011 13:22 - Giustina

Computador é amigo

Mas também é um perigo

Quando nos deixa na mão

De tanto ficar teclando

Meu corpo já reclamando

Grato, Giustina! Ficou bom demais.

Dói até o coração.

Ansilgus - por email em

Presente do nosso Deus

Todos sabem o que é

Só recebe quem tem fé

Não têm vez quaisquer ateus

Filhos meus ou filhos teus

Vamos semear os grãos

Unindo apenas irmãos

Mas sem vez os infiéis

NÃO META A CABEÇA PELOS PÉS

TAMPOUCO OS PÉS PELAS MÃOS

O meu pai sempre me disse

Meu filho seja decente

Nunca deixe de ser crente

Não cometa alguma asnice

Porquanto isso é burrice

Se junte aos cidadãos

Com prazer ajude os órfãos

Receba apenas lauréis

NÃO META A CABEÇA PELOS PÉS

TAMPOUCO OS PÉS PELAS MÃOS

Grato, Antônio. Ficou bom demais. Aguarde que irei replicar.

Alelos Esmeraldinus e Nasser Queiroga
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 07/08/2011
Reeditado em 24/08/2011
Código do texto: T3144684
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