Conto Nublar #028: QUAL O FUTURO DE BURA AZZIRUS?
Estamos em 2057. Já se passaram 47 anos desde que mudaram a Constituição do emergente país Bura Azzírus, situado no fictício continente de South Kone.
No princípio foi muito duro para a maioria dos 99% de burazzirianos. Exatamente 1% bem organizados, na calada da noite conseguiram mudar tudo. Organizadamente, fizeram a cabeça dos congressistas e estes, com preguiça de ler o que estavam votando, mudaram o destino de 100% dos compatriotas. Fácil foi tudo virar lei, pois a Primeira Ministra do país sancionou a lei sem qualquer veto ou restrição. O direito foi pervertido, da noite pro dia.
Os pais viram sem poderem nem terem a quem recorrer, viram-se sem a mínima autoridade paterna. O pátrio poder foi totalmente suprimido. O Força Governamental instituiu Órgão de Ingerência nos lares (OGL). A liberdade era total diante a falta de autoridade no lar. Crianças voluntariosas, cresciam sem qualquer referencial. Uma anarquia generalizada. O vício e as drogas fizeram parte da vida das pessoas ainda na primeira infância.
O Sr. Acrômius Nídius tentou disciplinar o seu filho mais novo porque estava faltando-lhe com o respeito. O filho do meio, de apenas 13 anos ligou para o disque-antilar e em menos de 5 minutos, já com um alvará na mão, o agente da puerícia e pubescência saiu de uma viatura parada em frente à sua residência, suprimindo as três crianças daquele lar e levada para um abrigo, em lugar ignorado, para que fossem tratadas por uma ONG, onde seriam reprogramados para a nova ordem geral do país e seriam encaminhado para adoção por um casal homo-afetivo.
Ali conheceria o novo conceito de família. Havia nas mídias massivas mensagem a título de anti-preconceito disso e daquilo que só fazia mais aumentar os preconceitos. Mas o pior é que nascia um novo tipo de preconceito. Nas passeatas pró nova ordem geral era comum verem frases e ouvirem grito de “Abaixo os Héteros” e coisas semelhantes.
Inúmeros 'kits' de reprogramação mental para o novo conceito de sexualidade e cidadania era reciclado nas escolas e reeditado a cada seis meses.
Muitos pais mudaram-se para quilombos e retiraram seus filhos das escolas públicas, Nesses assentamentos clandestinos, procuraram se organizar em comunidades autossustentáveis, sem luz elétrica, com o mínimo de conforto ou nenhum, somente com o intuito de tentar salvar a família e a vida.
Enquanto isso, em Bura, como era carinhosamente chamado o país, mais e mais pessoas aderiam ao aborto, faziam vasectomia e muitas mulheres faziam laqueaduras ou até radicalmente se submetiam à ovario-salpingo-histerectomia, que consistia na remoção radical dos ovários, trompas e útero, para garantirem o controle e redução drástica da reprodução humana.
O programa previa a preservação de apenas 100 casais, rigorosamente selecionados pelo Programa de Eugenia, uma visível promoção do culto à beleza. Criteriosos teste de DNA foram decisivos nesta seleção. Apenas aqueles que passassem pelos critérios preestabelecidos pela nova ordem geral fariam parte do programa. A colheita de sêmen e óvulos deste seleto grupo seria acompanhada criteriosamente pelos agentes de saúde, treinados pelo comitê central do Órgão Ministerial de Saúde Pública. Os embriões de proveta seriam nidados nos úteros das mulheres pertencentes ao citado grupo, caso a população viesse sofrer ameaça de extermínio por causa da esterilizada em massa promovido pelo governo. O cidadão que não estivesse de acordo teria obrigatoriamente que ser tatua a laser a sugestiva insígnia "HTR", para identificá-lo como "sistemófobo".
O que ninguém ainda havia percebido, era que se tratava de um programa de extermínio em massa das raças inferiores, segundo se falava nos bastidores do sistema. Quando todos tivessem extintos, uma nova raça superior tomaria conta do país. O mesmo acontecia, noutras nações, pois era uma ação de ordem global.
Tudo era permitido, desde que não contrariasse o estatuto da nação. Mas as pessoas pouco a pouco foram morrendo por causa da promiscuidade disseminada, a sociedade de a família como modelo e base, foi pouco a pouco morrendo. Os novos tipos de casamento surgidos há poucas décadas foi a principal da redução populacional. O incentivo à clonagem humana foi dado. Mas esta ciência ainda incipiente não pode conter a decadência da família que pouco a pouco foi desaparecendo. As cidades ficaram desertas, os cemitérios lotados. Era um panorama fantasmagórico.
No fechar das portas, o Governo Central, convidou representantes de todas as etnias que ainda restauram e que não se haviam contaminado com aquela nova sociedade mas ouvir deles a sua opinião. Queriam saber como poderiam salvar Bura Azzirus da extinção total. Daí, ficaram sabendo que haviam sobrevivente em diversos quilombos espalhados pelo território de Bura Azzirus. Que haviam fundado escolas particulares e que haviam preservado a cultura antiga de Bura.
O caso foi levado ao Congresso que pensou logo em mandar bombardear esses quilombos rebeldes. Mas o consenso geral prevaleceu em que este congresso fosse destituído, as famílias em quilombos fossem reconhecidas legalmente e que houvesse eleições imediatas.
Nenhum dos congressistas atuais poderia disputar o preito. Assim, o Congresso totalmente renovado, poderia criar uma nova constituição para Bura.
Assim, novos horizontes bem promissores começaram a raiar no horizonte de Bura Azzirus.
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Fernanda Xerez
B.om demais ver 800 textos publicados
O.poeta distribui talento pra todo lado
S.ua poesia é como um sonho encantado
C.onvida-nos para navegar na magia
O.amor em forma de poesia
Parabéns nobre amigo, poeta conterrâneo pela marca dos 800
textos publicados, com muito talento.
°°°° A Paz do Senhor!! Beijoo °°°°