ISLAMITA É BATIZADO PELO PAPA
ISLAMITA É BATIZADO PELO PAPA
Antoni BigCuore
(Sp.sp. 07.04.2008, 2ªfeira, às 9,38 hrs.)
O jornal, O Estado de São Paulo, de hoje, segunda feira, em sua página, A-12,internacional, traz uma entrevista com o Vice-Diretor, do principal jornal italiano, Corriere de la Será,(1) MAGDI ALLAM, que se converteu ao cristianismo, na semana passada e foi batizado pelo Papa,Bento XVI.
Pela importância do tema, tomo a liberdade de transcrever, na íntegra, a entrevista.
“O que o Sr.achou da polêmica gerada pelo documentário “Fitna”? ( 2 )
Quem ofende o Islã não é o europeu que denuncia o terrorismo islâmico, mas os responsáveis por esses atos de terror. O secretário-geral da ONU (Ban Ki-moon) sugeriu que o documentário fosse censurado. Ele deveria condenar o extremismo, que produziu a realidade apenas retratada nesse documentário.
O sr.acredita em um Islã moderado?
Nao. Os escritos de Maomé não fundamentam uma disposição ao diálogo. Nesse caso, toda a “moderação” vem de uma reinterpretação dos textos sagrados. Porém acredito em islâmicos moderados. Com eles, é possível dialogar.
Quais são as raízes do terrorismo atual?
Com a derrota da ideologia pan-arabista na Guerra dos Seis dias (1967), houve um processo interno de radicalização do Islã, que levou ao poder, em alguns países,grupos extremistas. Mas a principal causa dessa escalada de violência foi o empenho de Osama bin Laden, um milionário saudita que conseguiu “globalizar” o terrorismo. Hoje, o extremismo islâmico na Europa tornou-se um fenômeno autóctone, com pessoas de cidadania européia dispostas a participar da Jihad (guerra santa) e, eventualmente, promover atentados suicidas como vimos em Londres em 2005.
Conversões como a sua não podem tornar mais difícil a vida dos cristãos em paises islâmicos?
Já assistimos à perseguição dos cristãos no Iraque, no Egito, no Sudão e em outros paises. Os muçulmanos convertidos ao cristianismo são condenados à morte por apostasia (renuncia à fé). Mas mesmo na Europa, não há reciprocidade religiosa. Milhares de europeus puderam converter-se, com toda segurança, ao Islã. O mesmo não ocorre com mulçumanos convertidos ao cristianismo. Na maior parte dos casos, vivem clandestinamente sua nova fé. Quis chamar atenção sobre a necessidade de que essas pessoas saiam das catacumbas. Tenho exigido que o Estado e a Igreja protejam os convertidos. Só assim a Europa terá autoridade para pressionar por liberdade religiosa nos países islâmicos.
Como o sr.definiria a postura de Bento XVI com relação ao Islã?
Defendi o papa firmemente depois do seu discurso na Universidade de Ratisbona (Alemanha). Não o considerei inoportuno ou provocativo. Posso dizer o mesmo do meu batismo. No diálogo com outras religiões, este papa, em vez de partir de questões dogmáticas, dificilmente conciliáveis, prefere refletir sobre os valores universais e os direitos fundamentais do homem, onde seria possível um entendimento também no plano religioso. Creio que isso é uma revolução.
Como o sr. vê o cristianismo na Europa?
A Europa atravessa uma profunda crise de valores e de identidade. Amplos setores abraçam o relativismo ético, que nos leva a imaginar que todas a religiões são iguais, prescindindo dos seus conteúdos, e a abraçar o “politicamente correto” que nos cala frente a injustiças para não ferir suscetibilidades”.
Notas: 1- principal jornal italiano; 2- Documentário feito pelo parlamentar holandês de ultra-direita, sr. Gerert Wilders, falando sobre o islã.
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Antoni BigCuore.sp.sp. Escritor em sp.sp. Acesse seu link na net – www.www.recantodasletras.com.br/autores/antonibigcuore
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