Entrevista EUNICE MENDES (Poesia & Fanzine) - SANTOS, SP
Santista nativa, a poeta Eunice Mendes é devotada à fotografia, ao artesanato de reciclagem e às artes plásticas. Sua formação, contudo, é o Jornalismo. Editora da folha poética A POETISA, e junto com Walmor Colmenero, do zine POETIZANDO; Eunice é autora de diversos livros de poesia. Seus versos também são encontrados em vários jornais, revistas, blogues e sítios literários. Concedeu esta entrevista por carta, especialmente para este Recanto das Letras.
ESCOBAR FRANELAS – Quem é Eunice Mendes?
EUNICE MENDES – Boa pergunta! Sinceramente, não faço a mínima idéia...
EF – Desde quando você pratica a imantação poética?
EM – Escrevo desde que aprendi. Fiquei fascinada quando descobri a escrita e a leitura. Aí a poesia pousou ali... Foi a linguagem que me tocou mais fundo.
EF – Quais trabalhos você colocou à luz do mundo?
EM – Não tenho nada oficialmente publicado. Faço brochuras artesanais em tiragens pequenas. Tenho vários livros prontos, alguns já registrados na Biblioteca Nacional. Alguns textos em sites e blogues, na revista Poetizando, que edito com o Walmor. E recentemente eu e ele fomos convidados para a antologia Palavras Provisórias do Horizonte, organizada pelo Benedito C. G. Lima.
EF – Num mundo ágil e dinâmico, como você sente a apropriação poética pela modernidade?
EM – O que sinto é a desapropriação... Não sei o que está acontecendo, apesar da internet, que acaba facilitando a comunicação, parece que temos algumas ilhas poéticas. Não vejo interação, idealismo, algo grandioso se levantando contra o caos... Lembra daqueles hippies abraçando árvores? Cadê eles?
EF – Você confessa alguma influência? Quem?
EM – Sempre penso que estou sendo influenciada pela leitura atual. Ler poesia me inspira escrever poesia, quando me identifico(com o autor?). Não cito um autor específico. Na adolescência, quem me fisgou foi o Drummond, mas não escrevo como ele.
EF – Como é o cotidiano de quem é poeta?
EM – Comum, penso eu: trabalho, vejo tv, vou no supermercado, ando de ônibus. Talvez a gente olhe mais para o céu, preste mais atenção no orvalho, no esplendor da relva. E faz diferença?
EF – Quais são seus planos para os amanhãs?
EM – Não tenho planos, apenas sonhos me seguindo como sombras...
"nem tudo pude
vencer
nada porém, perdi
em cada renascer
soprei as cinzas
por cima das flores
e seja como for,
eu só morri
por amor"
(poema sem título, em "Sonhares", Santos, SP, 2003)
Notas complementares: Os livros de Eunice Mendes são: Flores e Frutos(2002), Sino dos Ventos(2002), Lua na Janela(2002), Sonhares(2003), Cerimônia das Flores(2003), Aurora Gris(2003), Nuvens de Sol(2003), Espaços do Vazio(2003), e a antologia Palavras Provisórias do Horizonte(200), organizada por Bendito C. G. Lima.