Parente não é gente?
Marx Barroso é ator, produtor e autor (em parceria com Anderson Félix) de um grande sucesso da Campanha de Popularização do Teatro e Dança, em Belo Horizonte. O espetáculo Parente Não é Gente, que está no sexto lugar em público. Mais de cinco mil pessoas assistiram à peça neste ano. E o espetáculo é vencedor de três prêmios SESC/SATED (Melhor espetáculo, ator e atriz)
Fiz com ele uma rápida entrevista, confira:
Parente não é Gente está em sexto lugar em público na Campanha de Popularização de BH? O que você atribui a este sucesso?
Marx Barroso: Podemos atribuir e agradecer este sucesso a diversos fatores:
1º - Ao projeto Campanha de Popularização do Teatro, que permite projetar nosso trabalho ao grande público e por todo apoio de mídia que o Projeto nos oferece.
2º - Ao público, que acreditamos ser nossa maior fonte de divulgação (boca-a-boca), pela fidelidade. Afinal, temos muito relatos de pessoas que voltaram e trouxeram outros amigos e parentes.
3º - A qualidade do espetáculo e da equipe, que se preocupa sempre em dar o melhor de si para entreter todos os presentes.
Como você vê o teatro e a cultura em geral em BH?
MB: Infelizmente, esse público maravilhoso que temos todas as noites de janeiro e fevereiro não se repete no decorrer do ano. O que é muito ruim para o produtor e para o espetáculo em si. Em contrapartida, temos a nosso favor as leis de incentivo à cultura; porém, ter um projeto aprovado não necessariamente significa conseguir captar o recurso. Acredito que se houvesse um apoio maior da iniciativa privada, poderíamos transformar BH em um pólo cultural semelhante ao do Rio e São Paulo.
Parente Não É Gente é uma comédia. Você a define como uma critica social também?
MB: Isso é muito relativo, pois depende muito do olhar. Apesar de Parente Não É Gente trabalhar fatores sociais como adaptação à 'pobreza', gravidez na adolescência e convívio familiar, a peça é extremamente despretensiosa e o principal objetivo é realmente o entretenimento e a alegria.
Qual é a história principal?
MB: Uma família de trambiqueiros, após perder toda a sua fortuna em uma batida policial, acaba sendo obrigada a morar em um terreno invadido, onde terá que enfrentar hilárias situações para tentar se adaptar a pobreza.
E o elenco está bem entrosado? Como foi feito o trabalho com o elenco?
MB: Nosso elenco já passou por algumas transformações, porém 70% é o mesmo desde a estréia. Somos uma grande família e dividir o palco é sempre uma experiência única e harmoniosa. Para a concepção dos personagens eu costumo dizer que foi um trabalho em conjunto. Eles trazem sua concepção e aquilo que podem emprestar para o personagem e eu vou lapidando para aquilo que acho que o espetáculo precisa. Valorizamos muito as pessoas que trabalham conosco e prefiro trabalhar suas dificuldades e bloqueios a ficar fazendo inúmeras substituições como acontece muito no mercado.
Quais os planos da peça para 2008?
MB: Nosso projeto é fazer algumas viagens pelo interior de Minas Gerais e uma temporada curta em Belo Horizonte. O cronograma de Parente Não É Gente será reduzido este ano, pois temos a pretensão de montar outro espetáculo e estreá-lo ainda este ano.
Ficha do espetáculo:
Parente Não é Gente
Teatro Casanova (Av. Afonso Pena, 1500 - 18º andar - Centro)
Sexta e Domingo às 20h / Sábado às 19h e 21h
Até 24 de fevereiro 2008
Direção: Marx Barroso
Texto: Anderson Félix e Marx Barroso
Elenco:
Anderson Félix (Raimundo / Anastácia)
Eliane Veloso - (Paty)
Estene Maria - (Amélia)
Lenice Germânia / Marfiza Bandeira (Etelvina)
Marco Tulio Freitas / Rafael Mazzi (Armando)
Marx Barroso (Curió)
Duração: 75 minutos
Censura: Livre
www.alexandrenoar.blogspot.com