FALANDO SOBRE O MEU FAZER TEATRAL...
Entrevistador: Boa noite, telespectadores da TV Mirante. Hoje temos a honra de receber Ronald Sá. Ronald é ator, diretor, dramaturgo e professor de teatro em escolas públicas e privadas de São Luís. Vamos conhecer um pouco mais sobre sua trajetória e suas paixões. Boa noite, Ronald, e seja bem-vindo!
Ronald Sá: Boa noite! Muito obrigado pelo convite. É um prazer estar aqui para falar sobre minha trajetória e meu amor pelo teatro.
Entrevistador: Vamos começar falando sobre seu início no teatro. Como foi que você descobriu essa paixão e decidiu seguir carreira?
Ronald Sá: Desde criança, eu sempre fui fascinado pelas artes. Mas, antes que o teatro tomasse conta dessa minha paixão pela arte de atuar, dirigir e escrever, eu queria ser vaqueiro, sabe, daqueles que participam de rodeiros, ganham prêmios e tal? Eu queria isso, mas era coisa de criança. E o meu primeiro contato com o teatro foi na escola, e na igreja, quando eu fazia catequese, em pequenas apresentações e peças. Aos poucos, fui percebendo que aquele era meu lugar, onde eu podia me expressar livremente e explorar diferentes personagens e histórias. Decidi então me profissionalizar e seguir essa paixão. Aí, comecei a fazer vários cursos e oficinas de teatro, ficava procurando onde tinha. Aí, veio a universidade, me formei em Licenciatura em Teatro, e fiz outros cursos, sempre buscando conhecimentos teatrais.
Entrevistador: Você não é apenas ator, mas também diretor e dramaturgo. Como ocorreu essa transição e quais desafios você encontrou?
Ronald Sá: A transição foi um processo natural e gradual. Depois de muitos anos atuando, senti a necessidade de contar minhas próprias histórias e explorar outras áreas do teatro. Como diretor, enfrento desafios como manter a coesão do elenco e lidar com questões de produção. Como dramaturgo, o desafio é encontrar a voz certa para cada história e fazer com que ela ressoe com o público. Não é fácil escrever, estou produzindo a minha primeira série, uma série que fala sobre teatro e também um livro, aonde posso contar toda essa minha trajetória no mundo teatral.
Entrevistador: Você mencionou seu trabalho como professor de teatro em escolas públicas e privadas de São Luís. Como é essa experiência e qual o impacto do teatro na vida dos estudantes?
Ronald Sá: Ensinar teatro é uma experiência muito gratificante. Tenho e tive alunos que são ótimos atores e atrizes! Hoje alguns já fazem faculdade de Artes Cênicas, outros cursos de teatro. Fico feliz por eles! O teatro não só desenvolve habilidades artísticas, mas também trabalha aspectos pessoais como autoestima, comunicação e empatia. Vejo muitos jovens se transformando através do teatro, descobrindo suas capacidades e ganhando confiança. O impacto é enorme e positivo, tanto nas escolas públicas quanto nas privadas.
Entrevistador: E quanto à receptividade dos alunos? Há diferença entre o interesse dos alunos de escolas públicas e privadas?
Ronald Sá: O interesse pelo teatro é universal e muito similar entre os alunos das escolas públicas e privadas. O que difere são os recursos e a infraestrutura disponível. Nas escolas públicas, enfrentamos mais desafios, às vezes faltam recursos para por alguma peça em cartaz, mas a paixão dos alunos pelo teatro é contagiante e supera qualquer barreira. Já nas privadas, temos mais facilidades, mas o desafio é manter o engajamento e mostrar a importância do teatro em suas vidas.
Entrevistador: Você também tem uma paixão pelo Teatro da Crueldade, um estilo bastante intenso e emocional. Pode nos falar mais sobre essa paixão?
Ronald Sá: O Teatro da Crueldade, idealizado por Antonin Artaud, busca explorar as emoções mais profundas e instintivas do ser humano. É um teatro visceral, que confronta e desafia tanto o ator quanto o espectador. Para mim, é uma forma de teatro que vai além do entretenimento; é uma experiência transformadora que nos faz refletir sobre nossa própria existência e as complexidades da condição humana. Essa intensidade me fascina e é algo que sempre tento incorporar em meu trabalho, tanto nas atuações, na escrita e produções que costumo fazer.
Entrevistador: Você mencionou um desejo de levar o teatro para locais sem acesso à cultura. Pode nos contar mais sobre essa iniciativa?
Ronald Sá: Acredito que a cultura deve ser acessível a todos, independentemente de onde vivem. Estou desenvolvendo um projeto para levar o teatro a comunidades mais afastadas e com pouco acesso a atividades culturais. Moro no Anjo da Guarda, um bairro bastante cultural, lá tem ótimas companhias de teatro, vários artistas, atores, cantores... A minha ideia é democratizar o acesso ao teatro, proporcionando experiências enriquecedoras e transformadoras para essas comunidades. O teatro tem o poder de unir as pessoas e fomentar a criatividade e o pensamento crítico, e quero levar essa oportunidade a todos.
Entrevistador: Isso é realmente inspirador, Ronald. Quais são seus próximos projetos e planos para o futuro?
Ronald Sá: Estou trabalhando em algumas novas peças e planejando futuras montagens. Sempre faço oficinas de teatro totalmente gratuitas para a comunidade. Além disso, estou muito focado nesse projeto de levar o teatro para as outras comunidades menos favorecidas. Continuarei também com meu trabalho como professor, sempre buscando inspirar meus alunos e ser inspirado por eles. O teatro é uma jornada contínua e estou animado para ver onde ela me levará a seguir.
Entrevistador: Maravilhoso! Muito obrigado por compartilhar sua experiência e seus projetos conosco. Desejamos muito sucesso em suas empreitadas futuras.
Ronald Sá: Eu que agradeço pela oportunidade. Foi um prazer estar aqui. Um grande abraço a todos os telespectadores! Segue a gente nas redes sociais, lá sempre colocamos as novidades, cursos e oficinas!
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Ronald Sá, é ator, dramaturgo, diretor e professor de teatro. Tem mais de 30 textos teatrais escritos, tanto infantil e adulto. Mora em São Luís do Maranhão. Começou a se interessar pelas letras desde criança. Formado em Artes Cênicas, tem um grupo de teatro na periferia da cidade maranhense, Anjo da Guarda. Bairro cultural, celeiro de vários artistas. Atuou, escreveu e dirigiu 26 espetáculos. No momento, escreve sua primeira série e e seu primeiro livro sobre o mundo teatral.