CONVERSANDO COM A 'ALEGRIA'

DIÁLOGO – LUIZ GONZAGA X ALEGRIA

Antes de começar esta nova tarefa que me foi encomendada por Marina, minha psicóloga, quero dizer que, durante grande parte da vida, convivi e ainda venho convivendo, com momentos de alegria. Não muitos. Aliás, nossa vida, apesar dos problemas e dificuldades que temos de enfrentar, nos apresenta também momentos prazerosos. Para dar prosseguimento a este trabalho, transcrevo aqui uma ligeira matéria, que li na internet, dizendo respeito à alegria, segundo nosso papa Francisco, por quem tenho um grande apreço:

“A alegria é a marca do cristão, mesmo nas dores e nas tribulações, segundo o Papa Francisco, durante a missa celebrada nesta quinta-feira, 22, na Casa Santa Marta. Após lembrar aos fiéis que Jesus, antes de subir para o Céu, sempre se concentrou em “três palavras-chave: paz, amor e alegria”, o Pontífice então resolveu explicar cada um desses conceitos.”

Terei, pois, uma conversa franca e sincera com uma personagem muito significativa a qual venho perseguindo durante minha vida. Não foram poucas as vezes, nem muitas, que me encontrei com ela, a ALEGRIA. Gostaria que ela tivesse mais presença em meu cotidiano. Não tem sido, por mais que me esforce. Acredito que há três sentimentos que se misturam: alegria, felicidade, gratidão. O sorriso nem sempre acompanha esses sentimentos. Penso que os dissabores costumam abafar o sentimento de alegria. Vamos então ao diálogo:

LUIZ – Bom dia, Alegria, sempre é bom e saudável podermos conversar. Sua marca principal nem sempre é representada por um sorriso ou uma gargalhada, você sabe disso. Quero agradecer–lhe por muitos momentos que a tive como minha companheira. Hoje, infelizmente, anda meio sumida.

ALEGRIA – Bom dia, Luiz! Se existe algo no mundo que deve ser expandido, esse algo, melhor dizendo, alguém, sei lá..., sou eu. Por isso faremos um pacto, usando uma frase sobre o assunto: “A alegria de ver alguém sorrir é incomparável.” Certamente você poderá me dizer que o sorriso nem sempre significa que você está feliz. Mas, mesmo nas adversidades, você, através de um simples sorriso, deve trazer para dentro de si e produzir no outro um pouco de felicidade.

LUIZ – Quero aproveitar para dizer que você esteve presente em vários momentos de minha trajetória de vida. Soube sorrir com espontaneidade. Interpreto-a como sendo uma resposta de gratidão por tantos prêmios que ganhei. Posso enumerar a seguir alguns momentos carregados de sua presença, os quais nem sempre sabia valorizar, talvez porque não tinha ainda a maturidade suficiente:

1 – Minha primeira comunhão.

2 – Minha ida para o seminário.

3 – Meu primeiro dia de trabalho.

4 – Quando, através de um amigo, preparando-me para uma prova de Matemática, descobri que era capaz e fui capaz de aprender muito e até ajudar outras pessoas.

5 – Aprovação no vestibular de Letras na UFMG, no princípio do ano de 1969. Formatura em julho de 1972.

6 – Iniciação, aos 19 anos de idade, a meu trabalho como professor de Língua Portuguesa e Língua Francesa.

7 – Aos 24 anos, por indicação do saudoso amigo Jair Marques Penido, que já foi embora, iniciei meu primeiro cargo de comando, como chefe da Secretaria da COOPEDER-MG.

8 – Início da construção de minha casa.

9 – Meu casamento.

10 – Nascimento de meu primeiro filho. Novas alegrias com o nascimento dos outros filhos e dos netos que foram chegando.

11 – Viagem à Terra Santa, Nazareth, Jerusalém - Conhecer algumas cidades da Itália, Vaticano e Assis, cidade onde nasceu São Francisco de Assis.

12 – Cada viagem me proporcionava alegrias diferentes. Fiquei feliz e alegre por conhecer seis países da Europa, várias cidades americanas, algumas cidades do Canadá. Ainda conhecer muitas cidades de Marrocos com sua exótica cultura.

13 – Fazer novas amizades durante as viagens realizadas.

Não foram poucas as oportunidades de viver momentos de alegria nos eventos acima relacionados. No entanto, a maior alegria que carrego no peito, alegria que pode ser definida como felicidade, é de ser uma pessoa abençoada por Deus, possuir uma família saudável, ter sido gerado por meus pais, pessoas de bem, já falecidos, dos quais eu tenho muito orgulho, pela bondade deles, pelos exemplos que me passaram... Tem mais: possuo amizades sinceras de longos anos.

Claro que tenho momentos de tristeza. Faz parte de minha vida. Mas algumas alegrias vividas não saem de meu coração. Principalmente essa citada, por último, sobre meus pais.

ALEGRIA – Pelo que percebo, você saboreou muitos momentos de alegria. Concluo também que a maior parte desses momentos de alegria já passou. Acho que você precisa carregar no peito e lembrar sempre de tudo de bom que você passou e encontrou-se comigo, deixando a tristeza de lado e ser mais alegre.

LUIZ – Compreendo perfeitamente. Esforço-me para isso com pouco sucesso. No entanto não vou desistir. Muitas pessoas se afastam de mim me achando carrancudo, de cara fechada, acham que sou uma pessoa mal-humorada. Tenho, no bom sentido, inveja de muitas pessoas que vivem sempre com um sorriso no rosto. Parece que estão sempre alegres. Será? Acho que muitas delas, sabendo conviver com as dificuldades, não deixam transparecer e demonstram alegria com uma boa conversa e com sorriso no rosto.

LUIZ – Para concluir, faço referência ao filme MENINA DE OURO. História que me emocionou bastante, podendo aprender com a atriz, boxeadora, que o importante na vida é poder realizar seus sonhos. Vivê-los intensamente. No final, incapacitada em um leito de hospital, revelou a seu treinador que sua vida valeu a pena. Conseguiu fama, muitos prêmios etc. etc. Sobre o treinador, acho que tenho um pouco dele. Cara fechada, sorrindo pouco, mas com um coração cheio de ternura e amor.

Belo Horizonte, 01-abril-2024

LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA
Enviado por LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA em 01/04/2024
Reeditado em 14/04/2024
Código do texto: T8032786
Classificação de conteúdo: seguro