Chris Quites - A saída é para dentro
> Nome: Chris Quites
> Breve biografia: Produtor musical, sound designer, consultor UX em soluções em voz para IA, pesquisador em sound healing, espírita e espiritualista, um dos apresentadores da Meditação Mundial ao vivo no @canaldopava no YouTube toda segunda-feira, às 20h.
Confira a entrevista com Chris Quites
> Em sua opinião, o que é cultura de paz?
Para responder a essa pergunta eu não poderia emitir minha “opinião”, uma palavra segregatória a qual se origina do latim “onis”, que se refere a ônus e não a bônus, usando-a aqui já seria um desserviço à paz. Mas convido todas as pessoas a sentirem que a paz é a verbalização do amor, cultivá-la é um exercício constante em fazer agora para outro ser, o que queremos que façam para nós, a cultura da paz é fazer o bem agora, sem olhar a quem, para servirmos de exemplo e assim perdurar seu cultivo.
> Como podemos difundir de forma coerente a paz neste vasto campo de transformação mental, intelectual e filosófica?
Justamentente saindo do mental, do intelectual e do filosófico, voltando para o nosso coração e partindo para a ação ao bem incondicional do outro, aí sim, usufruindo do mental, do intelectual e do filosófico como apenas meras ferramentas para iniciar tal ação.
> Como você descreve a cultura de paz e sua influência ao longo da formação da sociedade brasileira/humanidade?
Nem uma formação ou até formatação social Terrena nunca foi algo muito pacífico, mas é importante lembrarmos o que podemos chamar de “sociedade brasileira”: se resume a uma pequena elite econômica, política e religiosa fundamentalista, e não menos poderosa, a qual deixou o Brasil, em 2023, ocupar o 89º lugar no rank do The World Giving Index de países mais solidários do mundo, promovido pela Charities Aid Foundation, uma posição nada admirável, uma demonstração da anti-cultura de paz. Mas o povo brasileiro, sim, é destaque na espiritualidade em sua maioria, segundo a pesquisa Global Religion 2023, produzida pelo IPSOS Group S.A. especializado em pesquisa de mercado e opinião pública, quase nove em cada dez brasileiros acreditam em Deus, resultando um índice de 89% da população, o qual coloca o Brasil no topo do ranking de 26 países que creem em um poder superior.
Acreditar em Deus não quer dizer que essas pessoas são religiosas, das 89% dessas pessoas entrevistadas, só 76% afirmaram seguir uma religião, esse índice mostra o quanto a cultura de paz influencia o povo brasileiro em sua arte, em sua música, em sua cultura em geral e no seu dia a dia, no “Fica com Deus”, no “Graças a Deus!”, no “Deus me livre”, no “Crem-Deus-Pai!”, no “Só Deus sabe…” Mesmo que possa ser algo não tão consciente, mas demonstra um cultivo da paz. A pesquisa também revela um lhano percentual, apenas 5% das pessoas no Brasil não acreditam em Deus ou em um poder maior, 4% não sabem e 2% não responderam, mas isso não quer dizer que as pessoas adeptas ao ateísmo ou agnósticas não possam ser solidárias ou não consigam cultivar a paz, mesmo porque viver em paz já direciona ao caminho da espiritualidade, estabelecendo a cultura de paz a qual demanda o não generalismo das ações e não julgo.
> A cultura e a educação libertam ou aprisionam os indivíduos?
Todo aprisionamento não deixa de ser um convite à liberdade ao ser que prega o anti-estagno, a cultura e a educação são ferramentas descativarias, o que pode aprisioná-las ou moldá-las são os sistemas as quais estão inseridas. É preciso termos um peculiar discernimento analítico e imparcial sem sermos indiferentes ao que se apresenta, para justamente identificarmos o quanto o sistema sócio-político-econômico-religioso tende aprisionar essas ferramentas em benefício próprio.
Um exemplo dessa tentativa de aprisionamento cultural e de resistência foi quando em 2014 comecei a me dedicar às minhas próprias produções e composições. A ideia principal era criar um álbum de música eletrônica de uma maneira diferente, usando elementos extraterrestres, como explosões solares, ondas gravitacionais, raios cósmicos, ondas de rádio vindas do espaço, ecos de meteoros e até mesmo o som do átomo de hidrogênio via sonificação, o que demandou muito estudo e muita pesquisa. O talentosi?ssimo Dudu Marote foi o produtor deste álbum intitulado “Psicoff”, o qual e em meio a produção recebemos um convite para o álbum ser lançado em uma gravadora renomada, mas com a condição de mexerem na obra e formatá-la para sustentar os interesses do “mercado/sistema”, convite o qual eu recusei e o resultado foi que essa resistência autoral nos proporcionou o 1º lugar na parada de música eletrônica da Apple Music, por uma semana e dois dias consecutivos. E foi justamente o estudo e a pesquisa que fiz para elaborar e compor esse álbum que me fez voltar para minha espiritualidade, provando que cultura, a educação liberta sim.
> Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância na difusão do despertar da humanidade.
O espaço digital proporciona experimentarmos nosso poder de conectividade e a crível possibilidade de sentir que de fato somos um, apenas em estados fractais e que possamos exercer essa fractalidade na edificação de pontes e não de muros, o não fronteirismo que o espaço digital proporciona, tem o poder imediato de extrapolar extensões dos espaços físicos e conceituais. O poder de comprovar a autenticidade de uma informação elimina o fundamentalismo comunicacional, aumenta a acessibilidade e a condição de alcance da igualdade de oportunidades com segurança e autonomia, combate efetivamente todos os tipos de racismos e as ideias discriminatórias ou xenofóbicas, explicando e ensinando didaticamente que não há diferenças externas ou internas entre seres humanos, anula a qualquer superioridade ou inferioridade de determinados grupos em relação a outros.
O espaço digital nos faz experimentar e comprovar de forma relevante o senso de compartilhamento da paz, da bondade, da benevolência em relação aos semelhantes, a compaixão em relação aos desfavorecidos através dos ativismos digitais, a convocação aos ativismos presenciais e conteúdos em prol do despertar do ser para a autoconsciência.
> Qual mensagem você deixa para a humanidade?
A saída é para dentro. Se eu tivesse autoridade necessária para tal responsabilidade, eu poderia apenas repetir as palavras que os grandes mestres nos tentaram ensinar, e que até hoje é difícil de pôr em prática: o “amor”, “ame uns aos outros como Jesus os ama”, pois amar como Jesus, é amar incondicionalmente, é amar sem esperar nada em troca, isso por si já nos coloca um pouco mais perto dele, pois ele está dentro de nós.