Relembrando

Cara Daisy,

- Preciso saber seu nome completo, idade e profissão

Deise Bergo Coelho Aguinaga

Nick: (D.Aguinaga)

63 anos

Professora de Artes

- Preciso que fale um pouco sobre você, citando hobbies, o que gosta de fazer em casa e fora de casa, manias, comida, etc

Sou carioca.

Estou em Juiz de Fora desde 1995 depois de me aposentar pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro onde fui professora de Filosofia.

Já morei em Manchester (Inglaterra) e no Japão.

Tenho por hobbies fotografias com o celular, a jardinagem. Gosto de observar troncos de árvores suas formas, cores e textura.

Em casa ouço músicas que baixo pela Internet e salvo em CD; gosto de assistir a TV Brasil e a TV SESC e de vez em quando a TV Senado.

Ao cinema em JF eu não vou porque acho a platéia mal educada (mastiga ruidosamente, chuta as poltronas e conversa o tempo todo). Mas sinto falta de filmes de arte, sempre fora do circuito comercial. Ainda bem que de vez em quando aparecem na praça uns curtas metragens.

Fora de casa eu gosto de apreciar a decoração de vitrines; observar pessoas bizarras; visitar sebos, brechós, bazares de caridade e lojas de móveis usados.

Acho que não tenho manias porque eu não me repito, não sei fazer a mesma coisa duas vezes (ou colecionar ilustração de jornal será mania?); não sou gulosa, gosto de cozinhar e experimentar receitas e curto muito a leitura de autores que falam de comida em seus livros. Gosto de massas desde que não tenham molho vermelho. Adoro vinho Chardonnay.

- Se tem filhos, quem são e idades, marido, namorado etc

Tenho 4 filhos: Anelise, médica no Rio (33), Carlos Eduardo, estudante de Jornalismo (26), Iuri, cadete na AMAN (22) e Isabella (21) cursando Direito Os dois últimos, do segundo casamento, nasceram em Manchester.

Fui casada por duas vezes, dois anos com cada, tipo estágio probatório, não foram efetivados. Há 10 meses estou sem namorado. Estou em “stand by”, aguardando currículos de candidatos ao meu coração.

- Se tivesse que se autodescrever, como seria? Quem é você? Signo, personalidade, preferências etc.

Sou do signo Escorpião. Faço anos dia 5//11.

Creio ser uma pessoa bacana;

Como eu queria ser ‘quando crescer’ psiquiatra, regente de orquestra, desenhista e escritora, eu resolvi estudar Filosofia que abrange quase tudo e virei professora universitária.

Ainda faço análise, gosto de ser como sou, gosto de momentos de solidão para recuperar energia, sou persistente, audaciosa, encaro desafios e procuro estar ‘antenada’. Adoro meus filhos. Eu detesto injustiça, hipocrisia, arrogância e baixo astral.

- Qual sua relação com as artes? E com o Teatro Lido? (quanto tempo participa, como participa, o que leu este ano, que personagem, tem presenciado todas as quartas)

Desde a infância sou vidrada em artes, teatro e literatura. Muito cedo conheci a música clássica e me apaixonei e li a biografia de muitos compositores.

Fui repórter e editora de jornal na escola.

A primeira peça de teatro que assisti foi encenada em um circo e fiquei deslumbrada e comecei a escrever peças, desenhar cenário e figurino e fabricar dinheiro de papel para as pessoas pagarem ingresso.

Desde criança gosto de desenhar e tive bons professores de artes. Adorava as ilustrações dos livros de histórias e adorava os quadrinhos do jornal Correio da Manhã (hoje extinto) que meu avô assinava.

Gosto de ler sobre política e mando e-mail para o Congresso Nacional quando o assunto mexe comigo, para o bem ou para o mal.

Eu me tornei artista plástica autodidata, todavia não segui a carreira artística e sim a carreira acadêmica. Eu desenhava e pintava por hobby ou para presentear alguém. Depois que me aposentei e tendo a estabilidade financeira garantida, retomei as artes plásticas. Em Juiz de Fora conheci a Sociedade de Belas Artes Antonio Parreiras, me associei e participei de alguns de seus salões, inclusive fiz a curadoria de uma exposição de arte moderna em comemoração aos oitenta anos da Semana de 22, enjoei da mesmice e me afastei da sociedade. Fui cursar disciplinas isoladas, para aprimorar a técnica, no curso de Artes da UFJF. E montei meu atelier em São Pedro no sítio em que eu morava até a Prefeitura desapropriar um trecho. Mudei para um apartamento, o atelier foi arrombado N vezes, desisti e o fechei. Roubaram todos os meus livros de arte.

Conheci o MEZCLA, funcionando no Alto dos Passos e foi amor à primeira visita.

É um espaço com uma programação bastante eclética onde posso ir desacompanhada. Foi meu primeiro Carnaval em Juiz de Fora e me vesti de Pirata, produzi a fantasia e conheci gente superlegal.

Depois, na Benjamin Constant, foi lá que fiz minha primeira exposição individual: “Orgânicas”.

Quando Marcos Marinho criou o Teatro Lido, essa maravilhosa alquimia de artistas de várias artes, ele me convidou para a leitura de um texto. Aceitei por ser uma leitura, pois se tivesse que decorar penso que eu não toparia (odeio decorar coisas). Creio que me sai bem porque Marquinho me chamou novamente. No ano passado li a personagem Selma do texto de Marta Medeiros e este ano eu li a personagem do coro da peça Antígona BR. de Viviane Juguero. Desde o início não perco as temporadas do Teatro Lido, exceto o ano de 2005 por causa da doença e morte de meu pai. Tenho uma peça escrita sobre um pintor que vive num manicômio que gostaria fosse lida algum dia no MEZCLA. Tenho participado também no Mezcla do ECO Performances Poéticas nas primeiras quintas-feiras do mês. Gosto muito do Café Filosófico e das noites em que se apresentam Violeiros.

Depois do arrombamento do atelier minha produção artística diminuiu, creio que por falta de espaço; atualmente só faço alguns desenhos com nanquim, acho pouco, assim, por sentir necessidade de me expressar tenho escrito poesias e alguns contos. Inscrevi duas cenas para o Festival de Cenas Curtas promovido pela FUNALFA e com a colaboração dos atores Marco Antonio de Souza (o Markito) e Marcelo Gaio as cenas serão apresentadas dia 14/11 no Espaço Diversão e Arte.

Atualmente estou ensinando Desenho e Pintura na Estação Palco. O motivo partiu do convívio no Teatro Lido que promove entre outros benefícios o intercâmbio de idéias e projetos dos participantes.

- Algum outro projeto cultural?

Estou com uma comédia escrita para três personagens à espera de atores, e gostaria de re-encenar minha peça infantil “O Tollo e a Donzela” já apresentada no Centro Bernardo Mascarenhas em 2000.

Mantenho um blog onde coloco poesia e desenhos e outro para poesias e contos.

Tenho ainda uma coleção de fotos obtidas com a câmera do celular esperando um convite para exposição. O Portal Uai (Dzai) chegou a fazer um link para as fotos que lá postei.

E a partir do dia 22/11 (até 06/01) estarei com um trabalho em exposição no Rio no Festival de Presépios (Christmas Festival 2009); um pórtico em ferro com uma cena de natal intitulado “Gloria in Excelsis Dei”. Evento patrocinado pela TV Globo, Prefeitura do Rio e Arquidiocese do Rio de Janeiro, entre outros

OBS>: pode ficar a vontade pra responder, afinal um bom texto vai depender da riqueza de detalhes que enviar

Vamos agora a algumas dicas: (não esquece de explicar de quem é e em breves palavras o porquê)

Livro

O beijo do Otário, de Alan Parker.

Comprei numa banca de saldos e fui atraída pelo autor, o conhecido Diretor de cinema. O livro é o depoimento de um gatuno, batedor de carteiras vivendo nos EUA ao tempo da grande depressão de 29.

Deliciosa leitura. Não há gatunos charmosos como os de antigamente!

Espetáculo

O último que assisti em Juiz de Fora foi As bruxas de Salém, com a ‘troupe’ da Estação Palco. Linguagem moderna, muito movimento e muito atual, pois a ambição e a ganância em qualquer território ou período histórico causam os mesmos danos.

Personagem

– Pinocchio

Após ter lido o livro Pinóquio: um livro paralelo, de Giorgio Manganelli, eu entendi porque tal personagem me impressionara quando li na infância As aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi. Para mim, Pinóquio significa o Conflito. Resolver o conflito é avançar. E superando os conflitos crescemos e nos tornamos verdadeiramente humanos.

Ator/atriz:

Anthony Quinn - inesquecível

Atriz brasileira - Regiane Alves

Diretor

TV: Jayme Monjardim

Cinema brasileiro: Irmãos Moreira Salles

Cinema estrangeiro: Fernando Meirelles

Música

Ai quem me dera, de Vinicius de Morais cantado por Clara Nunes

CD

Coletânea de clássicos baixados da Internet para ouvir no carro

Passeio de domingo

Pegar o carro e sair por aí ou parar no Mirante da BR-40 e ver as montanhas

Prato de fim de semana

Descartável

Pode escrever o que tiver a fim, inclusive um trecho de uma peça ou qualquer outro...

O CORAÇÃO DE MARIA

Sentada na pedra fria

A pensar está Maria.

Já recolheu a saudade

O seu pão de cada dia.

O coração de Maria

Em pedra se transformou

Depois que o seu grande amor

Foi embora e não voltou.

Sentada na pedra fria

A lembrar está Maria.

Já recolheu a saudade

O seu pão de cada dia.

O coração de Maria

Agora pedra tão fria

Como a fria pedra da estrada

Onde está sentada Maria.

Aguardo resposta

Beijo grande

Bruno Calixto

Repórter do Caderno Dois

Tribuna de Minas

(32) 2101-4544

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- Quem é Deise?

É uma pessoa comum, classe média que se pudesse optar seria uma condessa italiana com muita grana, pois odeia ser classe média

Fez o curso Normal que hoje é chamado Magistério e antes da formatura foi encarregada de lecionar para uma turminha de pré-primário na escola normal (privada e mantida por freiras) onde estudava – isto no Rio de Janeiro, década de 60.

- Sobre a sua saída do Rio para Juiz de Fora?

Concluído o curso, foi para Juiz de Fora onde seus pais residiam e fez vestibular para Pedagogia na FAFILE (faculdade isolada que mais tarde foi incorporada á UFJF) por ouvir o conselho do avô materno. Gostaria de ter feito História ou Jornalismo. Na verdade, queria estudar Medicina para ser Psiquiatra, pois ao conhecer o trabalho da psiquiatra Nise da Silveira ficou motivada a trabalhar com os doentes mentais, mas desistiu ao saber que precisava encarar Anatomia e seus defuntos mergulhados em formol

Em Juiz de Fora, já na Faculdade, foi trabalhar como professora substituta no jardim da Infância Mariano Procópio – a diretora era tia de sua mãe!

Para se manter dava aulas particulares também e chegou a montar com o apoio do avô um Jardim de Infância que fechou após concluir o curso de Pedagogia e voltar ao Rio de Janeiro para fazer mestrado na Fundação Getúlio Vargas já nos anos 70.

- Até você se empenhar como se empenha hoje com a arte, que caminhos percorreu e que tentativas foram feitas pensei na flora que você tinha). Frustrações, alegrias?

Por ser uma pessoa bastante criativa e inquieta experimentava diversas formas de expressão: tais como Jornalzinho da Turma no curso ginasial, Artes manuais, Artesanato com aproveitamento de caixas vazias de charutos e latas de leite em pó (ainda não se falava em reciclagem) e o Desenho.

As primeiras lições de desenho e pintura foram dadas por uma freira ainda no curso ginasial – desenhava com lápis de cera e presenteava as pessoas com os trabalhos.

No Rio de Janeiro foi admitida como professora na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e trabalhou até 1994 quando se aposentou.

Antes de se aposentar estudou em Manchester, Inglaterra e passou três meses no Japão com bolsa do Governo Japonês, passou pela COPPE/UFRJ estudando Política de Ciência e Tecnologia, mas no Brasil não se investia em C & T.

Aposentada da Universidade decidiu trabalhar com jardinagem e paisagismo em Juiz de Fora, mas logo percebeu que a cidade não estava receptiva para tal.

- Enfim, qual o primeiro passo no início da vida artística em Juiz de fora e o que é realizado até hoje por você?

Após o desabamento das Torres Gêmeas, chocada com as cenas exibidas pela TV passou a reproduzi-las em desenhos abstratos.

Mandou para um concurso em São Paulo um desenho, porém foi premiado o trabalho de um artista por lá famoso – e ao ver o trabalho vencedor constatou que seu projeto era semelhante ao vencedor, parecia cópia.

Abandonando a jardinagem dedicou-se às artes plásticas e inscreveu um desenho em nanquim para o Salão da Marinha da Sociedade de Belas Artes Antonio Parreiras (SBAAP) o qual recebeu Menção Honrosa.

Decidiu aprimorar a técnica cursando disciplinas do Departamento de Artes da UFJF e participar de vários Salões da SBAAP onde recebeu outros prêmios.

Fez a primeira exposição individual no Espaço Cultural Mezcla com a Série ‘Orgânicas’. Expôs na Reitoria da UFJF e em Porto Alegre na Kristin Gallery.

Tem trabalhos expostos no Hospital Universitário da UFJF.

Passou a realizar experimentos em Arte Digital e realizou uma exposição intitulada Poéticas Digitais, com desenhos feitos em computador no Espaço Pró Música em abril do corrente ano.

Atualmente é professora na Estação Palco ensinando Artes, Desenho e Pintura, bem como Treinamento em Habilidades Específicas para o Vestibular de Arquitetura

Pretende oferecer em julho a Oficina de Arte em Computador para Crianças na Estação Palco.

- Quais trabalhos e premiações consideram mais importantes para sua carreira. Há! Fale sobre parcerias, contatos com Funalfa, Mezcla.

Todos os trabalhos e premiações são importantes; O Mezcla é um espaço único e o meu favorito na cidade por reunir as várias artes e celebrar a cultura latino-americana.

Sou credenciada como Analista de Projetos culturais do MinC e aguardo a solução de um impasse para reabrir o meu atelier “Le Clochard”.