CIRANDA DO ÓDIO 2

Minutos depois, Rubens ali chora ao ser resgatado pelos policiais e relata o que vira e ouvira.

- E então o que acha?

- Com certeza, limpeza de arquivo.

- Mais o cara era professor e vigia.

- O que tem isso, pode ter visto ou falado algo que acharam ser perigoso.

- Como vamos saber, o velho quase diz nada.

- Para isso estamos aqui Peixoto, vamos investigar, colher provas.

O investigador começa seu trabalho com auxílio de Deivis e a recolha de provas e impressões com ajuda da científica que passa um pente fino por todo local, Rubens já esta ali por quase 3 horas a falar com e outro policial quando toca seu celular.

- Amor.

- Oi coração.

- O que houve, acordei e nada de você?

- Aconteceu algo ruim.

- O quê?

- O Bruno, meu colega de trampo, ele foi morto.

- Como assim, amor, quando como, por que?

O policial pede a atenção de Rubens que desliga o celular e segue para a delegacia.

Débora pega o celular e coloca na penteadeira, veste a camisola e segue para a sala, na estante abre uma caixa e tira um outro aparelho celular, faz uma ligação.

- Oi, deu certo, foi feito, acabei de saber, diga que foi a última, não quero mais participar dessas coisas, sim, tudo bem.

Ela desliga e quebra o aparelho, pega o chip e joga no sanitário.

Carmem ali na sua sala recebe a presença de Salles.

- E então?

- Foi feito.

- Vestigíos?

- Nenhum, quase nenhum.

- Como assim?

- Uma testemunha.

- Qual?

- O numero 3.

- Oras, sabemos que esse nunca foi um problema.

- Removemos ele?

- Não, deixe-o, por enquanto, não quero levantar suspeitas e nem tampouco o clamor público.

- O que faço agora?

- O de sempre, coisas suas, cuide de toda a papelada e outros.

- Farei isso. Assim que ele sai, Carmem pede a sua secretária a presença de uma funcionária em especial.

- Eliana.

- Bom dia dona Carmem.

- Esta despedida.

- Por que?

- Acho melhor que saia antes que eu tenha de chamar a segurança.

- Não faria isso, sabe que posso prejudica-la.

- Sim, tente, mais bem longe daqui.

- É isso que vou fazer, terás noticias minhas. Eliana sai e quando vai a sua mesa, essa já fora limpa, suas coisas estão em uma caixa perto da porta do elevador.

- Luiza, por que fez isso?

- O que foi Eliana, você pediu por isso, te avisei tanto.

- Sabe que tenho razão, essa empresa já destruiu a tantos e vai te destruir junto, me ouça amiga.

- Vá por favor, passe no RH, melhor, não precisa, tenho seus contatos e endereço, te mando o cheque de rescisão.

- Por favor, venha também amiga, não te quero a descer por todo esse lamaçal.

- Vá e logo, ja foram chamados os seguranças, adeus. A mulher sai cabisbaixa mais antes cospe no chão dali.

PRESIDENTE PRUDENTE SP, Denise circula pelas avenidas principais, trazendo na garupa de sua moto uma caixa, ela faz entregas de flores e cestas temáticas pelos comércios e residências, log seu celular toca e ela pára numa esquina embaixo de um frondoso pé de ingá.

- Oi.

- E ai amiga.

- Dani, te liguei tantas vezes.

- Problemas com o celular, sabe como são essas coisas.

- Canalha, sei é que estava com 3 numa festa ai. Risos.

- O que manda?

- Preciso de um help, me ajuda ai.

- Quanto?

- Uns 200, e ai tem jeito?

- Tudo bem, vou mandar por pix.

- Obrigadão viu. Pix feito e ela liga a moto continua suas entregas até ouvir o toque do celular novamente.

- O que foi?

- Foi feito.

- O quê?

- Aquilo.

- Quando?

- Quase agora, no inicio da manhã.

- O quê?

- Estou indo ai.

- Fazer o quê?

- Te ver.

- Acha mesmo que pode ser assim.

- Vou tentar, sabe.

- Ficou louca, só tenho isso para te dizer, fique por ai, quietinha.

- Você vai vir?

- Chego á noite.

- Vem mesmo.

- Tô te dizendo chego ai de noite, falou.

- Falou.

Débora desliga no momento que a porta é aberta, Rubens entra ali na sala ainda muito assustado com toda a situação passada.

- E o corpo?

- Que corpo amor?

- Do seu colega, no trabalho.

- Eles levaram.

- E a família?

- Liguei para a mulher dele da delegacia.

- E ela?

- Deve estar lá com o corpo.

- Você tinha que ter ficado junto amor.

- Por que?

- Ele é seu amigo ou era né.

- Eu fiquei lá até agora e fui dispensado assinei tantos papéis que nem queira saber viu.

- E a mulher?

- Me disse que na verdade é a sogra dele.

- Sogra?

- Por que?

- Tem alguma coisa errada nisso tudo, pelo que você me contou, a mulher dele era orfã.

- Eu disse isso?

- Sim.

Débora vai ao quarto e elogo retorna arrumada.

- O que é isso?

- Vamos a delegacia.

- Para quê?

- Vamos logo Rubens, essa mulher esta mentindo e eu quero saber o por que.

- Agora?

- Sim, agora.

Débora chega na delegacia olhando ao redor, Rubens ficara tentando colocar o carro em uma vaga, logo ele surge ali e encontra sua mulher quase a tocar em uma jovem, ele a pega pelo braço.

- O que esta fazendo?

- É aquela ali?

- Não, vem comigo. O casal se afasta da moça e vai em direção de uma senhora de seus 60 para lá.

- É aquela ali.

- Ela?

- Sim.

Débora se aproxima da mulher olhando aos detalhes, desde o cabelo ao sapato.

- Oi, sou Débora, esposa do Rubens, amigo de trampo do Bruno.

- Sei, o que tem?

- A senhora é o que dele?

- De quem, do morto, sou sogra ou ex sogra.

- Nossa, eu não sabia que ele era casado.

- Pois é, o mau caráter sempre foi bom em esconder suas coisas.

- Me chamo Débora.

- Sei, sou Odália, por acaso seu marido sabe onde o traste morava?

- Acho que sim, vamos perguntar para ele?

- Vamos. Odália abre um sorriso um tanto falho enquanto aperta as mãos.

- Sabe onde ele morava, ela tem de ir ao lugar, na casa dele?

- Sei, para quê?

- Acho que vai pegar uns documentos, papéis, roupas enfim coisas.

- Tá eu levo lá.

- Então vamos amor. Todos seguem para a porta de entrada quando Odália decide por entrar na sala do escrivão logo retornando com uma folha em mãos.

- O que é isso?

- A relação dos documentos que serão necessários para a liberação do corpo.

- Vamos?

- Sim.

ricoafz e IONE AZ
Enviado por ricoafz em 01/12/2022
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