Entrevista GILBERTO TAVARES FERREIRA (Videomaker) - SP

Gilberto Tavares, 32 anos, videomaker há dez, está com a bola da vez. Filmando um casamento, legendando um filme, dando workshops ou produzindo um documentário, este paulista de Marília que adotou Itaquera faz 15 anos, não perde tempo. Prorietário da Video-ROM Multimídia, virginiano obstinado, soltou o verbo para o escritor Escobar Franelas, colaborador do Jornal de Itaquera.

EF – Quando você iniciou sua carreira?

GT – Em 1989, numa pequena finalizadora, que é a firma que faz o serviço final de um filme, coisas do tipo legendar, dublar, colocar trilhas etc. Depois tive a oportunidade de comprar minha primeira câmera e não parei mais. Fazia de tudo: filmava festas, casamentos, e aproveitava para fazer algumas produções “caseiras”.

EF – Nesse período, com quem aprendeu os macetes da profissão?

GT – Quando comecei, a produção videográfica no Brasil apenas engatinhava. Aprendi muito com os profissionais do cinema e televisão que migraram para o mundo do vídeo, e com o pessoal que iniciou antes de mim, como o Marcelo Tas, o Tadeu Jungle e outros.

EF – E o que você está “fazendo” atualmente?

GT – No momento estou fazendo uma série de documentários para a Oficina Cultural Luiz Gonzaga, de São Miguel. O intuito é o registro de todos os eventos. Também estou trabalhando no projeto de um curta-metragem documental que investigue a produção poética atual.

EF – E quais os planos para o futuro?

GT – Queremos fazer um curta de ficção para o Festival do Minuto, e – principalmente – começar a trabalhar comercialmente com a produção de clipes musicais. Até julho estaremos rodando o primeiro, que é em cima de uma música do cantor e compositor Cacá Lopes.

EF – Num mundo globalizado – virtualmente plugado – o que é ser um videomaker?

GT – É levar às pessoas o impacto de visão dessa arte. Pois ser videomaker é ter esse “olho” a mais, como um cineasta, por exemlo. Mas estando mais próximo de uma realidade dinâmica e única. Isso, contudo, requer muita paixão, perspicácia, um certo domínio das novas linguagens tecnológicas e muita, mas muita sensibilidade mesmo.

Notas complementares: a) Esta entrevista originalmente foi publicada no Jornal de Itaquera, SP, capital, nº 122, ano 2, junho de 1999. b) Gilberto Tavares editou comigo o clipe “Livro dos Mortos”, da banda de rock Estátuas(Osasco, SP), em 2004. c) Juntos também dirigimos em 1999 o curta-metragem “Opus Too Modus”, que foi exibido no 22º Tokyo Video Festival. d) Os documentários produzidos para a Oficina Cultural estão disponíveis no arquivo da mesma. e) Após esta entrevista, prometi fazer o roteiro do curta sobre poesia, que até hoje não cumpri. f) Esta entrevista foi postada sem alterações(conforme original).