Entrevista com Dom Aldo Di Cillo Pagotto
- Campanha da Fraternidade 2015

 

Todo ano, na quaresma, que se inicia na quarta-feira
de cinzas, a Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) lança a Campanha da Fraternidade.
Para este ano, foi escolhido o tema “Igreja e
Sociedade” Além de incentivar a todos na busca pelo
bem comum, a campanha pretende fazer com que as
comunidades conheçam os serviços mediante os
quais a Igreja se faz presente e solidária. Sobre a
Campanha da Fraternidade 2015, confira a entrevista
com Dom Aldo Di Cillo Pagotto, arcebispo da
Paraíba e presidente do Conselho Diretor da Pastoral
da Criança.

 

A Campanha da Fraternidade deste ano, tem como tema
“Fraternidade, Igreja e Sociedade”. E como lema: “Eu vim para servir”.
Por que foi escolhido este tema e este lema?

 

A Igreja é serviçal da humanidade. Não cabe à Igreja substituir a missão do Estado, mas cabe à Igreja corroborar, colocar-se na disponibilidade, naquilo que puder para engrossar o que nós chamamos de voluntariado. E nós queremos então saber quais entidades e onde nós podemos servir, onde podemos ser úteis.
 

Qual é o objetivo principal da Campanha da Fraternidade deste ano?


A finalidade da campanha é levantar ações, associações, ONGs, clubes de serviços,
serviços voluntários, enfim, tudo aquilo que trabalhe com a caridade, com a promoção humana. Sobretudo, na área de educação e da saúde. Então visualizar isso, fazer um painel das possiblidades dos serviços voluntários e a gente ver: onde eu posso caber? Onde é meu lugar? Onde é meu espaço? E me oferecer. Isto é o que a Igreja quer fazer.

 

O que foi o Conselho Vaticano II, do qual tanto se fala nesta campanha?
 

Foi uma avaliação sobre a qualidade da nossa ação evangelizadora e pastoral, o que a
Igreja estava precisando se modernizar, se atualizar e colocar-se bem mais a serviço,
não de si mesma, mas a serviço de uma sociedade numa modernidade, onde há
avanços científicos, tecnológicos, descobertas. A Igreja precisaria estar mais e mais
como o sol que ilumina as pessoas, a luz deste amor de Deus.

 

O foco principal da campanha é o serviço. Como é possível colocar isto de forma prática em nossas comunidades?
 

É muito prática e eu agradeço sua pergunta, porque é o que nós queremos saber.
Então, na sua paróquia, que serviços existem nas pastorais chamadas pastorais
sociais? Onde eu posso caber? Não necessariamente só na Igreja, mas você pode
muito bem frequentar e dizer como serviço voluntário: “Eu quero abraçar o Hospital do Câncer, que tem milhares de coisas para fazer lá”. Na Pastoral Carcerárea, quanto tem pra fazer, para resgatar, recuperar. Tem a questão da droga, quantos pais necessitados de orientar os seus filhos e filhas... São essas coisas, bem concretas. É isso que você tem que ver. Se não tem na sua paróquia, veja na prefeitura, em determinados clubes de serviço. Na hora de fazer a caridade, você tem que ver onde você pode caber, onde que você é útil.

 

A vida em sociedade deve se basear em que
elementos, Dom Aldo?

 

Primeiríssimo lugar, a fé. A palavra de Deus noz diz como Jesus serviu. Segundo: a
santificação que Jesus promove entre as pessoas, não a violência, mas a oportunização para que todos tenham a sua qualificação e tecer a caridade. Então, nós temos tanto a palavra de Deus, como a doutrina social da Igreja, uma espécie de resumo de tudo aquilo que no Evangelho diz a respeito da caridade efetiva para as pessoas, os princípios, os valores fundamentais. Por exemplo, o amor, o respeito, a dignidade, os direitos humanos. A Igreja precisa sempre estar atenta, acompanhando as pessoas. E as necessidades das pessoas também sofrem modificações. Nós temos que estar sempre atualizados para ver como nos tornar mais úteis e necessários em épocas de transformação.

 

Alguns voluntários abandonaram seu serviço, às vezes, por picuinhas. Mas sempre é tempo de voltar, não é?
 

Nós, graças a Deus, temos temperamentos diferentes, somos diferentes, temos
sentimentos diferentes, estamos em fases diferentes. A Pastoral da Criança precisa de
muitas pessoas. Olhe para Jesus Cristo e não para o egoísmo. Para o amor, que é

muito maior. A corresponsabilidade e a generosidade são muito maiores do que
pequenas coisinhas humanas que passam, porque tudo passa.

 

Como as pessoas nas comunidades podem se organizar para realizar um gesto concreto nesta campanha?
 

Nós, na Pastoral da Criança, precisamos muito de muitos voluntários e voluntárias,
para, neste espírito de generosidade e de gratuidade, alcançarmos tantos locais de
pobreza, onde nós não conseguimos chegar ainda, por falta de pessoas que se
ofereçam. Então, a Pastoral tem as portas abertas para todos e todas que queiram
engrossar nossas fileiras.



Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Programa de Rádio 1220 - 15/02/2015 – Campanha da Fraternidade

 

Diziam as más linguas que Dom Aldo não gostava de pobres, no entanto foi um dos religiosos que mais batalhou pelo fim da pobreza. Como presidente da Pastoral da Criança e sempre se engajando na luta pelos direitos iguais para todos através dos Projetos Sociais. 

 

PASTORAL DA CRIANÇA - PROGRAMA DE RÁDIO VIVA A VIDA
Enviado por Nair Lúcia de Britto em 07/11/2021
Reeditado em 17/11/2021
Código do texto: T7380666
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