Os contos de Encontros com a autora Silvia Schmidt
Por Shirley M. Cavalcante (SMC)
Silvia Schmidt é natural de São Paulo, morou no Nordeste e Sul do Brasil, saindo de Florianópolis em 2000 em voos mais ousados para Inglaterra e EUA, com o objetivo de estudar o idioma inglês. Formou-se em Letras em Lorena-SP. Especializou-se em Comunicação e Semiótica na PUC/SP, Sociologia e Política/ USP, e Ontopsicologia em SC. Por 16 anos ministrou aulas de Literatura Brasileira. Em 2014 cria a editora para livros eletrônicos a Símbol@Digital quando lança seu romance de estreia Duty Free (2000) em formato epub durante residência artística na CASA DO SOL, em Campinas, no IHH (Instituto Hilda Hilst). Em 2017 ao entrar no coletivo Mulherio das Letras, cria a #LivrariaMulherio das Letras, espaço digital e físico nas cidades de Poços de Caldas-MG e Paraty-RJ para comercialização e distribuição de obras literárias, desde 2018. É curadora em revistas digitais e festivais internacionais de literatura e cinema.
“É um livro cuja tessitura foi realizada também a partir de muitas práticas de meditação dinâmica e transcendental. Estas dando-me o mote, o ímpeto e muitos dos símbolos presentes em seus personagens.”
Boa Leitura!
Escritora Silvia Schmidt, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como se deu o início e desenvolvimento da escrita em sua carreira literária?
Silvia Schmidt - Grata, amigos editores da Revista Divulga Escritor é uma alegria e com gratidão ter esta oportunidade de falar sobre minha carreira assim como divulgar meus trabalhos em literatura e edição.
Bem, como toda menina romântica, comecei meu processo de escrita envolta em meus diários, cartas e poemas. Diariamente a registrar as histórias do dia a dia, meus desejos de adolescente, os segredos desta fase tão intensa. E foi bom, hoje vejo que após adquirida a alfabetização jamais deixei de escrever. Daí veio a sala de aula e uma produção mais técnica dentro do curso de Letras e mais tarde Comunicação e Semiótica, Sociologia, exigindo-me mais elaboração na consciência da Língua e da Linguagem. Percebi-me aí poeta verbovocovisual e os primeiros poemas nesta percepção não demoraram a surgir. O que viria a formar meu primeiro livro- assim ao gosto do concretismo. Do qual muito me orgulho, mas este por conta do trabalho editorial exigente ainda não foi publicado. Vejam vocês, meu livro mais iconográfico é um livro ainda inédito. Daí por ordem surgiram os romances, hoje editados e lançados de modo autoral. São dois, de uma trilogia, um livro de contos recém lançado. Dois de poesia. E um de ensaio em grande progresso.
Quais temáticas estão sendo abordadas em seu livro de contos “EnCONTrOS – uma cartografia do tempo”?
Silvia Schmidt - Os contos de Encontros, surgiram entre cortando a narrativa mais longa dos romances, estes mais exigentes pelo teor tempo-espaço. Daí que para arrefecer me desta coisa que é a paciência para editar e lançá-los fui criando novas narrativas e pequenas, ora mais extensas, já num conceito mais atualizado das coisas que eu ai vivenciando, percebendo e assim contando. Quando vi, havia material suficiente para um livro- dividido em encontros oníricos onde narro minhas experiências com o universo paralelo e vívido, em astral, ou não, em encontros super realistas. Assim como encontros na vida real que dei o nome de Encontros de Alma, em poetas. Esta parte II nitidamente autobiográfico o que é uma das minhas vertentes, desde 2000. Encontros uma cartografia do tempo é um livro de travessias e travessuras...rsrs dentro do contexto linguagem, pois mais inovadores no formato da escrita.
Apresente-nos o livro
Silvia Schmidt - Em “Encontros” temos uma narrativa permeada de hibridismos, de sentimentos inusitados que de modo orgânico se manifestam através de várias personagens em pleno expansão da consciência de si e do outro em momentos de estado rem-rapid eyes moviment. São encontros em astral, e, ou, em universo onírico e cujo estado de memória é ali praticamente objetivado para dar noção da vivacidade destes encontros. Amigas, e ou amantes, impulsionados pelo desejo de suas pulsões em pleno sonho. São contos que falam da realidade filtrada e do espírito de uma época como no conto Pachamama por exemplo. Em Poetas há a conexão espiritual entre duas mulheres em local histórico e o que as une além de um acontecimento familiar é também a poesia em seus diferentes gêneros. O tempo-espaço é repensado em dimensões outras e por isso super atual.
Quais características foram analisadas e levadas em consideração para escolha do título da obra?
Silvia Schmidt - Ah muitas coisas e vertentes científicas como a física quântica, dentro do conceito lei da atração muito em voga nos anos 2000, assim como hibridismo literário como gêneros preguiçosos e não tanto assim já que poesia e prosa podem e devem dialogar; também a filosofia dos afetos potentes de Deleuse e Guatari- daí o termo \cartografia- este mapa de atrativos em total conexão fisico-espacial. Ou seja, somos o que desejamos e o que desejamos nos tornamos. É um livro cuja tessitura foi realizada também a partir de muitas práticas de meditação dinâmica e transcendental. Estas dando-me o mote, o ímpeto e muitos dos símbolos presentes em seus personagens. A bem-aventurança em rotação. Oriente e Ocidente no devir.
O que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia os textos?
Silvia Schmidt - O que mais me chama a atenção é o seu caráter de ineditismo - ou seja temas que agora e mais recentemente tem sido observado pela Ciência como o poder de projeção assim como de visualizar em si e de modo claro nossos sentimentos emoções e desejos. O poder do sonho. Do ato de sonhar.
Onde podemos comprar o seu livro?
Silvia Schmidt - Meus livros podem ser adquiridos nas redes sociais em especial via direct da @livrariamulherio no Instagram ou comigo no meu perfil @silschmidt no Facebook. Sempre me encontram e a partir destes também podem ler trechos, postagens e convites para novos lançamentos. Entrevistas e ou colaborações para revistas digitais.
Além de “EnCONTrOS – uma Cartografia do tempo” você tem outros livros publicados, apresente-nos os títulos?
Silvia Schmidt - Sim:
Os romances “Duty Free” lançado em 2014 em formato digital e depois impresso em 2018 e “Made in Brasil” lançado em 2019: os livros de poesia contemporânea: “Baladas para ou um caderno do Mal 2017”; “Circunstâncias - uma polifonia do pensar 2018”.
Quais os seus próximos projetos literários?
Silvia Schmidt - Em progresso o livro de ensaios: Mil Pétalas Púrpuras 2021 e finalizar a trilogia com o romance Jennifer´s house, este que já está escaletado desde 2004.
Apresente-nos a Livraria Mulherio das Letras. Quem desejar como deve fazer para vender seus livros por meio da livraria?
Silvia Schmidt - A Livraria Mulherio é uma iniciativa minha dentro do movimento feminista iniciado em meados de 2017 em rede social, o Mulherio das Letras. Somos hoje mais de sete mil escritoras, voltadas para a produção livresca em toda a sua cadeia ou melhor ações, desde a criação de novas redes, editoras, curadoria para festivais, lançamentos e encontros nacionais. A #LivrariaMulherio realizou ações em todos estes níveis catalogando escritoras, realizando entrevistas, chamadas para coletâneas assim como leituras e sarau, elaboração de mesas com curadoria especializada em interseccionalizar conhecimento.
A #LivrariaMulherio vende, circula, apresenta e ou faz o necessário para a produção literária brasileira e também para que mulheres fora do Brasil possam ter visibilidade. Somos muitas e juntas mais fortes.
Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Silvia Schmidt. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Silvia Schmidt - Meu desejo é que todos procurem ler mais, adquirir livros em boas livrarias e sebos e via autores nas redes de modo mais fácil sem tantas taxações e para isso precisamos exigir de nossos representantes ações políticas para a democratização de toda a cadeia do livro. Educação livresca, produção intelectual e textual por meio de novas editoras. Prêmios mais frequentes e de boa valia para o escritor cuja trabalho é imenso. Solitário sim. De frescor social e transformador de nossos perceptos e afectos como dizem Deleuze e Guatari. Revolucionários por que não... muito além de se entreter nesta produção ser potente em sua capacitação como leitor. Cidadão. Eis aí minha mensagem. Grata a vocês contem comigo para novas entrevistas e ou colaboração.
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