UM BATE PAPO LITERÁRIO COM BRUNNO VIANNA

BRUNNO VIANNA é historiador com especialização em História e Cultura da América Latina. É poeta, prosador e dramaturgo. Publicou três livros de forma independente (Poesia, Poesia 2 e Cartas para a Cidade). Venceu o Concurso Literário Machado de Assis (2008), o I Concurso de Poesia Instantânea (2016), e o VIII Concurso Internacional La Vida Es Poesía (2016). Foi finalista do I Concurso de Crônicas Cariocas (2016) e participou dos projetos Estado Poético, do governo do Estado do Rio de Janeiro (2020) e Literatura de Circunstâncias, da Universidade Federal de Roraima (2020). Seu livro mais recente é Cartas Para a Cidade (2020).

“CARTAS PARA A CIDADE” é uma coletânea de prosas que falam sobre o tempo e o espaço, sobre as transformações nas pessoas e nas cidades.

1) O QUE TE LEVOU A ESCREVER “CARTAS PARA A CIDADE”?

Uma necessidade de renovação. Tenho doze anos de carreira literária. Meu primeiro livro solo, 2013, e o segundo, 2015. Ambos foram de poesia. Voltei a publicar um livro meu em 2020. Depois de cinco anos sem publicar eu precisava trazer uma novidade. Então, reuni algumas crônicas, alguns contos e assim nasceu “CARTAS PARA A CIDADE”.

2) EM “CARTAS PARA A CIDADE” TEM ALGUM PERSONAGEM QUE VOCÊ SE INSPIROU EM ALGUÉM? QUEM SERIA?

Cartas para a Cidade não é uma história só, mas alguns contos e crônicas que de alguma forma se complementam. Para criar os personagens dessas histórias não me inspirei em pessoas que conheço, mas algumas foram inspiradas em situações que vivenciei ou que me contaram. Uma dessas situações está na crônica “CONFUSÃO NO ÔNIBUS”.

3) NO MOMENTO DA CRIAÇÃO DOS SEUS PERSONAGENS O QUE NÃO PODE FALTAR?

Humanidade, transformação e recordações. Todos os personagens são muito humanos, carregam memórias que influenciam em suas ações.

4) EM “CARTAS PARA A CIDADE” O QUE GOSTARIA DE MUDAR, CASO FOSSE PUBLICADO DAQUI A UNS MESES? POR QUÊ?

A princípio, nada. Talvez eu acrescentasse mais textos, textos que escrevi posteriormente.

5) ALGUM COMENTÁRIO DE ALGUM LEITOR QUE TE EMOCIONOU PELO DEPOIMENTO DADO AO SEU LIVRO? QUAL SERIA?

Vários comentários. São comentários vindo de meus professores como Bruno Silva, de ex alunos como Carlos Felipe, de amigos escritores como Guilherme Lapot, Clodoaldo Lima e Antônio Evangelista. Antônio Evangelista chegou a comentar que “Cartas Para a Cidade” carrega as sementes da comunicação, conectando tempo, lugares e pessoas. Cito também a leitora Rosângela Cunha que fez uma crítica sobre o livro e leu diversas vezes. O mais engraçado é que quando pergunto de qual texto a pessoa mais gostou, cada uma cita um texto diferente.

6) COMO FOI O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE “CARTAS PARA A CIDADE”?

Foi bem rápido, pois quando decidi publicar essa coletânea, alguns textos como “Confusão no Ônibus”, “Esconderijo” e “Promoção do Dia” já estavam prontos. O mais difícil foi decidir qual seria o primeiro texto do livro.

7) O QUE MUDOU NA SUA VIDA APÓS O LANÇAMENTO DO LIVRO “CARTAS PARA A CIDADE”?

A autoconfiança. Todas as críticas e apontamentos foram muito satisfatórios. Já não tenho tanto medo de arriscar.

8) O QUE VOCÊ COSTUMA FAZER QUANDO ESTÁ ESCREVENDO UM LIVRO?

Depende muito do livro. Tem livro que precisa de barulho, tem livro que precisa de silêncio.

9) O QUE VOCÊ COSTUMA “NÃO” FAZER QUANDO ESTÁ ESCREVENDO UM LIVRO?

Deixar o celular ligado.

10) ENTRE TODAS SUAS OBRAS LITÉRIAS, VOCÊ CONSEGUERIA IDENFICAR O GÊNERO NARRATIVO PARA O SEU PÚBLICO?

Eu acho que as pessoas estão gostando mais dos contos.

11) QUAL A CENA DO SEU LIVRO TE EMOCIONOU?

Foi o conto “Esconderijo”, pois aborda a situação dos refugiados. Um dos poucos textos em que precisei fazer uma pequena pesquisa. “A Matemática”, “O Amor e a Guerra” também me emocionam. Outro que acho especial é “Confusão no Ônibus”, por ser a primeira crônica a ser escrita e finalista de um concurso literário.

12) QUAL A CENA DO SEU LIVRO QUE TE DEU TRABALHO PARA ESCREVER E TE TOMOU HORAS PARA CONCLUI-LA?

“Esconderijo” deu muito trabalho pelo fato da narrativa variar entre a primeira e a terceira pessoa.

13) DENTRE AS SUAS OBRAS LITERÁRIAS, QUAIS DELAS MAIS TE MARCOU?

É difícil responder. Quanto aos livros, “Cartas para a Cidade” está tendo um feedback maior, embora os livros de poesias sejam mais procurados. Quanto aos textos, tenho um carinho especial pelo poema “Abraço”.

14) VOCÊ COSTUMA REPETIR NOME DE PERSONAGENS NOUTROS LIVROS, MESMO QUE NÃO SEJAM OS MESMOS? QUAIS?

Não tenho.

15) QUE AUTOR TE INSPIRA?

Um só? São muitos! Na poesia, Mário Quintana. Na prosa poética, Clarice Lispector. No conto, Machado de Assis. Cito também o meu amigo Airton Souza. O livro dele “Ser não sendo” mexe muito comigo.

16) QUE AUTORES CONTEMPORÂNEOS VOCÊ INCENTIVARIA SEUS LEITORES A LEREM?

Jean Carlo Barusso, Suzana Jorge, Vera Bastos, Cláudia Pinto e Klara Rakal por serem autores de alguns dos últimos livros que li. Foram leituras bem rápidas, então, acredito que mesmo quem não tem o hábito da leitura vai gostar de ler.

17) AOS LEITORES QUE TE CONHECERAM AGORA, MAS QUE NÃO LERAM SUAS OBRAS QUE PALAVRAS DE INCENTIVOS VOCÊ TROCARIA COM ELES AGORA, NA ESPERANÇA DE PRESTIGIAREM SUAS OBRAS?

“CARTAS PARA A CIDADE” fala das transformações do homem no tempo, os medos do homem, sobretudo, o de envelhecer, as relações humanas. Falo sobre pessoas que mudam de cidades e até de países em busca da sobrevivência. Falo do ego, da vaidade, da saudade. Cada crônica, cada conto toca em um ponto do ser humano e as pessoas acabam se identificando com uma história ou outra.

18) AONDE PODEMOS ENCONTRAR SEUS LIVROS?

“Poesia”, “Poesia 2” e “Cartas para a Cidade” podem ser encontrados no site Clube de Autores. Quem quiser com dedicatória pode falar comigo. Também tenho algumas antologias que participei disponíveis. Meu facebook é https://web.facebook.com/brunno.vianna.1/, o Instagram @brunnoviannarj e o e-mail é brunno_vianna@yahoo.com.br

19) UMA PALAVRA QUE TE DEFINE?

Reconstrução

20) UM ASSUNTO QUE JAMAIS ABORDARIA NOS SEUS LIVROS? POR QUÊ?

Eu entendo que abordar é uma coisa e incentivar é outra. Eu jamais incentivaria qualquer forma de discriminação ou violência com quem quer que seja. Mas posso abordar a violência, a violência física, a psicológica, a guerra, que acaba afetando as relações sociais. Isso eu faço em “Cartas para a Cidade”. Acho que podemos falar de tudo, porém, mais importante do que falar é a forma como se fala. É preciso ter cautela.

21) TOPARIA CRIAR UMA ACRÓSTICO COM A PALAVRA LITERATURA?

L - línguas que calam

I - incertezas

T - textos que falam

E - entre linhas

R - rastros de vozes

A - alimentam

T - teu coração vazio

U- uma estrela deságua do peito

R - rumo ao rio

A - aquece as ideias, esquece o tempo e mergulha no que se é.