Entrevista com a autora Catarina Dinis
Entrevista
ICE- O que é para si a poesia? E o que é para si um poeta?
Catarina Dinis- Pessoalmente a poesia é a arte de sentir, o que o mundo nos ensina, com palavras e pontuações. É uma arte de transcendência, da verdade e da imaginação em que um poeta vive constantemente.
ICE-Como foi o seu primeiro contacto com a poesia?
Catarina Dinis- Sempre fui apreciadora de livros e inclusivamente tenho uma passagem de bebé ser famosa por comer “livros”… onde eu estivesse sempre havia algum. No entanto que tenha consciência foi de adorar ler as rimas dos livros da primária com Sophia de Mello Breyner, Miguel Torga, Agostina Bessa Luís e mais tarde aos 11 anos já lia Camões e Fernando Pessoa e comecei a rascunhar por volta dos 13 anos.
ICE-Escreve apenas poesia ou também tem interesse por outro género literário?
Catarina Dinis- Sim. Tenho guardado nos rascunhos diversos contos e histórias de amor assim como Histórias e poemas infantis que inclusive durante 4 anos dei voz a eles.
ICE-Prefere escrever quando está sozinho ou a vida que o/a rodeia é também a sua inspiração?
Catarina Dinis- Escrevo em qualquer altura do dia ou da noite, costumo ter sempre algum livro de rascunho e caneta. Por vezes vem pequenas frases que mais tarde adapto e construi-o. Posso também ir buscar a inspiração a algum momento do passado ou situação e dar-lhe vida momentaneamente. Também com o passar dos anos comecei a escrever não só da minha inspiração própria mas sim temas que são propostos e eu considero isto algo aliciante, diferente para a construção da escrita e percurso literário.
ICE-A que autor(es) escreveria um poema em agradecimento ou homenagem pela inspiração que lhe transmitiu?
Catarina Dinis- No mar encontrei o amor,
Na paisagem bucólica me perdi,
No céu infinito avassalador,
Palavras que escreveram os Grandes e eu vivi.
ICE-Alguma vez quis ou sentiu a necessidade de frequentar um curso de escrita criativa?
Catarina Dinis- Sim e já o fiz, no entanto foi apenas aprendizagem, como costumo dizer é sempre necessário na nossa vida alimentar a alma com sabedoria.
ICE- Gosta mais de livros físicos ou os livros digitais (e-books)?
Catarina Dinis- Vou-me acostumando aos livros digitais, mas quando quero ler mesmo bem, com sentimento, nada como o cheiro do papel entre as mãos a desafiar os sentimentos do autor.
ICE-Quando começa a escrever, já sabe como vai terminar o seu poema? Ou vai criando à medida que escreve?
Catarina Dinis- Não penso em como vai terminar e por isso lá foram ficando alguns por continuar, a literatura, a poesia é como a vida deixar tudo em aberto, existem tantos percursos. Já me aconteceu, ter algo que escrevi em poema e passar a crónica, ou uma cronica passar a uma história.
ICE-Quais são os seus autores preferidos (nacionais ou estrangeiros)?
Catarina Dinis- Nacionais como referi Sophia de Mello Breyner que me ensinou a ver mil mares,
Miguel Torga, Camões, Fernando Pessoa e com preferência por um dos heterónimos Alberto Caeiro, Agostina Bessa Luis, Alexandre O´Neill, Florbela Espanca, Rosa Lobato Faria.
De seguida autores mexicanos como Octavio Paz, Juana Inês de La Cruz, Jaime Sabinas, Laura Esquivel e Ignacio Altamirano.
ICE- Tem alguma obra publicada ou que gostasse de vir a publicar? Quer falar-nos desses projetos?
Catarina Dinis- Em 2015 publiquei o meu primeiro livro de poesia Idílio, que retrata alguns dos instantes que mudaram a minha vida ou inclusive questões que fiz a mim própria.
Gostaria ainda de publicar mais livros tanto de poesia como as histórias infantis e as histórias de romance.