Entrevista com a autora Inácia Pacheco

Entrevista

ICE- O que é para si a poesia? E o que é para si um poeta?

Inácia Pacheco - Para mim a poesia é uma segunda pele. É liberdade, é voo. É um lugar secreto, onde me exponho e onde me abrigo. O que é um poeta? Um poeta é um escultor de palavras com asas no coração.

ICE-Como foi o seu primeiro contacto com a poesia?

Inácia Pacheco - O meu primeiro encontro com a poesia, não sei se fui eu que a encontrei se foi ela que me procurou. Penso que é algo que nos habita. E um dia, espreita pela janela e diz: olá, estou aqui. Não a vemos, mas sentimos que é ali o seu lugar.

ICE-Escreve apenas poesia ou também tem interesse por outro género literário?

Inácia Pacheco - Interesso-me por todo o género de literatura mas o que escrevo é poesia, contos e pequenas histórias que me ocorrem, sobre mim, sobre a vida...

ICE-Prefere escrever quando está sozinho/a ou a vida que o/a rodeia é também a sua inspiração?

Inácia Pacheco – Para mim, escrever é sempre um ato solitário, claro que a vida que me rodeia, bonita ou feia, é uma inspiração, mas retenho esses momentos e quando estou sozinha volto lá e eles estão todos ali.

ICE-A que autor(es) escreveria um poema em agradecimento ou homenagem pela inspiração que lhe transmitiu?

Inácia Pacheco – Gosto de poesia, gosto de poetas. Mas homenageava Eugénio de Andrade, Sophia de Melo Breyner e Mia couto.

ICE-Alguma vez quis ou sentiu a necessidade de frequentar um curso de escrita criativa?

Inácia Pacheco – Tive aulas de escrita criativa numa Universidade Sénior, que agora não podendo ser presencial, continuam online

ICE- Gosta mais de livros físicos ou os livros digitais (e-books)?

Inácia Pacheco – Gosto de ler livros físicos, porque gosto de livros. Gosto de entrar nas livrarias, gosto do cheiro, do toque. Gosto de namorar o livro antes de o ler.

ICE-Quando começa a escrever, já sabe como vai terminar o seu poema? Ou vai criando à medida que escreve?

Inácia Pacheco – Não tenho um método específico de escrita. Posso começar pelo princípio, pelo fim, pelo meio. Sigo as minhas emoções. E as palavras vão aparecendo, vão procurando o seu lugar e descobrindo o que querem dizer.

ICE-Quais são os seus autores preferidos (nacionais ou estrangeiros)?

Inácia Pacheco – Gosto de muitos autores e gosto de me surpreender com autores que não conheço. Mas tenho algumas paixões, porque com eles desenvolvi o gosto pela leitura. Posso dizer: José Saramago, Manuel da Fonseca, José Cardoso Pires, Isabel Allende, Gabriel Garcia Marquez, Luís Spúlveda, mas podia dizer mais.

ICE- Tem alguma obra publicada ou que gostasse de vir a publicar? Quer falar-nos desses projetos?

Inácia Pacheco – Obra publicada. Tenho um livro de poesia que publiquei em 2018. “Nenhum Deserto é Árido”, um título que lhe fica bem por ser o primeiro. Tenho poemas em várias Antologias e um conto, premiado e publicado pelo Museu do Aljube, também em 2018. Projetos? Só na minha cabeça, gostava de publicar mais. Espero a oportunidade.