Entrevista com o autor Manuel Trigo

Entrevista

ICE- O que é para si a poesia? E o que é para si um poeta?

Manuel Trigo- A poesia é como o nosso respirar. É o ar que nos dá alento e vida. É inspiração porque procuramos ver em todas as coisas alguma caraterística da beleza e dos sentimentos. É expiração porque gostamos de transmitir isso para os outros. E o poeta é um fotógrafo que capta o momento e, além disso, transforma-o em arte.

ICE-Como foi o seu primeiro contacto com a poesia?

Manuel Trigo- O meu primeiro contacto com a poesia foi no Ensino Básico (que se denominava na altura “ensino primário”). Sempre gostei de escrever pequenos poemas nas mais diversas ocasiões. Mais tarde descobri os grandes poetas portugueses e universais.

ICE-Escreve apenas poesia ou também tem interesse por outro género literário?

Manuel Trigo- Gosto também de contos, romances, policiais e ensaios. Tenho algumas ideias para concretizar determinados projetos, mas apenas em fase de laboração e fermentação.

ICE-Prefere escrever quando está sozinho ou a vida que o/a rodeia é também a sua inspiração?

Manuel Trigo- Toda a vida que nos rodeia serve de fonte de inspiração. Torna-se necessário ver todo o lado positivo ou, por vezes, negativo em cada episódio das nossas vidas.

ICE-A que autor(es) escreveria um poema em agradecimento ou homenagem pela inspiração que lhe transmitiu?

Manuel Trigo- Temos muitos e bons autores em Língua Portuguesa (e outros tantos em línguas estrangeiras, principalmente em Inglês, Alemão e Francês) mas destacaria dois com quem sinto maiores afinidades - o enorme Fernando Pessoa e Sebastião da Gama.

ICE-Alguma vez quis ou sentiu a necessidade de frequentar um curso de escrita criativa?

Manuel Trigo- Não pensei seriamente em tal facto, tenho procurado seguir um pouco a via do autodidatismo.

ICE- Gosta mais de livros físicos ou os livros digitais (e-books)?

Manuel Trigo- Nunca dispensaria o bom livro físico, pois é diferente e permite-nos sensações que não podemos experimentar por via digital (o tacto, o olfato, a cor, a textura, etc.).

ICE-Quando começa a escrever, já sabe como vai terminar o seu poema? Ou vai criando à medida que escreve?

Manuel Trigo- Normalmente torna-se um trabalho faseado. Vou criando embora, no final e na altura em que releio o que escrevo, faço (ou não) algumas alterações. E nunca sei como irá terminar o poema.

ICE-Quais são os seus autores preferidos (nacionais ou estrangeiros)?

Manuel Trigo- Já referi, alguns dos meus autores nacionais preferidos, como Fernando Pessoa, Sebastião da Gama, mas também Luís de Camões, Cesário Verde, Eça de Queiroz, Aquilino Ribeiro, Miguel Torga, Sophia Andresen, Florbela Espanca, Ary dos Santos, Herberto Hélder, Manuel Alegre e uma lista quase infinita. Quanto a autores estrangeiros, referiria, entre outros, Shakespeare, Milton, Edgar Alan Poe, Thomas Mann, Gunter Grass, poetas românticos alemães e outros menos conhecidos.

ICE- Tem alguma obra publicada ou que gostasse de vir a publicar? Quer falar-nos desses projetos?

Manuel Trigo- Sim. Tenho vários poemas que fui guardando e, pelo menos, um projeto de um romance de ficção. Não tenho ainda nenhuma obra publicada, mas tenho uma dissertação de mestrado que ainda gostaria de ver publicada. É de uma autora e poetisa norte-americana, Jessica Powers.