Entrevista com o autor Rafael Matos

Entrevista

ICE- O que é para si a poesia? E o que é para si um poeta?

Rafael Matos- Poesia é uma arte. Há quem pinte para se exprimir, há quem dance para se libertar, a poesia é uma mistura das duas. Claro que não é qualquer um que é poeta. A poesia é uma arte de expressão e libertação, no entanto ser poeta é muito mais que isso- é brincar com as palavras, expor o nosso dia a dia jogando com figuras de estilo, rimas, versos em branco, ainda de forma a que o leitor se relacione e se apaixone.

ICE-Como foi o seu primeiro contacto com a poesia?

Rafael Matos- Honestamente não sei. Escrevo poesia desde que me lembro, no entanto posso afirmar que o meu marco de afirmação na poesia foi aos 11 anos quando escrevi um poema chamado Metamorfose para um recital na escola. Lembro-me da sensação de ler o poema em alto e de ficar seguro de que aquilo que eu estava a proclamar tocou a plateia.

ICE-Escreve apenas poesia ou também tem interesse por outro género literário?

Rafael Matos- Escrevo principalmente poesia, no entanto também já tive blogs nos quais optava principalmente pela narrativa. Já me aventurei na prosa poética, ficção, fantasia, entre outros. É bom quando há um cruzamento entre os vários estilos de escrita, o que parece impossível, mas não é.

ICE-Prefere escrever quando está sozinho ou a vida que o/a rodeia é também a sua inspiração?

Rafael Matos- Em ambas as situações. Por vezes opto por estar sozinho e refugiar-me na poesia como força de expressão de sentimentos e de pensamentos, no entanto muitas vezes quando dou por mim vou a andar na rua, algo me capta a atenção ou lembro-me de uma palavra e começo a escrever.

ICE-A que autor(es) escreveria um poema em agradecimento ou homenagem pela inspiração que lhe transmitiu?

Rafael Matos- Primeiramente à minha mãe, que nunca publicou nada, mas sei que esta paixão foi me transmitida por ela de alguma forma.

Depois ao Pedro dos Santos, que sempre me apoiou, educou como poeta e que sempre acreditou em mim.

Por fim, mas igualmente importante, ao meu patrono Tomás António Gonzaga por sermos companheiros de luta na vida e por toda a incompreensão que ambos sentimos.

ICE-Alguma vez quis ou sentiu a necessidade de frequentar um curso de escrita criativa?

Rafael Matos- Já quis, mas nunca senti necessidade.

ICE- Gosta mais de livros físicos ou os livros digitais (e-books)?

Rafael Matos- Os tempos evoluem e a vida muda e, por isso, penso que, apesar de amar livros físicos, os digitais são, hoje, uma grande ferramenta.

ICE-Quando começa a escrever, já sabe como vai terminar o seu poema? Ou vai criando à medida que escreve?

Rafael Matos- Depende da altura em que escrevo e com que intenção escrevo. Normalmente vou criando à medida que escrevo, no entanto, antes de começar a escrever já fiz algumas ligações entre palavras ou ideias mentalmente que quero expressar no poema.

ICE-Quais são os seus autores preferidos (nacionais ou estrangeiros)?

Rafael Matos- Pedro dos Santos, Fernando Pessoa, Luís Camões, Amália Rodrigues, António Variações, Tomás Gonzaga, entre outros.

ICE- Tem alguma obra publicada ou que gostasse de vir a publicar? Quer falar-nos desses projetos?

Rafael Matos- Tenho duas obras publicadas- “In Our Soul” que é uma compilação de poemas que fui escrevendo ao longo dos anos; “Tanto para dizer” que mostra exatamente o que o título transmite- o que devia ter dito e não disse. Encontro-me a escrever novos livros, sendo um de poesia que irá essencialmente mostrar a minha evolução enquanto poeta, vários de ficção e de crimes reais. Escrevi também mais recentemente uma banda desenhada sobre um dos temas mais discutidos na atualidade que estará para sair em breve.