Entrevista com a autora Rosa Maria Santos

Entrevista

ICE- O que é para si a poesia? E o que é para si um poeta?

Rosa Maria Santos- Poesia, palavras soltas, que soltas nada valem, mas que quando juntas transmitem alegria a quem as lê.

Assim é poesia: um mundo, diferente, um mundo de quimera, fantasia, cheio de sonhos, ideais frustrados, quiçá, alcançados. Por mais que queiram amordaçar a poesia, ela está viva e forte no coração de quem ama, na alma do poeta, o construtor de sonhos.

Há na poesia a essência das flores, a doçura do mel, a aspereza do absinto, a ternura que brota de corações famintos de amor e por mais que seja triste, nostalgia, saudosista, transmite sempre sensações e sentimentos que inspiram nossas almas e criam em nós essa vontade firme de lutar e vencer. É o criar e o recriar do nosso ser, um mundo de sensações e paixões onde flutua a nossa alma, a raiz de todo o pensamento.

O poeta vislumbra o infinito, percorre-o com imaginação, sem atropelos, com a magia que o transporta a lugares desconhecidos…

As musas proliferam na alma do poeta, o amor vive no seu subconsciente, em paz, em harmonia plena, onde cada momento se faz poema.

O poeta é inconstante. Conquista após conquista, cada palavra usada, cada frase que vive, cada pensamento, a alegria da descoberta, o malabarismo das palavras está na sua imaginação, palavras adestradas, domesticadas, que provoca o seu delírio em cada verso, em cada estrofe, em cada renascer.

Nas suas mãos as palavras vibram. Paradigma da mudança do universo, de tudo o que o gira, num rodopio de palavras que alucinam e espantam.

ICE-Como foi o seu primeiro contacto com a poesia?

Rosa Maria Santos- Quando era criança, a minha avó materna contava fabulas, pequenos contos, e gostava de cantar ao desafio, ia componde quadras rimadas. Eu fascinada sorvia cada palavra que ia ouvindo e almejava um dia ter alma e poeta como ela tinha.

ICE-Escreve apenas poesia ou também tem interesse por outro género literário?

Rosa Maria Santos- Gosto de escrever poesia e gosto de escrever contos infantojuvenis, ultimamente escrevi um romance “Vidas Suspensas”.

ICE-Prefere escrever quando está sozinho ou a vida que o/a rodeia é também a sua inspiração?

Rosa Maria Santos- Escrevo em qualquer momento, mas, prefiro escrever quando estou sozinha, durante a noite, quando estou mais livre para o fazer.

ICE-A que autor(es) escreveria um poema em agradecimento ou homenagem pela inspiração que lhe transmitiu?

Rosa Maria Santos- Escreveria um poema a vários autores, Florbela Espanca, Miguel Torga, Luís de Camões, Fernando Pessoa, entre outros.

ICE-Alguma vez quis ou sentiu a necessidade de frequentar um curso de escrita criativa?

Rosa Maria Santos- Já pensei nisso, mas nunca frequentei.

ICE- Gosta mais de livros físicos ou os livros digitais (e-books)?

Rosa Maria Santos- Gosto dos dois, tanto do físico, como de ebook. Tenho 1 livro físico de poesia, “Rosa jasmim” editado em julho 2018. Na minha biblioteca issuu, tenho mais de 40 ebooks, de vários géneros literários, poesia, contos infantojuvenis e cónicas.

ICE-Quando começa a escrever, já sabe como vai terminar o seu poema? Ou vai criando à medida que escreve?

Rosa Maria Santos- Quando começo a escrever um poema, não sei como vai terminar, vai saindo o que a minha alma dita. Quando começo a escrever um conto, vou criando conforme se desenrola a história.

ICE-Quais são os seus autores preferidos (nacionais ou estrangeiros)?

Rosa Maria Santos- São muitos os meus autores preferidos, Luís de Camões, Florbela Espanca, Miguel Torga, Bocage, Camilo Castelo Branco etc..

Alexandre Dumas, Antoine de Saint-Exupéry, Jean de La Fontaine, Ernest Miller Hemingway, entre outros.

ICE- Tem alguma obra publicada ou que gostasse de vir a publicar? Quer falar-nos desses projetos?

Rosa Maria Santos- Como já referi atrás, tenho um livro físico com o título” Rosa jasmim”, editado em julho de 2018. Brevemente, penso editar um romance - “Vidas Suspensas” - e tenho um projeto de um livro infantojuvenil, cujo título vai ser “Histórias da Bolachinha”. Estamos a viver tempos conturbados. Assim, quando este confinamento terminar, irei trabalhar para concretizar os meus projetos literários. Até lá, publicarei os meus contos infantojuvenis em e-book, na minha biblioteca digital alojada na plataforma do Issuu.