Eduardo Marinho o desconstrutor do agora
Um homem, humano que humaniza a humanidade. Observando a tua essência é possível vislumbrar o futuro ainda por vir. Filosofia é resumo diante do texto complexo dos paradigmas quebrados e apresentados por suas escolhas e vivências. Obrigado por ajudar na verticalização das reflexões que pairam os contextos que estruturam esta sociedade.
Dialogando com Eduardo Marinho
Dhiogo: A sua arte é um grito que rompe com a razão, promovendo os sentimentos, ampliando os desejos que quebram com os padrões, desmistificando os estereótipos?
Eduardo: A parada não é romper com a razão, mas a colocar no seu lugar, humilde, respeitando o sentimento acima de si mesma, a intuição, o subjetivo reconhecidos como mais profundos e valiosos à alma. A razão resolve as coisas práticas, entende o que é possível entender e se abstém de explicar o que não alcança, abrindo espaço pro sentir, nesses casos.
Dhiogo: Ver você narrar à vida nos faz desviver o consciente vivido pela maioria.
Eduardo: É preciso não confundir, no entanto, a antena com a mensagem. Somos todos antenas e, à medida em que nos desenvolvemos, vamos sintonizando as frequências de acordo com os sentimentos, o caráter, o temperamento, os valores e, sobretudo, com a conduta, o comportamento, as reações diante dos acontecimentos da vida.
Dhiogo: Conscientemente você experiência a consciência de ser consciente.
Eduardo: Cada um com suas funções no coletivo, a partir da própria individualidade, cada um, no íntimo, consigo mesmo e, a partir daí pro coletivo - e não o contrário, como se vê toda hora. Arrogância é uma indução social que esteriliza pro coletivo.
Dhiogo: Eduardo Marinho, obrigado por me apresentar parte do meu Eu menor que se abriga no seu Eu iluminado.
Eduardo: Não sei o que é eu menor nem eu iluminado, temos todos nossas luzes e nossas trevas, por isso mesmo estamos aqui nessa lida, tratando com plantios e colheitas, causas e consequências de nossas escolhas e decisões. Não me sinto tão consciente assim, a cada passo se percebe a caminhada pela frente. Talvez a referência social, criminosamente superficializada, ignorantizada e sabotada pelas armadilhas do próprio sistema social, influencie nessa visão. Mas há todos os níveis de consciência, do mais atrasado ao mais adiantado, em nossa frequência planetária - e dentro dessa frequência estamos todos, em busca de mais e mais luz, sem noção de chegada, de consciência plena, de perfeições ilusórias. Somos ainda por demais primitivos e os que se sentem além ou acima demonstram, com esse sentimento, o seu próprio primitivismo.