TRECHO DA ENTREVISTA
DE GOULART GOMES
CRIADOR DO POETRIX,
À REVISTA SAMIZDAT
Os tercetos do Poetrix nos remetem, imediatamente, ao Haikai. Em que momento surgiu a decisão de romper com a métrica e com a temática deste gênero poético e inaugurar o Poetrix?
No exato momento em que descobri que os tercetos que eu escrevia – assim como vários outros poetas – não eram haikais. Isso se deu quando eu estava prestes a publicar meu livro TRIX POEMETOS TROPI-KAIS, em 1999, e conversei virtualmente com o poeta Aníbal Beça, de Manaus. Ele me fez ver que o haikai tem uma outra proposta, um outro nível de exigência, que eu não percebia. Existem vários entendimentos sobre a feitura do haikai. Eu alio-me àqueles que são considerados ortodoxos, que entendem que o haikai, em nosso idioma, deve ter 17 sílabas, distribuídas em três estrofes, com 5, 7 e 5 sílabas, respectivamente, sem título, além de possuir o “kigo”, que é a imagem ou emoção correlata às estações do ano. Sem isso, não é um haikai. O poetrix é mais “flexível”, com um máximo de 30 sílabas distribuídas à vontade nas três estrofes, título sem limite de sílabas e temática livre.
(pesquisa Google)