ENTREVISTA COM O RECANTISTA: LOBO DO CERRADO, o mestre da sensibilidade
Continuando as entrevistas, agora um amigo que não está no "zap zap", porém é praticamente leitura diária obrigatória para mim. Creio que um dos melhores, se não O MELHOR quando o assunto é crônicas e responsável por causar muitas emoções com suas poesias.
Com o intuito de divulgar excelentes recantistas, criei uma simples entrevista que aborda apenas temas relacionados à escrita. Enviei para meus recantistas favoritos. Todos leio por amor e muito gosto. Após ler a entrevista, sugiro que procure pelo trabalho dos autores entrevistados, pois além de amar seus textos, novos vínculos de leitores poderão nascer a partir desse contato.
Porém, autêntico que é, Lobo do Cerrado resolveu responder as perguntas no estilo POESIA DE VERSO LIVRE. E ficou tão bom que resolvi apenas (com a permissão dele) republica-la aqui.
CONHEÇA ESSE MESTRE DA SENSIBILIDADE:
LOBO DO CERRADO FIDIANS DIÓGENES LESSA (sim. O pseudônimo dele é um exagero de grande kkkk).
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CURRICULUM
CURRICULUM
Meu nome é quase um codinome:
Benedito Fernando Serra. Cavalcante.
Nascido aos 13 dias de junho de 1959
na cidade de São Luís, Estado do Maranhão
nordestino
filho de pai pobre
cuja única diversão era fazer filhos
num total de 15.
Filho de mãe cearense e pai piauiense... De Oeiras.
Alfaiate e boêmio
que aos 28 anos, casou-se com minha mãe
ela, pela metade dos anos.
Nasci em uma família já nascida
Sendo eu o décimo segundo filho.
Até os sete anos de idade
vivia de pés descalço
correndo pelo meu chão...
Pelado... Por todo lado.
Ainda aos sete anos
um espírito baixou em mim
e me fez sentir, todos os sentimentos...
Aos sete anos, fiz meus primeiros versos
para um ser adverso: um jumento!
Confesso que gostei mais do que senti
Comparado ao que escrevi.
E aprendi
que sentimentos, não se transportam na íntegra
para o papel ou um visor de um celular.
Daí em diante
minha cabeça não parou mais de fervilhar.
Não consigo parar de pensar um só instante
travando comigo mesmo, um interminável monólogo.
Por isso, escrevo....
Para libertar meus pensamentos.
Escrevo, aleatoriamente
sem rotular ou nominar nada
As vezes, chamo de poesias, outras vezes cronicas... Porém, são tudo versos livres
ou pensamentos libertos de mim.
Quem quiser que dê nome.
Não sei direito, como escrevo meus textos...
Acho que eles se escrevem sozinhos
Eu sou apenas o marionete que segura a pena
e transporta para o papel ou para tela
tudo o que me anseia...
Como vômito de egos e ignorâncias.
E eu só escrevo o que escrevo
porque minha mente me prende e tento me libertar...
Não há poesias em fila
elas me vêm de momento!
Não me deem tema para escrever... Não consigo!
Eu só sei ser eu.
Só tenho uma pretensão ao escrever:
quebrar o monólogo dentro de mim
que me atormenta e me alimenta...
Passei do tempo das grandes pretensões em vida...
Serei poeta, quando morrer!
É o que pretendo.
Não me espelho em ninguém, quando escrevo
Mas, tenho como grandes gênios :
Bandeira, Dumont, Pessoa, Clarice e Florbela...
E não caberia aqui tantos outros que admiro, como : Garcia Marques, Manoel de Barros e Machado...
Só para corta essa estória.
Meu pior texto?
É sempre o último que escrevo
Pois quando dele me liberto e o lanço para ser lido
achando que ele era belo
não enxergo os erros que cometo.
Somente quando a ele retorno
percebo como ele é feio
Mas, já é tarde demais
para querer chorar pelo leite derramado
por isso não gosto de leite rs...!
Meus cinco poemas preferidos (ou textos) são :
Predador
Que dia!!!!
Outro dia de cão
Londrina
Lago igapó.
Jura que tem que ser só cinco?
Porque também tem:
Ira
Suicídio na roça
Um matuto na cidade...
Jura mesmo que são só cinco?
Então, nem vou contar "abstrato".
O meu melhor texto?
Não sei!
Acho que ainda está por vir
ou já escrevi e não vi...
Já deve ter partido de mim
ou quem sabe ainda vou parir.
Ah, se eu pudesse viver de poesia!
Viveria no meu paraíso, sem precisar morrer
se por descuido morresse, seria feliz.
Porque escrever, é tudo o que melhor sei fazer
às vezes, mesmo escrevendo errado.
E não viveria desempregado.
Acho que tenho respondido às perguntas
de quem me olha com mesmo olhar no espelho
e deixo a quem quiser escrever, um conselho:
Desistam!
É dolorido demais
é cansativo de mais...
É efadonho.
Mas, é o maior "barato"!
Eis o meu retrato.
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Link para textos do autor:
https://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=202646