Uma entrevista e uma des-homenagem a Roger Scruton, parte III, final
Uma entrevista e uma des-homenagem a Roger Scruton, parte III, final
Eu admito que nunca li um livro dele. O conhecia de nome. Meu estilo cognitivo me impede de me aprofundar no hábito da leitura. Por outro lado me ajuda a ter ideias e a pensar criticamente. Mas, se eu fosse um pensador famoso e fosse dar uma entrevista, sabendo que seria mais uma rara oportunidade de me comunicar com um público maior, capricharia para ser bem compreendido. Justamente por isso que vejo essa entrevista como um bom parâmetro para começar a analisar suas ideias, posicionamentos e pensamentos. Aqui, o que eu li foi um grande predomínio de afirmações vagas, praticamente de coach, observações pra lá de subjetivas, ao invés de uma busca imparcial por fatos e, também, por fatos morais, um apelo constante ao populismo e uma idealização metafísica sobre o conservador e o conservadorismo, praticamente um conceito idealizado que não condiz com a prática. Scruton é ou foi herdeiro de uma longa linhagem de falsos a proto-filósofos que acabaram fomentando cultos de personalidades, de suas próprias personalidades, do que de, de fato, respeitar e expressar a essência da filosofia, a sabedoria, em suas práticas. Enquanto existirem públicos de ignorantes sobre a filosofia, incluindo muitos filósofos de diploma, continuaremos tendo tipos como Scruton, como representantes populares/oficiais deste ofício. Errado em tudo?? Com certeza não. Até o crápula mais abjeto está certo em alguma coisa e/ou em algum nível.. Até presidentes autoritários e outros tipos de idiotas... O problema é que isso jamais deveria ser suficiente para aqueles que ganham a fama de pensadores ou sábios.