Opinando e Transformando - Ronaldo Marinho
Entrevistado: Ronaldo Marinho
Biografia: Destaque na atual literatura brasileira elaborada no estado de Goiás, o gestor e escritor Ronaldo Marinho, 39, goianiense, formado em Gestão de Empresas na Faculdade Sul-Americana, estudou Tecnologia em Marketing na Universidade Norte do Paraná, é Tecnólogo em Planejamento de Transportes pelo IF-GO. Em 2018, lançou seu terceiro livro “Reconectando @ Prosa” na Editora Recanto das Letras.
Por meio da pesquisa sistemática e inventividade no trato com as palavras e temáticas, promove o colorido especial no meio literário contemporâneo. Destaca-se no cenário nacional em produção de poesias, contos, artigos e crônicas. Engajado em ciclos de palestras promovidas em escolas públicas e particulares de ensino médio, saraus e festivais literários. Atua em organização destinada à políticas afirmativas (Campanha Nacional Contra a Criminalidade).
Seus escritos destacam a atualidade na perspectiva do panorama universal, a interconexão e a pluralidade de temáticas se fazem presentes. A linguagem é embasada e familiar, e o diálogo com o leitor é impactante, sobressaindo-se pelo engajamento social e político. O produtor de conteúdos tem seus trabalhos prestigiados pelos principais veículos de mídias digitais, impressas e faladas; devido à sua capacidade de abordagem relevante e sedutora.
Em sua opinião, o que é cultura de paz?
É a busca estratégica da distribuição da justiça social, alcançando todos os recantos do País. Um aculturamento neste sentido. Afinal, os governantes e legisladores adeptos da corrupção e do autoritarismo saíram do ceio social. Então, desde a infância é necessário priorizar o diálogo, a negociação e o senso do bem comum. É fundamental falar sobre as atrocidades cometidas em nosso passado recente, para não às repetir, tais como: escravização, guerras em nome de deuses, genocídios, etc.
Como podemos difundir de forma coerente a paz neste vasto campo de transformação mental, intelectual e filosófica?
O primeiro passo é disseminar a história de nossa formação, enquanto País. Foram milhões de índios assassinados e outros milhões de negros escravizados e mortos. As lutas de classes, as disputas por territórios. Enfim, a constituição da sociedade brasileira, como é hoje, se deu com bastante violência, massacres e segregações. Conscientizar da importância da tolerância e ações democráticas para estabelecer o bom convívio e a paz. Com a valorização de nossa cultura, saberes, diferenças e diversidades. A transformação vem pelo acesso à educação de boa qualidade, moradia, emprego, saúde, segurança e renda. Como cidadãos não podemos negligenciar é preciso estabelecer diálogo, tomar consciência da proposta do outro em nossa existência. Unindo-nos em associações, coletivos, sindicatos e entidades de classe. Trocando conhecimentos, informações e experiências.
Como você descreve a cultura de paz e sua influência ao longo da formação da sociedade brasileira/humanidade?
Atualmente, o Brasil é um país sem contendas religiosas e nem étnicas. Falamos uma só Língua em todo o território nacional, variando apenas sotaques. É muito interessante, uma vez que somos mais de 207 milhões de habitantes, distribuídos em área de dimensões continentais. Não temos guerras civis. Ocorrem situações pontuais, como no caso do Rio de Janeiro. Mas, lá é uma questão de crime organizado, que tem seus tentáculos em órgãos e seguimentos estratégicos. Tivemos sim, lutas como: a de Zumbi dos Palmares no Quilombo, no século 17, refugiando escravos fugitivos dos engenhos, em busca da liberdade e paz; também, a Guerra de Canudos, no interior do estado da Bahia, no século 19. Confronto entre movimento popular de fundo sócio-religioso e o Exército da República. Em comum, esses dois movimentos apresentam a violência social. Exemplos do quanto é importante o investimento em ações que promovam a redução da desigualdade social. Isso favorece e estimula a paz. Valorizar a nossa identidade, que foi desvalorizada historicamente. O debate deve ser inclusivo e esclarecedor.
A cultura, a educação liberta ou aprisiona os indivíduos?
A educação formal ou não, abre janelas e portas na vida do indivíduo. Oferecendo subsídios para melhores decisões. A educação liberta através da compreensão real dos fatos. Quando Governo ou Estado se negam à investir em promoção das artes, acesso às ciências e ensino público, estão na verdade utilizando mecanismos de controle de massa. Criando jovens facilmente manipuláveis. Controlando-os de acordo com os interesses dos donos do capital, meios de produção e vontades da elite opressora. As conquistas do povo se deram pela luta de classes, no decorrer da história da humanidade, em busca da paz e desenvolvimento.
Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância na difusão do despertar da humanidade.
Li, recentemente, na página na internet, do Jornal Diário da Manhã, o resultado de uma pesquisa de um organismo internacional, que apontava 49% da população mundial, hoje, ainda sem acesso à internet. É um panorama preocupante. Claro, que alguns lugares por razões de governo, religiosas, e muitos, devido ao baixo poder aquisitivo (pessoas em situação de rua, e abaixo da linha da miséria). Atualmente é primordial estarmos conectados à rede mundial de computadores. Tendo acesso, compartilhando e criando conteúdo. A evolução da tecnologia da informação e comunicação vem reformulando posicionamentos, costumes e a maneira de nos relacionarmos. A humanidade está despertando para inúmeras possibilidades que conduzirão à uma melhor qualidade de vida.
Qual mensagem você deixa para a humanidade?
Não se acomodar. Testar tudo aquilo que lhe é imposto como verdadeiro. A mudança é uma certeza na vida de todos nós. É uma questão de fases e determinação. Da conduta, da intenção mental. Se sentirmos uma dor no dente, devemos ir ao odontólogo, ele neste momento é a nossa salvação. Não resolveremos a questão de saúde, lamentando ou negando a dor. É imperativo que a humanidade familiarize com sua história e condição política. Não se deixe manipular, e nem ser alienado. Leia os grandes pensadores, estude, e não aceite autoritarismos, corrupção, intolerâncias, e não conforme com a má distribuição da renda. Nada menos que dignidade e progresso!