Entrevista no Diário de Poesia
O Diário da Poesia, a partir deste mês, vai apresentar os poetas/escritores selecionados nos Concursos de Poesia e Crônica de 2019 da marca Diário da Poesia. Conheça a escritora Jaciara Dias.
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Entrevista: Conheça a escritora Jaciara Dias
Por Diário da Poesia - 430
O Diário da Poesia, a partir deste mês, vai apresentar os poetas/escritores selecionados nos Concursos de Poesia e Crônica de 2019 da marca Diário da Poesia. Conheça a escritora Jaciara Dias.
1.Apresente-se
Jaciara Santos Souza Dias, Administradora, bacharel em Ciências Contábeis, pós-graduada em Gestão Pública pela Universidade do Estado da Bahia e mestranda em Estudos Étnicos e Africanos pela UFBA. Possui curso de extensão em Direitos Humanos pela FINOM; Educadora Social pelo Banco do Brasil; servidora pública na SSP/BA. Ativista das causas sociais; voluntária no Grupo de Apoio à Criança com Câncer – GACC; no Projeto Salva Dor e no Lar Luiza de Marillac. Autora dos projetos: Mãe Monitora e Quem eu sou, onde me encaixo, eu existo. Soteropolitana, esposa de Adriano,, mãe de Thiago, Caroline e Yasmin.
2.Quando e como se descobriu poeta/escritor? Quem mais te influenciou?
Na infância minha mãe gostava de ler fábulas, contos e textos bíblicos, depois, ela perguntava o que aprendi com aquele texto ou história. Quando dominei o mundo das letras comecei a ler romances, literatura brasileira e contos de fadas. Amava o lúdico e suas infinitas possibilidades. Aos 12 anos tinha um diário, nele, descarregava as minhas melhores e piores sensações. Na verdade, era o meu muro das lamentações. Rabiscava uns versos rimados de amor e fui deixando por conta das emoções. O desejo de materializar os pensamentos era pulsante, e não parei mais. Mas foi no Recanto das Letras (não é propaganda) que tive um cunho de escritora, comecei postando uns textos, as pessoas começaram a comentar e ganhei confiança. No mesmo site, tem o grupo “ Becoming Very Important Writer- BVIW”, onde fui convidada pela idealizadora e organizadora, Marília Lopes, para fazer parte. Confesso que sem ela, eu só rabiscava, mas com as orientações, paciência e carinho vi a minha escrita transformada. (Obrigada, mestre Marilia). Não posso deixar escapar as outras mestres: Ana Toledo, Conceição Gomes, Djanira Luz, Daisy Zamari, Gisele Leite, Vanice Zinerman e Zélia Freire.
3.Já participou ou lançou livro(s). Conte-nos um pouco sobre sua(s) obra(s).
O primeiro concurso que participei foi pela Editora Vivara, com a Antologia Novos Poetas e tive o poema “Formatos”, selecionado e publicado na edição de 2016. O segundo, venci com o poema “Flores de Certeza”, homenagem às mulheres, no concurso Elas em poesia, pela editora gráfica Heliópolis. O terceiro, além da crônica “A teoria do Amor” vencer em destaque, fui convidada a compor a cadeira 236, como Acadêmico Correspondente, na Academia Internacional de Letras – ALPAS 21, no Rio Grande do Sul. E o último, não menos importante, mas pela cronologia dos acontecimentos, o poema “Notas de Um Encontro” foi selecionado no concurso de crônica do Diário de Poesia, e fará parte do livro “Alma em prosa e verso “ (ansiosa). Paralelo, saindo do forno, o grupo BVIW, está lançando o livro “Textos curtos para mentes grandiosas”, onde faço parte e terei algumas páginas coloridas.
4.Qual sua temática preferida? Por quê?
As ações humanas e seus reflexos no estilo literário da crônica, pois não pode passar despercebido a conduta para com o outro. Faz-se necessário um olhar epistemológico nas atitudes, a partir do momento que a mente expande, a ignorância perde espaço. A lateralidade deve ser trabalhada com respeito e atenção, os seres são únicos e exclusivos. São indivíduos de referências e identidade, merecem uma relação de reciprocidade. Gosto de incitar a reflexão; levar o indivíduo a questionar e explorar suas opções.
5.Qual a importância dos concursos literários para os poetas/escritores? Você participa de muitos?
A visibilidade do escritor anônimo, que nesse cenário dicotômico, volátil e incerto carece de divulgação e promoção de novos talentos. Os concursos dão uma lisura na seleção dos textos e certificação na qualidade da obra. Através de uma bancada especializada na arte, os parâmetros avaliados não são subjetivos, muito menos, aleatórios. Percebe-se, no mínimo, seriedade nos critérios adotados. Sim, gosto de testar o meu desempenho, medir o nível de aceitação e verificar se o caminho está correto.
6.Qual seu escritor/poeta preferido? Por quê?
Tenho uma admiração muito grande e forte por Ariano Suassuna, pois apesar de ser fruto de uma família abastada, dedicou-se a arte popular. Sujeito de predicados, não economizou tempo para com os nordestinos. Enalteceu a cultura local e popular; deu voz ao povo desgarrado e marcado pela miséria. Sempre à frente de seu tempo, fez histórias contado a realidade nua e crua, sem rodeios e enfeites.
7.Como você vê o cenário literário brasileiro?
Carente de novas vozes e visões. Estamos presos ao passado, batendo nas mesmas teclas e girando a roda literária a passos tímidos, principalmente, em direção àquela que emerge o espírito nacionalista. É preciso um olhar clínico e imparcial acerca da realidade. Outro problema é a falta de vetores, menos capitalistas e mais sociais, voltados para atrair uma parcela maior de leitores. Talvez, obras que retratem o cotidiano de uma vida normal, sem ensaios. A massa precisa se identificar no contexto da literatura, literalmente. O mundo mudou e com eles os gostos, a viseira ficou no passado, antes, o público era direcionado a um formato. Chega de heróis e mocinhos famosos, ricos , belos e poderosos. Nas periferias, favelas e zona rural há super-herói, pois é difícil driblar à dificuldade financeira, alimentar o estômago e acumular conhecimento.
8.Planos para o futuro e contatos.
Ah, meu amigo! São tantos planos…(risos) Primeiro, quero terminar o mestrado. Estou rascunhando um projeto para as escolas, onde o escritor vai apresentar sua obra. Está na fase incipiente, mas algumas linhas rascunhadas. Depois, juntar dinheiro para publicar o meu livro solo. Continuarei fazendo concursos, escrevendo os textos e exercitando a minha arte. Tenho que superar as minhas expectativas, acompanhar as tendências e relacionar-me com o mundo das letras.