Rita Procópio

Opinando e Transformando

Nome: Rita Procópio

Breve Currículo:

Atriz, jornalista, tecnóloga ambiental, pós-graduada em meio ambiente com ênfase em recursos energéticos e em didática do ensino básico e superior, e aspirante à poeta. Possui cursos, oficinas e formações complementares em diversas áreas teatrais; em Milão, na Itália, fez curso de aperfeiçoamento em Interpretação para Teatro e TV na Escola de Artes de Porta Gênova (Naviglio). Seu mais recente trabalho: texto, preparação do elenco, atuação e direção do infantil de cunho ambiental "Quem canta um conto aumenta um tanto". Na área jornalística, abastecia o site da Cruz Vermelha Brasileira Filial de Volta Redonda, e escrevia artigos ambientais para o jornal impresso da instituição e hoje é colunista do site Olho Vivo – coluna Entretantos e possui um site voltado para o universo feminino em parceria com mais duas jornalistas (www.atencaodifusa.com.br).

Em sua opinião, o que é cultura?

Cultura para mim é um conjunto de valores e de saberes; são as experiências que carregamos ao longo da vida; é a multiplicidade de visões e, assim como a educação, funciona como matéria prima para a transformação. Há saberes diferentes, mas nenhum menor que o outro. Todos são realidades importantes.

Você se considera um difusor cultural? Qual é o seu papel neste vasto campo da transformação mental, intelectual e filosófica?

Todos nós somos difusores culturais. Ninguém sabe mais ou menos do que o outro. Estamos sempre caminhando num processo do vir a ser e, nesse processo, seguimos ensinando e aprendendo. Acho que dentro desse contexto, todos nós provocamos transformações mentais, intelectuais e filosóficas nas pessoas na medida em que recebemos delas tudo isso também.

Como você descreve o processo de aculturação, ao longo da formação da sociedade brasileira?

Hoje temos uma diversidade de campos. Nosso universo foi ampliado. Houve uma expansão muito grande na visão das pessoas que faz com que elas se aprofundem em seus conhecimentos; que faz com que elas saiam do popular e busquem formas mais elaboradas de se desenvolverem, ao contrário de séculos atrás onde elas se acomodavam e se conformavam com o que sabiam, justamente porque achavam que sabiam tudo. Hoje as pessoas tem consciência de que não há limites para o saber, assim como não há regras; assim como não há nenhuma criatura humana que seja dispensável no ato de ensinar e aprender. Tudo é cultura. Todos somos cultos, independente do nosso grau de escolaridade, crenças, religiões... Temos sempre algo a passar que alguém não saiba. O ser humano é uma riqueza de possibilidades.

Que problemática você destaca na prática da difusão cultural?

Acho que o problema maior mesmo é o fato de, apesar da grande ampliação cultural que tivemos ao longo dos anos, ainda estamos presos em um só modelo que não consegue ser suficientemente flexível para acomodar a realidade. Estou embutindo aí nessa prisão, o fato de não termos nos libertado de alguns conceitos, como por exemplo, do fato de ainda fazermos acepção de pessoas, de não valorizarmos o florescimento de culturas nacionais, de não valorizarmos nossa própria língua. Aliás, de conhecermos mais a língua e a cultura de fora do que a nossa. Nossa história é tão rica e pouco nós sabemos dela. Temos que valorizar mais nossa casa.

Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância no cenário cultural.

Não temos mais como retroceder à era da tecnologia. Num piscar de olhos, tudo muda e, se não nos atualizamos, vamos sendo deixados para trás à velocidade da luz. Tudo é muito dinâmico; a cada dia, um mundo novo desponta e, ao mesmo tempo em que tudo isso é assustador, também é fascinante e facilita a troca de informações no cenário cultural: Vamos sendo a cada dia, mais lapidados culturalmente. O espaço digital encurtou distancias entre pessoas e conhecimentos e, através dele, podemos absorver influencias positivas e nos transformar com elas.

Qual mensagem você deixa para todos os fazedores culturais?

O que faz a humanidade possível, é o poder que ela tem de inventar ideias, e de se reinventar. As coisas não funcionam bem sem o poder da imaginação humana. E tudo seria muito repetitivo se isso fosse atributo apenas de uma parcela da humanidade. Se apenas os ricos, bonitos e “letrados” fossem donos de todas as culturas e de todos os saberes. Para haver beleza, tem que haver diversidade, então, para mim, toda pessoa humana é sempre uma realidade importante.

Dhiogo J Caetano
Enviado por Dhiogo J Caetano em 20/10/2018
Código do texto: T6481418
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