Entrevista com uma puta
Ela dá
Ela dá
e faz gozar;
Na hora que vai gemer, está sozinha
A cama fria, a alma latindo de dor
Um filho drogado, um pai doente, ela, estuprada 4 ou 5 vezes
O corpo dói, mesmo sendo tão bonito
Violada e dedilhada por qualquer violinista fracassado
Um filtro de cigarro molhado de saliva cinza
Uma maconha barata
Uma viagem lunar paga por Escobar
"Meu filho vai morrer, senhor?
Meu pai vai morrer também?
Ou eu devo ir antes pra não ter que magoar mais ninguém?"
Mal acredita que exista alguém que olhe por ela
Só quem a olha são os machos com correntes de lata em volta do pescoço e bafo de cachaça
Uma dose de compreensão e outra de vinho, é tudo o que essa infeliz pede
"Ei, poderoso chefão, coloca três dedos de carinho"
É inteligente essa moça, mas na hora de tomar decisões é pior que virgem antes de dar
Um rabo assado, deu pra zeus e o mundo
Uma boceta que nem tem mais cor
"Meu irmão me comeu primeiro"
Ô puta pra gostar de um incesto
"Depois dele, teve outros, e meu primo foi o sexto"
Andou pra cima e pra baixo com um playboy riquinho que vendia maconha na porta de boates.
"Pirocudo, mas parecia que quem tinha a piroca era eu"
Desbocada que só ela. Cês já perceberam isso, né?
"Tenho boca suja pra combinar com a profissão"
Às vezes tenho pena dessa puta, mas às vezes, não.
O pai dela mal fala, mas quando fala é pra pedir pinga, enquanto o único filho que ela tem vive de seringa.
"Ele injeta de tudo, mais furado que camisinha de bordel"
Puta, cê acredita no céu?
"Já fui até ele quando fui pro hospital, mas o poderoso chefão mandou eu descer pro térreo"
Térreo?
"Até hoje não entendi e se tiver que pagar pra ir, eu pago com a boca".