Entrevista com o Pastor e Poeta Od Laremse M Peterson ( Autor do Livro Alelus Esmeraldinus – Literatura em Estilos Inovadores)



Conversando e aprendendo muito com este homem de Deus de multiplos talentos e com uma história de vida fascinante...Boa leitura para todos...

FB - Falando inicialmente da infância, sua memória registra algum fato do Bosco Esmeraldo ainda criança?

BE - Sim. Um acidente aos 18 meses que me deixou vesgo e com o nariz quebrado. Graças a D’us que o tempo se encarregou de curar e, visível e esteticamente, nenhuma sequela. Mas renderam apelidos e bullying que levaram, em fuga, ao conhecimento da magia que há na literatura e esta, me cativou desde a mais tenra idade.

FB - Nesse período algo já evidenciava alguma tendência para dons artísticos?

BE - Sim. Minha Mãe foi minha primeira professora e quem me alfabetizou. Já lia aos 4 anos. Minha Tia, dona e diretora da Escola Santa Inês de Missão Nova, vila onde nasci, nos incentivava a declamar poesia e participar de peças teatrais infantis, além do canto orfeônico. Interessante é que, apesar de ter voz afinada de contralto, ela tinha vergonha de cantar em público e ensinava as músicas pra Minha Mãe que ensinava à classe.

FB - Como surgiu a poesia em sua vida e de onde o senhor acha que herdou esta versatilidade e criatividade nessa área?

BE - Meu Avô era poeta e escrevia muito em glosa (estrofes de dez versos e sete, nove ou dez sílabas), as desenvolvendo a partir de motes que lhes propunham ou que a si mesmo se desafava. Escrevia também cordéis nos mais diversos estilos. Meu Pai, por seu turno, gostava muito de declamar poesias de poetas clássicos tais quais Castro Alves, Guerra Junqueiro, Gonçalves Dias, Catulo da Paixão Cearense entre outros. Já minha Mãe, gostava de compor quadras, trovas, sonetos e outros estilos. Foi ela quem me iniciou no versar poético. Esta é minha herança poética.

FB - Quais os incentivos mais importantes que o senhor recebeu ao longo da vida?

BE - Do meu Avô e minha Mãe, creio eu, recebi por iniciação aos versos que indubitavelmente adquiri. Daí por diante, passou por perto, virava poema; foi fato, virou poesia. Letras musicais começaram a fluir ao mesmo tempo em que aprendia a tocar violão, sequência harmônica. Acontecia, virava ou poesia, ou música. Era muito divertido!

FB - O que une suas funções como poeta, músico, pastor, educador, pai e avô?

BE - Creio que todas elas se harmonizam entre si. A poesia vira letra de música ou de uma melodia pode nascer uma bela poesia. Depende do momento. Dá pra separar e unir bem, conforme o caso, cada função, pois se trata da mesma pessoa. Acontece que, para mim, tudo é poesia. Do nada ao tudo, o que couber no meio é ou se torna poesia. Ser pai foi a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo. A vida muda radicalmente em função da paternidade. Interessante! Não é simplesmente o pai que faz, gera o filho, mas só nos tornamos pais se, pelo menos um filho for gerado e nascer. Assim, é o filho que faz o pai e vice e versa. Ser avô é ser pai duas vezes. Se ter um filho deixa o pai abobado, imagina sendo avô! É algo indescritível! Somente quem passa por esta experiência sabe o privilégio de ouvir alguém chamar você de Vovô ou Vovó.

FB - O senhor acaba de lançar um novo projeto literário, trazendo também novos estilos poéticos. Quanto tempo foi gasto para que o livro fosse concretizado e o que o senhor gostaria que fosse absorvido pelos leitores de sua publicação?


BE - O livro em si, durou cerca de um ano, à medida que eu ia criando esses estilos literários. Para a concretização deste sonho, também um ano. Interessante que o meu primeiro livro ainda não foi a prelo. Está pronto, mas em breve virá a lume também. Seu nome é ECOS E REFLEXOS EM TOM PÓ ÉTICO. Poderia perguntar porque não foi este o primeiro. A resposta é porque enquanto o finalizava, fui criando mais estilos a ponto de sentir a necessidade urgente de publicar e registrá-los. Por isso veio primeiro o segundo livro escrito, ALELOS ESMERALDINUS – Literatura em estilos inovadores.

FB - Cite os estilos que foram criados e as possíveis fontes de inspiração dos textos:

BE - Alfa-Odealélia*, Altertrix, Anacruse Tupletino,. Anagramode, Anagramode, Bonsai, Carminis Pastorali, Contos Nublares, Cordavox, Decatosectos Ecossonantes, Decatos Tetraectos, Desafios Esmeraldinus, Desafio tetraectos I, Desafio tetraectos II, Desafio tetraectos III, Diplopente Duo, Dódeca*, Dóditche, Duoléxis, Duetos Esmeraldinus, Dueto harmônico, Dueto responsivo, Dueto garimpado, Dueto interlinear, Dueto independente, Dueto em desafio, Dueto Paróide, Dueto Satírico, Dueto Paróide, Dueto Monolítico Intercalado, Dueto Homótipo, Heterótipo, Estradão Esmeraldinus, Extrato da Capo Garimpado, Extrato Interlinear, Extrato Intertrix, Extrato Odepiano, Ortopoético, Extrato Pó Ético, Extrato Poético-filosófico, Fosléxis, Gradiente, Gradílio, Hebdomos, Lingting, Lítera Rococó*, Lítera Vagonite*, Melodísia, Ode Qüídem, Oitavas-quebradas, Paraletrix, Pentatrilho, Philosofix, Poemwabi-sabi, Queiex Esmeraldinus, Roscharchesia, Selene Léxis, Simplismos Sapientes, Sincopoese, Sonatilho, Sonidilho, Tetraebdomos, Trixidrilho, Univerbum, Versonitus, Zerex. Minha inspiração em criá-los foi minha família, a Natureza, o dia a dia, a cultura brasileira, os amigos, os fatos. Tem até um que criei pensado em você – Entrevista em Tetraectos.
(*) Criados em parceria com a Poetisa Aíla Brito.

FB - Quais são suas referências na literatura dos nomes já consagrados e dos novos talentos?

BE - Dos consagrados: Monteiro Lobato, Antoine de Saint Exupérie, Manoel Bandeira, Viriato Correia, Guimarães Rosa, Machado de Assis, Guerra Junqueiro, Gonçalves Dias, José Lins do Rego, Cecília Meireles, Cego Aderaldo, Patativa do Assaré, José de Alencar, Raquel de Queiroz e outros. Dos novos: Jorge amado, Júlio Andrade, Ariano Suassuna, Betty Tapscott, Válter Júnior, Luciano Maia, Hela Luna, Maria de Jesus Carvalho, Ana Flor do Lácio, Fernanda Xerez, Cláudio Poeta, Irmãos Jacó, e muitos outros Poetas Recantistas. Desculpem não citar todos os que leio pois são centenas de centenas.

FB - Em termos de investimento na cultura, o que acredita que precisa ser feito para que novos talentos sejam estimulados?

BE - Desde as séries mais elementares, se deve incentivar a leitura para que mais tarde não tenhamos jovens aversos à leitura. Os pais são bons referenciais e seria muito importante se os pais lessem para as crianças e as incentivassem a ler também. Ensinamos muito mais com o exemplo do que por simples falar. O governo também deveria investir mais em bibliotecas escolares e públicas.

FB - Acredita que nessa época de internet em que tudo acontece muito rápido a poesia tenha perdido um pouco de sua força?

BE - Muito pelo contrário! Tomemos meu exemplo que passei a produzir mais nesta área com o advento da internet e a criação de sites que apoiam a literatura como este que ora nos abriga. Basta observarmos a efusão em jorro de tanta produção literária nos sites de apoio às letras.

FB - Em sua família há pessoas que compartilham do mesmo gosto pela arte literária de uma forma geral?

BE - Sim, tanto por parte da família do meu Pai quanto da minha Mãe. No Recanto há dois primos meus, Alex Rolim (recantodasletras.com.br/autor.php?id=16770), João Rolim (recantodasletras.com.br/autor.php?id=13422), minha sobrinha Flávia Esmeraldo, escritora (publica noutro site literário) meu saudoso irmão Francisco Demouthié Esmeraldo (recantodasletras.com.br/autores/Demouthie) e outros tantos.

FB - A poesia no meu caso, mesmo não me considerando poeta, me dá uma sensação de eternidade. Quando eu morrer ficará as ideias e inspirações que Deus me deu. O senhor também ver a poesia dessa forma?

BE - O amor será a grande marca que deixaremos aqui, caso realmente amarmos. Ademais, de concreto, nossas obras falarão por nós e espero que se perpetuem de geração em geração. Infelizmente, muitos de nós só serão lembrados postumamente, mas creio que nossas obras falarão por nós.

FB - Tem algum texto ou poema que tenha marcado sua vida de forma diferenciada?

BE - Tenho vários, mas o que mais me toca é a letra de uma música minha – Rumo Certo. Está é a pura expressão do meu testemunho pessoal. Doeu-me ao escrevê-la, pois são extratos de minha alma que foi alcançada e transformada pela graça do Pai, o Eterno, através de Seu Amado Filho, Jesus.

FB - Uma vez uma pessoa me disse que gostava de poesia na adolescência e que hoje em dia não gosta mais, por achar poemas algo muito meloso. Acredito eu, que quem disse isto acha que a poesia está sempre ligada a questão da relação homem e mulher, mas ela é muito mais ampla. Embora, não tenho nada contra poemas que exaltam este amor carnal, sem vulgaridade. Porque a poesia na maior parte das vezes é vista dessa forma?

BE - Confesso que cheguei a pensar semelhantemente, mas depois descobri que nunca havia abandonado a poesia, mas que ela estava dormindo em meu íntimo até que acordasse e voltasse à real. Creio que os que assim agem, o fazem por ignorância ou preconceito.


FB - Após o “Alelos Esmeraldinus”(Literatura em Estilos Inovadores), existe algum projeto já em andamento?

BE - Sim! Já estão prontos quatro trabalhos literários de conto, roteiro de filme, ficção, crônicas, ensaios e mais e mais poesias.

FB - A quantas anda o seu trabalho como músico? Algum projeto recente realizado ou sendo preparado?

BE - A música é minha fiel companheira de todas as horas. Há algum tempo, compus uma sinfonia em oito movimentos – AS BODAS DO CORDEIRO. Recentemente escrevi um roteiro, A DANÇA DAS CADEIRAS – Superação. Aproveitei e também compus a trilha sonora para ele. Também lançarei paralelamente ao livro, um audiolivro destinado ao público de baixa ou nula visão e, para este projeto, utilizei algumas composições minhas como fundo musical.

FB - Como o senhor gostaria de ser lembrado aqui na terra após ser chamado por Deus para sua glória eterna?

BE - Como alguém que recebeu um chamado divino, que honrou e serviu a ELE e que, depois que cumpriu sua carreira, foi recolhido ao Eterno e que, o fruto de minha obra continue a glorificar ao SENHOR, alcançando novas vidas.

FB - Como cristãos temos a missão de anunciar o evangelho, a poesia tem sido uma colaboradora nesse aspecto?

BE - Creio que sim e até temos frutos servindo ao SENHOR. Aqui mesmo no Recanto, frutos de uma evangelização criativa.

FB - Estava esquecendo de uma questão, tem uma coisa que me desperta curiosidade: Porque a mudança de pseudônimo de Bosco Esmeraldo para Od L Aremse M Peterson?

BE - Na verdade não consigo desvincular os dois. Apenas uma forma de homenagear e honrar meu Pai e minha Mãe. A poesia e tudo o que produzimos, seja em que área for, é o espelho de nossa alma. Por isso Od L’Aremse, é o espelho de Esmeraldo, minha Família paterna. O M, de meu primeiro sobrenome e Peterson, filho de Pedro, o nome do Pai (PE), do nome que seria o de minha Mãe (TER). Teresinha seria o seu nome, mas findou sendo apenas Maria. “SON” - filho. Em outras Palavras, “Filho de Pedro e Teresinha, embora o nome dela seja Maria).

FB - O que gostaria de acrescentar e que eu não perguntei?

BE - Que o tema central de minhas obras é a graça e o amor divino sempre presentes em todas elas, mesmo quando não explícitas, os encontramos até nas entrelinhas. Além do mais, meus agradecimentos por ter-me entrevistado e por dar-me a oportunidade de interagir indiretamente com nossos leitores.

FB - Uma mensagem que gostaria de deixar para nossos leitores:

          Só chegamos aonde pensamos poder alcançar. O sucesso e o limite é o resultado da visão e conceito que temos de nós mesmos. Quebrar paradigmas é o melhor meio de irmos sempre mais além.
         A fé é a mola mestra que nos impulsiona a buscar vencer os ditos. Nunca desistam dos seus sonhos! Este é poderoso meio para alcançar com êxito, grandes realizações.



Na foto acima o Sr Bosco Esmeraldo com seu netinho Matteo lendo sua mais recente obra...
Fábio Brandão
Enviado por Fábio Brandão em 22/10/2016
Reeditado em 22/10/2016
Código do texto: T5799599
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.