Opinando e Transformando - Sandra Santiago Silva
Nome: Sandra Santiago Silva
Breve Biografia: Nasceu em 1981 e desde então encontra-se no mundo como artista. Formou-se em 2005 na Faculdade de Artes Cênicas na Universidade Federal de Goiás. Atua de forma independente em espetáculos solos e autobiográficos como os espetáculos que compõem a Trilogia do DESPERTAR criados pela artista em parceira com o ator e diretor Alexandre Augusto. Atua também como artista e produtora nos grupos Família Santiago Santos Circo Teatro e no Coletivo É SÓ QUERÊ FAZÊ. Atualmente a artista investe na carreira de YouTuber fomentando um canal que fala sobre arte, cultura e vida.
Em sua opinião, o que é cultura? Cultura é toda a forma de pensamento, de prática e de sentimentos que moldam uma sociedade. Tudo o que é transmitido e perpetuado por um grupo de pessoas que se afinizam ideologicamente tendo consciência ou não da disseminação de suas práticas que são reflexos de pensamentos e sentimentos.
Você se considera um difusor cultural? Sim porque as formas de pensamentos e sentimentos que habitam em mim e em meus pares refletem-se em atos e práticas que moldam e são moldadas no convívio diário do dia-a-dia. São atitudes que buscam uma nova forma de estar no mundo agindo e interagindo em busca do fortalecimento de valores que unem, pacificam e prosperam rumo ao amor.
Qual é o seu papel neste vasto campo da transformação mental, intelectual e filosófica? Creio que o meu papel, e não só o meu, mas o de todos os artistas, pensadores e filósofos é o papel de serem agentes diretos e ativos no trabalho de ampliação da consciência, possibilitando aos que se aproximam de nós e de nossa arte a possibilidade de obter experiências por meio do efêmero, do simbólico e do belo adquirindo assim inúmeras vivências que possibilitam uma forma mais complexa de ver e estar na vida. Isso é extremamente importante porque contribui para o avanço das mudanças sociais, ambientais e religiosas. É um trabalho duro e pouco reconhecido e valorizado porque é um trabalho de linha de frente que promove no sentido real da palavra uma silenciosa e poderosa revolução em prol da vida e do bem viver.
Como você descreve o processo de aculturação, ao longo da formação da sociedade brasileira? É extremamente importante o processo de aculturação porque assim entendemos que a forma como vemos, falamos e até sentimos a realidade nada mais é do que um ‘óculos’ que usamos e que traduz em sentimentos, palavras e ações a nossa forma de ver e estar no mundo. Mudando-se as lentes desses óculos podemos ter inúmeras outras percepções expandindo assim a consciência sobre questões fundamentais da vida. A aculturação é um processo individual que se dá em coletivo provocado por fatores de conflitos que colocam as pessoas de frente com questões ideológicas que podem assim ser revistas e remodeladas de acordo com o interesse de todos os envolvidos. Tá certo que não é muito fácil para os tipos humanos que somos devido ao nosso apego profundo e tolo ao que nos ensinaram e ao que aprendemos como verdades absolutas. O apego aos conceitos passados de geração pra geração muitas vezes é o que impede que os processos para o crescimento de toda uma sociedade seja atrasado, mas nunca impedidos, já que esse é o fluxo natural da vida, mudar, evoluir e crescer exponencialmente.
A cultura liberta ou aprisiona os indivíduos?A cultura, no meu ponto de vista aprisiona os indivíduos, no entanto vejo como um passo vital a ser dado. Antes é preciso tê-la para depois transformá-la, reformulá-la e reconstruí-la. Até que chegue ao ponto de que possamos transitar sem fronteiras físicas e não físicas. Até que possamos vestir as máscaras que moldam nossos gostos e visões de mundo sem confundi-las com verdades inquestionáveis e totalitárias. Cultura é tudo o que existe e que forma as personalidades, e consequentemente toda uma forma de organização social. Creio que quando estivermos tendo essa discussão de forma ampla estaremos caminhando para a aculturação não como forma de negar a cultura, mas como forma de usá-la como um instrumento, uma ferramenta para o crescimento de todos os seres que habitam o nosso planeta.
Que problemática você destaca na prática da difusão cultural? Ao difundir estamos propagando uma forma de ver e estar no mundo. Para mim o único problema real disso é se essa ideologia promove valores que não mais cabem na atual conjuntura em que estamos vivendo. Isso pra mim é bem claro, porque tenho preferencias em relação a formas de pensar por acreditar que valores que não promovam o bem estar, a alegria, a divisão de renda justa, a justiça, a paz, o amor e a união não mais servem para as mentes atuais. Precisamos trabalhar em prol deste movimento e que possamos caminhar rumo ao bem maior de todos. Qualquer cultura que for o contrário disso está prestando um desserviço à humanidade, mas ainda sim tem seu direito de existir porque como disse acima, antes é preciso ter para depois transformar, remodular e reconstruir.
Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância no cenário cultural brasileiro e mundial? Estamos vivendo um momento incrível em que podemos utilizar de um meio de comunicação que é bem democrático e acessível. A internet é a grande ÁGORA da modernidade, é o lugar onde podemos disseminar os valores culturais que ajudam no crescimento de toda a humanidade.
Qual mensagem você deixa para todos os fazedores culturais?
Precisamos ocupar cada vez mais para fortalecer o importante trabalho que a arte desenvolve que é o de promover a ampliação de consciência por meio das vivencias proporcionadas nas diversas e inúmeras linguagem e formas.