Opinando e Transformando - Marcos Amaral Lotufo
Nome: Marcos Amaral Lotufo
Breve Currículo: Nasceu em São Paulo onde viveu até os seus 20 anos. Foi para a Alemanha onde conseguiu ficar e estudar. Estudou na Universidade de Kassel, formou-se em Design de Produto... na mesma escola, mais tarde fez uma segunda graduação em Comunicação Visual (Design de Comunicação ou Design Gráfico). Casou-se com Edith com quem teve quatro filhos. Residiu por 10 anos em Porto Nacional (hoje Tocantins) onde trabalhou com a Comunidade de Saúde, Desenvolvimento e Educação até 1986, quando veio para Goiânia. Em Goiânia participou da Oficina de Comunicação que se transformou em 1995 na Oficina Cultural Geppetto, um coletivo de grupos e artistas. Trabalha com Design de Comunicação construindo bonecos para teatro, máscaras e adereços. Lecionou na PUC-GO (Curso de Design), na UFG (Design Gráfico) e na Faculdade Senac (Design Gráfico).
Reside: Goiânia (Go).
Em sua opinião, o que é cultura?
A cultura é um conjunto de respostas para melhor satisfazer as necessidades e os desejos humanos. A cultura é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros. A cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas ao longo da história. A cultura é criação. O homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos.
Corresponde, assim, às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.
Só a cultura, pela sua produção e consumo podem nos tornar cidadãos.
Você se considera um difusor cultural?
Penso que todos somos difusores culturais à medida que nos relacionamos com os outros. Imagino que essa pergunta se refira a meu trabalho e, neste caso penso que atuo como um “facilitador” ou alguém que procura liberdade de expressão numa sociedade e num sistema que, ao contrário, procura adestrar as pessoas para que sirvam a esses que se colocam como reis e imperadores...
Qual é o seu papel neste vasto campo da transformação mental, intelectual e filosófica?
Vejo meu papel como o de qualquer outro, à medida que nos comunicamos, emitimos nossas opiniões e atuamos fazendo e produzindo. Acho que devemos viver intensamente sem deixar de sermos críticos.
Como você descreve o processo de aculturação, ao longo da formação da sociedade brasileira?
Aculturação significa troca e essa é fundamental. O que hoje chamam de “globalização” e muitos misturam com aculturação não passa de manipulação, doutrinação, adestramento etc... isso devemos combater com veemência.
A cultura liberta ou aprisiona os indivíduos?
Liberta sempre... ou não é cultura... Cultura é liberdade.
Que problemática você destaca na prática da difusão cultural?
Hoje chamam de meios de comunicação veículos de mão única, doutrinadores e nada democráticos, apesar de se venderem como tais. O problema está na dificuldade de fazermos uso dos verdadeiros recursos de comunicação e troca de que dispomos.
Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância no cenário cultural brasileiro e mundial?
A informática, como outros recursos tecnológicos são ferramentas incríveis que estão sendo utilizadas de forma muito competente pelo sistema de dominação ao qual estamos submissos.
Qual mensagem você deixa para todos os fazedores culturais?
... é ter consciência das desigualdades sociais, lutar contra toda e qualquer forma de opressão, produzir e consumir cultura como nunca ..... sem perder a ternura jamais!!!!