Opinando e Transformando - Adalberto de Queiroz

Nome: Adalberto de Queiroz

Reside: Goiânia - Go

Em sua opinião, o que é cultura?

Gosto da definição de Franklin de Oliveira que ao definir cultura fala da semente da Civilização. Um certo domínio da Natureza, o respeito à herança de uma Nação, de um povo, os hábitos, os registros escritos ou falados – denunciam a cultura como jeito de viver, de fazer, de reagir às intempéries da vida; mas só o Homem pode-se pôr no centro do fenômeno cultural, para moldá-lo com suas mãos, seja construindo pontes ou pintando quadros; seja limpando as ruas de suas cidades, seja dançando o Quarup; seja celebrando o nascimento do Cristo, seja silenciando-se um dia pelos seus mortos. A cultura molda a sociedade para um certo e determinado modo de viver. Civilização já é subir uma escada longa e tortuosa que exige valores profundos, fixados ao longo do tempo – sedimentados, em torno de uma crença comum (que alguns preferem dizer Sagrado, religioso etc.), firmado em dois outros pilares Alta Cultura (não ceder à facilidade do fazer qualquer coisa e chama-la de fazer cultural, mas fazê-lo com respeito à Tradição) e a Família (núcleo que a todo o resto argamassa).

Você se considera um difusor cultural?

Sim.

Qual é o seu papel neste vasto campo da transformação mental, intelectual e filosófica?

Pensar na perspectiva do Eterno, nunca do mainstream.

Como você descreve o processo de aculturação, ao longo da formação da sociedade brasileira?

Teria que escrever um livro pra responder a essa pergunta. Na impossibilidade, remeto a “Em berço esplêndido” (de autoria do embaixador José Osvaldo de Meira Penna) e “Viva o povo brasileiro” (de autoria do ficcionista João Ubaldo Ribeiro).

A cultura liberta ou aprisiona os indivíduos?

Não se trata de prisão, mas de arena de ação. Somos filhos da cultura e não da política – essa, sim, é uma prisão. Cito o escritor português Lobo Antunes para falar em meu nome: “juro ter muito respeito pelos artistas. Afinal, a herança de um povo é sua cultura. “Os heróis nacionais não são políticos ou economistas – são Shakespeare, Camões, Cervantes.”

Que problemática você destaca na prática da difusão cultural?

O grande rio que corre leva consigo muito barro, muito lixo; águas limpas do Bom, do Belo e do Verdadeiro exigem disciplina e amor à Arte – ingredientes raros na difusão cultural de nosso tempo.

Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância no cenário cultural brasileiro e mundial?

A web segundo um de seus criadores, Sir Tim Berners-Lee é “um mar de conhecimento compartilhado” – ou deveria ser. Ou ocupamos a web para a difusão cultural ou seremos tragados pelo lodo do mainstream. Não tenho muita esperança que isso aconteça, mas incentivo toda iniciativa que confirme essa tendência. Em alguns anos, provavelmente, o livro no formato celulose atual não existirá e sobrarão os livros digitais a testemunhar que é possível viver fora da distopia que algum líder maluco do governo mundial há de querer impor.

Qual mensagem você deixa para todos os fazedores culturais?

Leiam, debatam e não se fechem em copas em grupelhos não dialógicos.

Dhiogo J Caetano
Enviado por Dhiogo J Caetano em 02/11/2015
Código do texto: T5435300
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.