Opinando e Transformando - Lúcia Laborda
Lúcia Laborda - Baiana, soteropolitana. Nascida no comecinho da primavera, num dia de sol, com flores a minha espera. Minha mãe chamava-se Irene; sou filha do amor. Meu pai Arthur, além de tudo, era musico/compositor.Acadêmica da ACLAVE, APOLO, ALPAS 21 e fundadora da ALB/Bahia. Tem nos lábios o sorriso, nos olhos a alegria! É poetisa de coração, Poeta Del Mundo, e sonha com um amor, intenso e profundo! Tem a lua por fiel companheira; costuma versejar a madrugada inteira... Está em várias coletâneas, por todo lugar. Premiada algumas vezes, com troféus, que nunca imaginei ganhar. Escreveu seu nome no Salão do Livro, em Genebra; pra completar o currículo, esse ano, está no livro, com tantos outros poetas, em Turim. Assim é; mãe, mulher, psicanalista, poetisa; enfim, alguém que compôs a musica, Eu sou da Bahia, com muito orgulho da terra e alegria.
Em sua opinião, o que é cultura?
Cultura para mim é um conjunto de saberes. Independente de instrução, ou não. Podemos dizer que um índio é culto? Sim. Porque ele detém o conhecimento sobre muitos aspectos da natureza; tanto em terra, quanto em mar e rios. Detém também conhecimento sobre sua cultura, sua terra, sua gente.
Você se considera um difusor cultural? Qual é o seu papel neste vasto campo da transformação mental, intelectual e filosófica?
Creio que todo aquele que de alguma forma lida direta ou indiretamente com o público, é um difusor de cultura. Por isso é preciso se ter cuidado.
Todo escritor tem o papel fundamental de transformação. A identificação do leitor com o que divulgamos, nos dá uma carga maior de responsabilidade. E é nossa responsabilidade, passarmos mensagens positivas de amor, fé, carinho, gentileza. Enfim, coisas importantes, que infelizmente, estão ficando perdidas no tempo.
Como você descreve o processo de aculturação, ao longo da formação da sociedade brasileira?
Acho que perdemos o rumo. A sociedade começou a se libertar dos laços familiares e das responsabilidades com relação a ela. Os filhos já não são criados pelos pais. E aprendem tudo de forma errada. Já não se passa valores. Os pais querem passar o papel da educação para os professores, mas não dão limites aos filhos. Não ensinam a terem respeito pelo outro. E se torna cada dia mais difícil, a relação aluno x professor. Ao longo dos anos, a educação ficou perdida, a cultura por sua vez, se tornou obsoleta. O que se aprende, nem sempre podemos chamar de cultura.
A cultura liberta ou aprisiona os indivíduos?
A cultura liberta todo o qualquer indivíduo. Só através dela, se pode obter um conhecimento mais abalizado e opinião própria. Uma pessoa culta, não se deixa levar por opinião alheia, mas, tem firmeza na sua própria. Sabe caminhar livre e ter pulso sobre sua própria vida e escolhas.
Que problemática você destaca na prática da difusão cultural?
O problema da difusão cultural está basicamente, na falta de estímulo e apoio das autoridades. Aqui se tem como cultura, ou mais precisamente, a anticultura. Pois a prática de não estimular dentre a população de baixa renda, é exatamente, pra que sirvam de massa de manipulação. Conforme seus interesses.
Comente sobre o espaço digital, destacando sua importância no cenário cultural brasileiro e mundial?
O espaço digital favorece sim, o lado cultural. Existe a enorme vantagem de interação entre vários países com culturas, costumes e línguas diferentes. Através da internet, podemos ter um mundo em nossas mãos. Mas, é preciso saber usar com responsabilidade.
Porém, ele é mais usado para outras coisas e aí é que entre o perigo do mau uso.
Seria muito bom e útil se fossem implementados seriamente, laboratórios de informática em todas as escolas estaduais e municipais. E, principalmente, que tivessem manutenção. Mas não é essa a realidade.
Qual mensagem você deixa para todos os fazedores culturais?
Que somos responsáveis por essa nova geração que precisa de limites e de bons exemplos. Não podemos dar esse limite, mas podemos deixar boas leituras para que sirvam de norte.
E aos jovens:
Quanto mais se sabe, mais se ganha espaço no mundo. Através da boa leitura, podemos: obter conhecimento, viajar num mundo sem sair do lugar, introduzir novos conceitos, conhecer novas palavras. Sem contar que abre novos horizontes e nos dá uma perspectiva bem maior de vida, de conhecimento.