Opinando e Transformando - Marco Túlio Carvalho

Nome: Marco Túlio Carvalho

Breve Currículo: Professor como formação inicial atuando há mais de dez anos, hoje divide-se entre as aulas de Redação no Espaço Ideal e a função de educador social no Instituto IDEAIS, promovendo atividades para jovens da Região Médio Paraíba, voltadas à prevenção de drogas. É autor do livreto de poesias “Verso e Reverso” e assina a coluna semanal de crônicas, intitulada HÁ CASOS no portal Olho Vivo.

Reside: Volta Redonda-RJ

Em sua opinião, o que é cultura?

Quando penso em cultura, penso em identidade. Identidade sob todos os aspectos. Desde a utilização do corpo como manifestação artística, passando pela gastronomia, a instrumentação musical, chegando a escrita. E essa identidade é muito particular de um povo. Ela é local, mas de alcance imensurável.

Você se considera um difusor cultural? Qual é o seu papel neste vasto campo da transformação mental, intelectual e filosófica?

É muito simples propagar cultura. Fazemos isso, cotidianamente, quando 'trocamos ideia' acerca de uma viagem que fizemos, formando opinião quando discutimos a polêmica questão da redução da maioridade penal, divulgamos o show daquele amigo músico que você tanto admira ou ainda quando recomendamos e emprestamos um livro a alguém.

Mas de forma mais consciente, eu procuro cultivar a aculturação fazendo a parte que me cabe como Educador que sou. E acabo trazendo essa função pra minha vida pessoal também, fazendo uma extensão do trabalho que exerço.

Sou Professor de formação e Educador Social na atuação.

Além da sala da aula, onde apresento importantes nomes da nossa literatura e música, e ainda promovo debates temáticos, saraus e visitas à centros de atividades culturais oportunizando outras perspectivas para jovens alunos através de um importante projeto social, pois divulgo cultura por meio dos meus escritos fazendo provocativas reflexões.

Há um mês idealizei uma exposição poética, a VERSO E REVERSO, quando participei da Flir (Feira Literária de Resende-RJ) e estou trazendo essa mostra para Volta Redonda, onde farei também o lançamento oficial de um livreto, contendo as poesias exibidas e outras mais de minha autoria, durante o mês de Agosto. Possuo uma página desde 2008 onde hospedo poemas, além do site Olho Vivo, do qual colaboro escrevendo crônicas semanais na coluna HÁ CASOS!. E difundo essas vivências através do Facebook e e-mail.

Tem sido enriquecedor receber o feedback de um exercício, seja ele em prosa ou verso.

Como você descreve o processo de aculturação, ao longo da formação da sociedade brasileira?

A sociedade brasileira desenvolveu-se social e culturalmente devido a colonização que recebemos. Hoje somos um somatório da mistura de sabores, religiões, danças e vocabulários distintos, e bem regionais. Temos um passado de miscigenação racial entre índios, europeus e africanos que foi determinante para a nossa formação cultural.

Vivemos entre a desigualdade social, que gera expressões e movimentos de protesto, e a diversidade cultural. E nessa diversificação de culturas, “abrimos” espaço para todos e consumimos o que estiver disponível, e nos convier. Nossa música, por exemplo, que é extremamente rica, transformou-se.

Recentemente, assisti à uma apresentação do chamado Dança do Passinho e fiquei a pensar que, independente se eu tenho ou não apreço pelo estilo de dança, aquilo é sim uma manifestação cultural. E digo mais, completamente legítima e criativa.

A cultura liberta ou aprisiona os indivíduos?

Se não for libertadora, não será cultura. Ao primeiro contato ela norteia no aspecto singular, mas ao ampliar horizontes e fomentar o conhecimento, a cultura torna-se plural e livre, como deve ser.

Que problemática você destaca na prática da difusão cultural?

Penso que a mídia e a indústria vão na contramão do que deveria ser a premissa: abrir espaço para toda e qualquer expressão cultural. No entanto, ela (a mídia) massifica e tendência a fim de “colher os louros”. Mas ainda há muita gente por aí (como o Olho Vivo), com ou sem incentivo, fazendo a diferença e divulgando o “lado B”. O problema é que nem todos têm acesso ou se interessam.

Comente sobre o espaço Olho Vivo, destacando sua importância no cenário cultural brasileiro e mundial?

O Olho Vivo, idealizado pelo competente jornalista Cláudio Alcântara, tem um papel fundamental nessa propulsão cultural. Além de valorizar, e premiar, a cultura da região sul fluminense disponibilizando de um conteúdo atual e dinâmico, o portal dá-nos a oportunidade para explorar outros espaços de manifestação artística rompendo barreiras territoriais, já que a internet possibilita o encurtamento desses “links”.

Qual mensagem você deixa para todos os fazedores culturais?

Que a ARTE continue viva permeando caminhos e o combustível chamado CULTURA seja o suficiente para inspirar e ir além.

Afinal de contas, Aristóteles já afirmava que “a diferença existente entre os homens cultos e os incultos é a mesma diferença que existe entre os vivos e os mortos”.

Dhiogo J Caetano
Enviado por Dhiogo J Caetano em 17/08/2015
Reeditado em 19/08/2015
Código do texto: T5348973
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