Ouvindo a Terceira Idade - Carlos Costa
Nome: Carlos Costa
Data de nascimento: 13/2/1960
Reside em: Manaus - Amazonas
Quais os desafios o senhor encontrou ao longo da vida? Nos relate: um depoimento, uma passagem ou uma memória.
Muitos, principalmente para me tornar escritor, que ainda não me considero, mesmo com 13 livros publicados e participação em mais de 20 antologias literárias. Eram muitos "não" que recebia até o dia em que o escritor/romancista e poeta Danilo Du Silvan entrou na redação do jornal em que eu trabalhava e disse: "contaram-me que você tem vários poemas escritos. Pode mostrar-me". Andava com uma espécie de diário onde fazia anotações dos meus questionamentos políticos e entreguei para ele. Danilo colocou meu diário embaixo do braço e passou oito meses sem aparecer.
Um dia entrou na redação com um pacote embaixo do braço e me coloca na mesa: "Pronto, agora você é um escritor" e já tinha tomado todas as providências para o lançamento no salão de espelhos do Atlético Rio Negro Clube, um dos melhores de Manaus. Tinha marcado até data e distribuído convites. Eu nada sabendo.
Em novembro de 1982, estava eu lá, nervoso e pensando que não daria ninguém.
Deu muita gente, inclusive amigos famosos como os irmãos italianos e na época dirigentes de clubes em Manaus Andrea Flaviano Limongi, este cronista esportivo de uma emissora local.
Depois do lançamento, fui indicado pelo poeta Jorge Tufic e ingressei com meu primeiro livro na União Brasileira de Escritores - UBE/Am, derrotando pelo voto meus ídolos cronistas Amaral Linhares (O Tocador de Charamelo), Luis Ruas (A aparição do Claw) e outros que não lembro mais que hoje são nomes de ruas e Escolas em Manaus.
Qual mensagem o senhor deixa para os jovens?
Estude muito e nunca desista de seus sonhos, por mais impossíveis que lhes possam parecer. Só o estudo transforma e faz alguém pular de uma classe social à outra. Sou filho de pais agricultores, analfabetos funcionais, comecei a estudar e trabalhar aos 12 anos, mas nunca desisti de meus sonhos. Como era tímido demais, comecei a escrever e publicar poemas no Jornal "Pirilampo", mimeografado, e colado nas paredes do Grupo Escolar Adalberto Vale, onde estudei por quatro anos. a partir de 1968, aos 8 anos de idade.
Nunca perca seu horizonte, sua meta, seu norte e foque no estudo sempre. Essa é a mensagem que deixo para os mais jovens!