ENTREVISTA COM A ESCRITORA LUCIANA REIS
Por Giuliano de Méroe
Pequena Biografia
É professora da rede pública estadual de ensino, mestranda em Ciências da Educação, graduanda pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), graduada em Letras: português, inglês e respectivas literaturas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre, possui três especializações: uma em Língua Inglesa e outra em Letras: português e literatura, além de uma terceira em Língua e Literatura Espanhola. Concluiu as disciplinas: Literatura, gênero e discursos marginais; Teoria da Literatura: lendo nas linhas também o não linear e Tópicos Especiais - uma poética da transculturação como aluna especial do mestrado em Estudos Literários na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Pertenceu a equipe de elaboração de itens da prova PAEBES e pertence ao grupo de pesquisa GEITES (Grupo de Estudos Interdisciplinares de Transgressão) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Letras. Autora do livro: o ensino da Língua Espanhola na escola pública.
Divulga Escritor - Escritora Luciana Carvalho dos Reis é um prazer contarmos com sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos, em resumo, como se desenvolveu seu primeiro livro “O ensino da língua espanhola na escola pública”?
A ideia surgiu em vivenciar a dificuldade em ministrar um conteúdo extenso, dentro de uma carga horária bem limitada, sem poder explorar a oralidade da língua estrangeira de maneira satisfatória. A partir de então, durante minha especialização, fui observando como eram ministradas as aulas de espanhol dentro de duas escolas públicas, e pude perceber que tanto o inglês como o espanhol seguem a mesma roupagem: gramática e traduções. Há uma preocupação muito grande com as avaliações externas e o ensinar a falar a língua, fica esquecido.
Divulga Escritor - Qual a necessidade, como professora, considera mais urgente, para dedicar à língua espanhola, objeto e tema do seu livro?
Como professora, pude perceber que a educação brasileira vem passando e ainda passa, por grandes transformações ao longo da história. Devido à globalização, a Língua Espanhola ganha destaque, pois apesar de constar nos currículos das políticas educacionais, ainda encontra obstáculos e resistências, como a falta de qualificação de professores, o desinteresse dos alunos e um plano de educação mais sólido, mais comprometido com a Língua Espanhola, que vise a sua importância no contexto social, econômico e cultural. É nesse ponto que cabe ao professor superar estes entraves e ampliar o universo de ofertas e possibilidades para o aluno, oferecendo melhores oportunidades de acesso a língua, uma vez que, com a grande demanda do mercado de trabalho, faz-se necessário que o indivíduo domine uma nova língua para seu êxito profissional.
Divulga Escritor - Pode nos dizer onde compra-lo? (Indique-nos, por favor, até três links para compra e endereço de e-mail).
Pelos sites:
http://www.livrariaixtlan.com.br/o-ensino-de-lingua-espanhola-na-escola-publica-luciana-carvalho-dos-reis.html
http://www.lucianacarvalhodosreis.recantodasletras.com.br/livros.php
http://www.divulgalivros.org/
ou diretamente comigo com depósito em conta bancária, podendo fazer contato pelo
e-mail:luciana.reis@educador.sedu.es.gov.br
Divulga Escritor - Qual sua visão geral sobre o ensino no Brasil?
Se fizermos uma análise das políticas públicas no Brasil em uma perspectiva de longo prazo veremos que, infelizmente, à sociedade brasileira faltam condições de cidadania, o que leva a processos de exclusão. Historicamente, em muitos momentos de ampliação de direitos – seja no campo da saúde, da segurança ou do transporte, por exemplo – esses direitos se ampliaram, mas com perda de qualidade, e a educação não foge à regra. É por isso, que existe aquela representação, no imaginário social, de que no passado tínhamos uma escola boa e agora não temos mais; uma imagem de que a escola pública perdeu qualidade ao se abrir para contingentes maiores da população. Essa não é uma imagem totalmente equivocada, ela é real, pois no passado a escola podia ser considerada de melhor qualidade, porque atendia apenas a uma pequena parcela da população, elitizada, especialmente a escola de Ensino Médio. Com isso os trabalhadores, as camadas populares e os mais pobres em geral ficavam de fora da escola. O que é positivo nos dias atuais – em que estamos às voltas com o bom e necessário desafio de construir uma sociedade democrática – é pensar e realizar a educação básica para todos, universalizando o Ensino Fundamental e também o Ensino Médio. O problema é que quando a escola ampliou a oferta ela foi ampliada em detrimento da qualidade. Com isso, ao mesmo tempo em que a escola passou a atender um direito na perspectiva da quantidade – pois passou a receber mais alunos – ela passou também a descumprir esse mesmo direito, pois não conseguiu manter a qualidade; e uma escola, ou a saúde, o transporte sem qualidade, equivale à negação de um direito que deve ser pleno, de modo que o grande desafio, atualmente, é qualificar a quantidade.
Divulga Escritor - Como você enxerga a importância do aprendizado de língua estrangeira e literatura, para o mercado de trabalho neste país?
É importante ressaltar que o ensino possui, entre suas funções, um compromisso com a educação para o trabalho. Daí não ignorarmos tal contexto, e a literatura, o inglês ou espanhol são relevantes na construção da vida profissional do indivíduo, por isso é imprescindível incorporar as necessidades da realidade ao currículo escolar de forma que os alunos tenham acesso àqueles conhecimentos que são exigidos pelo mercado de trabalho e que contribui para a formação geral do cidadão.
Divulga Escritor - No seu site, há um artigo, que comenta o uso de metáforas, para explicar melhor o sentido de um texto. Pode nos contar um pouco mais desse assunto?
Sim, o uso de metáforas na dissertação não é proibido, mas devemos ter cuidado, por que a metáfora constitui um desvio semântico que extrapola os limites da linguagem referencial. Quando usamos metáforas estamos expressando estados afetivos e emocionais. Elas concretizam noções abstratas e dão vigor ao pensamento. Temos que atentar para o “eixo da argumentação”, que também é uma metáfora, e ela não é poética, é funcional. É isso que o aluno deve discernir a diferença entre poética e funcionalidade. Uma metáfora poética tem seu sentido conotativo e exige a imaginação para sua significação, já uma metáfora funcional, também tem seu sentido conotativo, mas é aceito para explicar algo informativo, por falta de significação mais adequada.
Divulga Escritor - O que você sugere para o aprimoramento do mercado literário no Brasil?
Na verdade, o que o mercado literário brasileiro precisa é de leitores. E essa carência tem razões históricas. No âmbito educacional, é preciso mudar as estratégias de ensino de literatura, ampliar as bibliotecas escolares, qualificar os professores, bibliotecários e funcionários. Precisamos estimular a leitura e fortalecer o escritor como profissional.
Divulga Escritor - Qual o tema da sua pesquisa no seu mestrado?
O gosto pela leitura de literatura brasileira, entre alunos de Ensino Médio.
Divulga Escritor - Estamos chegando ao fim da entrevista. Agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Estamos felizes em conhecer o pensamento da escritora Luciana Carvalho dos Reis. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Eu que agradeço por essa valiosa oportunidade de falar para os leitores da Revista Divulga Escritor sobre o meu trabalho e parabéns pelo excelente projeto.
E o recado que deixo são para os pais e filhos:
Pais, leiam para seus filhos enquanto vocês conseguem pô-los para dormir. Eu mesma, fui uma criança que adorava ouvir minha avó lendo histórias, imaginava cada personagem e o fato de tê-la bem próximo era maravilhoso. Filhos leiam sempre, valorizem a literatura brasileira, ela é riquíssima. Nós temos uma gama de escritores que fazem um trabalho de qualidade. Olhem sem preconceito para a produção dos jovens escritores contemporâneos. Tenho certeza que vocês não precisarão de metáforas para oxigenar o público consumidor de literatura de boa qualidade.
Por Giuliano de Méroe
Pequena Biografia
É professora da rede pública estadual de ensino, mestranda em Ciências da Educação, graduanda pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), graduada em Letras: português, inglês e respectivas literaturas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre, possui três especializações: uma em Língua Inglesa e outra em Letras: português e literatura, além de uma terceira em Língua e Literatura Espanhola. Concluiu as disciplinas: Literatura, gênero e discursos marginais; Teoria da Literatura: lendo nas linhas também o não linear e Tópicos Especiais - uma poética da transculturação como aluna especial do mestrado em Estudos Literários na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Pertenceu a equipe de elaboração de itens da prova PAEBES e pertence ao grupo de pesquisa GEITES (Grupo de Estudos Interdisciplinares de Transgressão) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Letras. Autora do livro: o ensino da Língua Espanhola na escola pública.
Divulga Escritor - Escritora Luciana Carvalho dos Reis é um prazer contarmos com sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos, em resumo, como se desenvolveu seu primeiro livro “O ensino da língua espanhola na escola pública”?
A ideia surgiu em vivenciar a dificuldade em ministrar um conteúdo extenso, dentro de uma carga horária bem limitada, sem poder explorar a oralidade da língua estrangeira de maneira satisfatória. A partir de então, durante minha especialização, fui observando como eram ministradas as aulas de espanhol dentro de duas escolas públicas, e pude perceber que tanto o inglês como o espanhol seguem a mesma roupagem: gramática e traduções. Há uma preocupação muito grande com as avaliações externas e o ensinar a falar a língua, fica esquecido.
Divulga Escritor - Qual a necessidade, como professora, considera mais urgente, para dedicar à língua espanhola, objeto e tema do seu livro?
Como professora, pude perceber que a educação brasileira vem passando e ainda passa, por grandes transformações ao longo da história. Devido à globalização, a Língua Espanhola ganha destaque, pois apesar de constar nos currículos das políticas educacionais, ainda encontra obstáculos e resistências, como a falta de qualificação de professores, o desinteresse dos alunos e um plano de educação mais sólido, mais comprometido com a Língua Espanhola, que vise a sua importância no contexto social, econômico e cultural. É nesse ponto que cabe ao professor superar estes entraves e ampliar o universo de ofertas e possibilidades para o aluno, oferecendo melhores oportunidades de acesso a língua, uma vez que, com a grande demanda do mercado de trabalho, faz-se necessário que o indivíduo domine uma nova língua para seu êxito profissional.
Divulga Escritor - Pode nos dizer onde compra-lo? (Indique-nos, por favor, até três links para compra e endereço de e-mail).
Pelos sites:
http://www.livrariaixtlan.com.br/o-ensino-de-lingua-espanhola-na-escola-publica-luciana-carvalho-dos-reis.html
http://www.lucianacarvalhodosreis.recantodasletras.com.br/livros.php
http://www.divulgalivros.org/
ou diretamente comigo com depósito em conta bancária, podendo fazer contato pelo
e-mail:luciana.reis@educador.sedu.es.gov.br
Divulga Escritor - Qual sua visão geral sobre o ensino no Brasil?
Se fizermos uma análise das políticas públicas no Brasil em uma perspectiva de longo prazo veremos que, infelizmente, à sociedade brasileira faltam condições de cidadania, o que leva a processos de exclusão. Historicamente, em muitos momentos de ampliação de direitos – seja no campo da saúde, da segurança ou do transporte, por exemplo – esses direitos se ampliaram, mas com perda de qualidade, e a educação não foge à regra. É por isso, que existe aquela representação, no imaginário social, de que no passado tínhamos uma escola boa e agora não temos mais; uma imagem de que a escola pública perdeu qualidade ao se abrir para contingentes maiores da população. Essa não é uma imagem totalmente equivocada, ela é real, pois no passado a escola podia ser considerada de melhor qualidade, porque atendia apenas a uma pequena parcela da população, elitizada, especialmente a escola de Ensino Médio. Com isso os trabalhadores, as camadas populares e os mais pobres em geral ficavam de fora da escola. O que é positivo nos dias atuais – em que estamos às voltas com o bom e necessário desafio de construir uma sociedade democrática – é pensar e realizar a educação básica para todos, universalizando o Ensino Fundamental e também o Ensino Médio. O problema é que quando a escola ampliou a oferta ela foi ampliada em detrimento da qualidade. Com isso, ao mesmo tempo em que a escola passou a atender um direito na perspectiva da quantidade – pois passou a receber mais alunos – ela passou também a descumprir esse mesmo direito, pois não conseguiu manter a qualidade; e uma escola, ou a saúde, o transporte sem qualidade, equivale à negação de um direito que deve ser pleno, de modo que o grande desafio, atualmente, é qualificar a quantidade.
Divulga Escritor - Como você enxerga a importância do aprendizado de língua estrangeira e literatura, para o mercado de trabalho neste país?
É importante ressaltar que o ensino possui, entre suas funções, um compromisso com a educação para o trabalho. Daí não ignorarmos tal contexto, e a literatura, o inglês ou espanhol são relevantes na construção da vida profissional do indivíduo, por isso é imprescindível incorporar as necessidades da realidade ao currículo escolar de forma que os alunos tenham acesso àqueles conhecimentos que são exigidos pelo mercado de trabalho e que contribui para a formação geral do cidadão.
Divulga Escritor - No seu site, há um artigo, que comenta o uso de metáforas, para explicar melhor o sentido de um texto. Pode nos contar um pouco mais desse assunto?
Sim, o uso de metáforas na dissertação não é proibido, mas devemos ter cuidado, por que a metáfora constitui um desvio semântico que extrapola os limites da linguagem referencial. Quando usamos metáforas estamos expressando estados afetivos e emocionais. Elas concretizam noções abstratas e dão vigor ao pensamento. Temos que atentar para o “eixo da argumentação”, que também é uma metáfora, e ela não é poética, é funcional. É isso que o aluno deve discernir a diferença entre poética e funcionalidade. Uma metáfora poética tem seu sentido conotativo e exige a imaginação para sua significação, já uma metáfora funcional, também tem seu sentido conotativo, mas é aceito para explicar algo informativo, por falta de significação mais adequada.
Divulga Escritor - O que você sugere para o aprimoramento do mercado literário no Brasil?
Na verdade, o que o mercado literário brasileiro precisa é de leitores. E essa carência tem razões históricas. No âmbito educacional, é preciso mudar as estratégias de ensino de literatura, ampliar as bibliotecas escolares, qualificar os professores, bibliotecários e funcionários. Precisamos estimular a leitura e fortalecer o escritor como profissional.
Divulga Escritor - Qual o tema da sua pesquisa no seu mestrado?
O gosto pela leitura de literatura brasileira, entre alunos de Ensino Médio.
Divulga Escritor - Estamos chegando ao fim da entrevista. Agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Estamos felizes em conhecer o pensamento da escritora Luciana Carvalho dos Reis. Que mensagem você deixa para nossos leitores?
Eu que agradeço por essa valiosa oportunidade de falar para os leitores da Revista Divulga Escritor sobre o meu trabalho e parabéns pelo excelente projeto.
E o recado que deixo são para os pais e filhos:
Pais, leiam para seus filhos enquanto vocês conseguem pô-los para dormir. Eu mesma, fui uma criança que adorava ouvir minha avó lendo histórias, imaginava cada personagem e o fato de tê-la bem próximo era maravilhoso. Filhos leiam sempre, valorizem a literatura brasileira, ela é riquíssima. Nós temos uma gama de escritores que fazem um trabalho de qualidade. Olhem sem preconceito para a produção dos jovens escritores contemporâneos. Tenho certeza que vocês não precisarão de metáforas para oxigenar o público consumidor de literatura de boa qualidade.