Bruno Sakaue (Apresentador Tv Globo-PB)

Hoje, temos a honra de ter o Bruno Sakaue, apresentador da Tv Cabo Branco (afiliada Tv Globo-PB).

1- Conte-nos Bruno como foi um pouco da sua infância. O que mais te marcou ?

R- Vivi numa pequena cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, chamada São João Nepomuceno. Sou filho único de pais que viviam em cidades diferentes. A família também é pequena, então eu tinha poucos primos por perto... mas compensava essa ausência me divertindo com as crianças da rua. Com certeza esse convívio me marcou demais. É uma das vantagens de se morar no interior... pouca preocupação com violência, muita confiança na vizinhança e espaço de sobra pra brincar. Nunca fui o melhor aluno na escola, mas sempre estive entre os melhores (tanto nas escolas públicas quanto nas particulares que estudei). Dei pouco trabalho para os meus pais, apesar das travessuras de qualquer criança. A partir dos 8 anos comecei a praticar natação e a competir... passei grande parte da infância e da adolescência viajando pra participar dessas disputas, em várias partes do país. Apesar de ser uma família pobre, nunca me faltou o básico e até alguns luxos... e nem poderia dizer que sei o que é passar a dificuldade que meus pais e avós passaram. Aos 14 anos, me mudei para Juiz de Fora, também em Minas Gerais, uma cidade bem maior, onde estudei, continuei competindo. Aos 17, abandonei a natação e passei a me dedicar integralmente aos estudos preparatórios para o vestibular.

2- De onde você acredita que surgiu a vocação para a área de jornalismo ?

R- Sinceramente, não sei se existe um episódio especial ou um sonho de criança que explique a minha opção pelo jornalismo. Forçando um pouco a memória, me lembro de gostar muito dos comerciais de TV... cheguei até a "produzir" alguns com os amigos da escola. E também a cobertura esportiva, que sempre me encantou. Mas até poucos dias antes de me inscrever para o vestibular, nunca havia me passado pela cabeça o jornalismo. Foi de última hora mesmo mas, felizmente, tem dado certo.

3- Qual o seu maior sonho profissional ?

R- Não tenho sonhos de ir para grandes centros... pelo contrário, tive chance de trabalhar em alguns e optei por viver em cidades menores onde há qualidade e padrão de vida. Mas tenho um sonho de ver um dia o público preocupado com notícias relevantes, interessado no bom jornalismo, aquele que presta serviços à própria comunidade.

4- Qual notícia você pensa em dar ao telespectador ?

R- Que a violência está controlado... que temos o direito de viver em paz.

5- O que pensa sobre o código penal brasileiro ?

R- É um dos mais completos do mundo, que contempla praticamente todas as situações... porém, não é aplicado.

6- Um dos quadros do seu programa a repórter vai até o local e marca uma data para a resolução de problemas sociais junto ao órgão competente, é um papel fundamental para a sociedade no geral, de onde surgiu esta ideia do quadro ?

R- Esse quadro foi desenvolvido originalmente no Recife... uma das principais reclamações das pessoas que participam das matérias jornalísticas é a falta de acompanhamento. O problema é denunciado, mostrado na TV, mas depois não tinha continuidade... algumas vezes era resolvido, outras não. O Calendário nasceu com essa missão: acompanhar e cobrar soluções.

7- Se o Bruno não fosse jornalista o que seria ?

R- Não me enxergo fazendo outra coisa... mas gostaria muito de ser músico. Só não segui essa carreira por falta de talento.

8- Morando em João Pessoa, que é uma cidade muito bonita e organizada, porém ainda carece de turismo firme e forte, muitas cidades como Maceió e Aracaju são mais divulgadas do que João Pessoa em âmbito nacional, o que falta na sua opinião para João Pessoa ser um atrativo firme para o turista em geral ?

R- Faltam ações mais "agressivas" de turismo, preparo do setor em geral pra receber um volume maior de pessoas. Desde os gestores ao garçons dos bares... investimento em divulgação é importante, mas só depois que a cidade já estiver preparada pra um turismo responsável, não um turismo predatório.

9- E o turismo sexual, o que pensa a respeito disso e o que faria para mudar este quadro em nossas cidades e fronteiras ?

R- Terrível... tão antigo, mas ainda existente. Não sou um especialista, mas seriam necessárias ações efetivas de combate, pra identificar quem são os explorados e os exploradores. E, no primeiro caso, oferecer alternativas de uma vida diferente.

10- Qual local você sonha em morar ? Qual o lugar você sonha em conhecer ?

R- Nunca fiz planos pra morar em determinado lugar... graças a Deus, sempre morei em cidades muito legais. Hoje vivo numa que me completa... não tenho planos de sair. Tenho vontade de conhecer o Japão, pelas minhas raízes e por toda a riqueza cultural.

11- Tivemos recentemente a queda de um voo que saia de Barcelona a Dusseldorf, você tem medo de voar de avião ?

R- Não. Não me sinto completamente à vontade dentro de um avião, mas depois de tantas viagens aprendi a tolerar.

12- Ainda sobre o tema anterior, um dos motivos deste acidente foi a depressão profunda do co piloto, esta doença da modernidade chamada depressão alguma vez já lhe assustou em âmbito familiar ? O que acha sobre a depressão e quem sofre dela ?

R- Já tive casos na família, mas ainda em estágio inicial e rapidamente a doença foi combatida. É uma doença triste e perigosa porque, muitas vezes, as pessoas que estão por perto não dão a devida importância. Acham que a pessoa que sofre reclama sem motivo... e, com isso, a doença se agrava.

13- Qual a maior saia justa que já passou no ar ?

R- Tive uma crise de tosse... e não conseguia parar, nem falar nada!

14- És a favor do aborto ?

R- Sou a favor da liberdade individual. Não adianta condenarmos o aborto e, dessa forma, forçarmos as pessoas a procurarem clínicas clandestinas onde o índice de mortalidade é altíssimo... mas acho que não deve ser liberado sem critério. Só depois de esgotadas todas as possibilidades. Algo como acontece com a adoção... é todo um processo, que leva tempo, é criterioso, meticuloso... antes de ser finalizado. Obviamente, são situações bem diferentes, mas o rigor na avaliação deve ser o mesmo.

15- Sendo pai recentemente, qual o maior desafio de criar um filho hoje ?

R- Incentivar valores... numa sociedade com valores tão deturpados.

16- Você concorda que João Pessoa é uma das cinco cidades mais violentas do mundo ? Como foi divulgada em recente pesquisa.

R- Difícil avaliar essa situação... não tenho conhecimento do mundo suficiente pra dizer se é ou não é! Mas, infelizmente, percebo a violência cada vez mais presente nas nossas vidas e mais próxima das nossas casas.

17- Você é casado com a Patrícia que também apresenta um jornal na Cabo Branco, como você administra trabalhar na mesma empresa que sua esposa ?

R- Agimos com profissionalismo... estamos há sete anos trabalhando juntos e nunca tivemos problema! Os problemas, que existem como em qualquer relacionamento... são levados pra casa.

18- Se caso acontecesse de rolar um dia uma proposta de uma revista masculina e/ou feminina convidando o Bruno ou a Patrícia para um ensaio NU, você toparia ? E no caso dela como você administraria a situação ?

R- Eu negaria. Sou jornalista... não combina com a profissão. Acho que Patrícia teria a mesma avaliação, mas caso quisesse, eu respeitaria. Não é algo que eu gostaria, mas respeitaria sem ressentimentos no futuro.

19- É a favor da liberação de certos tipos de droga como a Maconha ?

R- Não!

20- Para quem você daria uma banana ?

R- Pra um macaco... rs

21- Para quem você tira o chapéu sempre ?

R- Pra minha família.

22- Qual o maior desafio de ser jornalista ?

R- Não contaminar a verdade... parece uma missão simples, mas não é. Cada pessoa tem um olhar diferente sobre um mesmo fato... e a nossa missão é ser sempre o mais isento possível! Hoje ainda temos o desafio de lidar com o público que perdeu o interesse pelo jornalismo e que consome cada vez mais conteúdo policial. Esse tipo de material dá audiência, mas não traz nenhum bem pra população. Como eu costumo dizer às pessoas, eu sei que falar de um buraco em Cabedelo, por exemplo, não vai dar audiência em Santa Rita. Provavelmente muita gente vai desligar a TV. Eu sei que, por exemplo, falar de emprego pra quem já está empregado pode ser chato, entediante. E muitos podem desligar a TV. Mas o jornalismo não é feito pra alcançar audiência. É feito pra contar histórias e ajudar pessoas. Se o buraco de Cabedelo for consertado... se um pai de família consegue um emprego, já cumprimos a nossa missão! Não estamos brigando por audiência... senão divulgaríamos apenas tragédias também! Estamos aqui pra lutar junto com a população!

23- Qual o seu maior medo ?

R- Não acompanhar o crescimento do meu filho.

24- Muitas pessoas saíram as ruas contra Dilma em ato recente, o que pensa da nossa presidenta ?

R- Procuro me manter informado da política e afastado da politicagem... ninguém nunca me viu ao lado de políticos (mais do que o necessário), ninguém sabe em quem eu voto ou minhas preferências partidárias. O que posso dizer é que eu não devo NADA a nenhum deles, a não ser o respeito que devo a qualquer ser humano. Por isso, estou livre para criticar ou elogiar ações de qualquer um deles, sempre que necessário.

25- E dos políticos Paraíbanos ?

R- Vale o que disse acima... prefiro não opinar sobre os políticos individualmente! Mas percebo, claro, que há políticos bons e ruins... como em qualquer lugar.

26- Uma frase que resuma sua vida...

R- Se não puder ajudar, não atrapalhe! Mas tente ajudar... sempre!!!

Agradeço demais a Bruno Sakaue da Tv Cabo Branco, obrigado de coração Bruno e que Deus o abençoe sempre.

R- Eu agradeço... e deixo um convite a todos pra conhecer a TV Cabo Branco, passar um tempo conversando com a gente! Grande abraço...

Helládio Holanda
Enviado por Helládio Holanda em 23/04/2015
Código do texto: T5217575
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