Olá, pessoal, irei responder a perguntas sobre esse assunto, atendendo a um pedido:
1) Como incentivar pessoas, sobretudo as crianças, a lerem?
Talvez, eu não tenha todas as respostas. Primeiro, gostaria de afirmar que aprendi com pessoas muito cultas e, também, com pessoas pouco cultas. Tive minha vó como a maior incentivadora.
As pesquisas e os educadores do Brasil e do mundo demonstram a importância de incentivar e compartilhar as leituras. Como mãe, professora e observadora também vejo que há maior probabilidade de “construir” leitores a partir do incentivo e do exemplo. E, posso dizer-lhe que educar dá trabalho, e é um exercício diário de repetição e inovação.
Em casa, sempre incentivamos o ato da leitura, mesmo quando nossa filha era um bebê. Para cada faixa etária, usávamos um estímulo diferente, até mesmo livros de plástico na hora do banho. Contávamos muitas histórias. Em alguns aniversários, as lembrancinhas que preparamos foram livros (fato inusitado), algumas vezes, recheados com lápis de cor. Os empréstimos na biblioteca da escola eram altamente valorizados. Ela cresceu como recordista em leitura, mas houve um tempo em que as tarefas e a leitura de livros faziam parte de um compromisso diário. E, no final do dia, eu ou o pai verificávamos se as tarefas tinham sido cumpridas e se necessitavam de reparos. Ouvíamos muitas histórias contadas por ela.
2) Quais livros julga que as crianças devem ler?
Se a criança não tem o hábito de ler, temos que ter muita astúcia para descobrir de que assunto ela gosta, ou mesmo, enxergar qual é a sua dificuldade de ler. Se ela gosta de pintar, vamos presenteá-la com livros que têm espaço para colorir, ler uma história e retratá-la com desenhos e pinturas. Se gosta de dinossauros, busquemos livros com dinossauros... Entretanto, é imprescindível que compartilhemos dos mesmos hábitos, sentemos juntos. Chegará um momento em que a busca pela leitura será espontânea e não mais dirigida.
Quantos aos escritores para crianças, indico muitos... Depende, inicialmente, do que sua criança aprecia. Pessoalmente, adoro Ana Maria Machado, Rubem Alves, Maurício de Souza, Rute Rocha, Ziraldo e Monteiro Lobato.
3) A escola é quem deve incentivar o hábito da leitura?
Não acredito que a escola seja o único responsável. Ela pode ser mais um instrumento junto com a família. A terceirização da função de educar não me parece que gere os melhores resultados. É sempre uma partilha de educadores.
4) O hábito da leitura assegura um melhor futuro econômico a uma população?
Talvez não de imediato, mas, certamente, que é um valioso indicador de amadurecimento de um país, e que, em um determinado momento, ele faz ou fará diferença nas condições de vida da população.
5) As novas tecnologias fazem com que as pessoas leiam e escrevam menos?
É cedo para se avaliar com precisão esses aspectos. Observo que as pessoas que têm o hábito de ler e escrever, com o tempo acabarão usando qualquer meio. As novas tecnologias como computador, tablet e aparelhos para leitura com luminosidade favorável podem ajudar desde que o hábito esteja bem consolidado. Elas também têm o recurso do aumento de letras, proporcionando leituras mais confortáveis a pessoas com degeneração ocular.
6) Como é o hábito de leitura no Brasil e para você?
Atualmente, poucas pessoas leem no Brasil, mesmo as que cursam e cursaram faculdades. No facebook, um exemplo de comunicação rápida e habitual, se há um texto grande, as pessoas não costumam se interessar. Um menor número de caracteres e uma foto bonita chamam mais atenção.
No ranking mundial de leitura, segundo a NOP World Culture Score(TM) Index Examines Global Media Habits, o Brasil ocupa o 27° lugar. Os primeiros lugares têm sido conquistados, desde 2005, pelos países asiáticos (Índia, seguida da Tailândia e China), cuja média de leitura semanal é de 10,7 horas, coincidindo com o fato que esses países vêm crescendo economicamente também. A sociedade (pais, professores e alunos) encontra-se obstinada pela ascensão intelectual e econômica. Para nossa surpresa, os países europeus estão mais abaixo nesse ranking.
Para mim, os livros são eternos companheiros, não só em momentos de ócio, de busca pelo conhecimento ou nas interações sociais. Permitem reflexões, viagens e muito mais. Enfim, eles são parte fundamental na minha vida.
7) Os médicos têm lido pouco?
Os médicos leem muito em geral. O que acaba acontecendo é que, muitas vezes, o tempo que lhes resta é para ler assuntos técnicos. Têm uma rotina com muitas horas de trabalho e lidam o tempo todo com a fragilidade do ser humano. Uma vez, a minha mãe com sua sabedoria perguntou-me: você já viu alguém comprar joias triste? Quis dizer que a rotina dos médicos não é muito leve mesmo quando não nos damos conta disso.
8) As pessoas que consomem livros são mais felizes?
Certamente, que os livros não são parâmetros para medir grau de felicidade (atributo muito complexo). Um chinês, provavelmente, responderia que a felicidade é algo que ocorre quando se está fazendo aquilo que julga ser relevante.
Há escritores que se dedicam a escrever sem perder o intuito de tocar profundamente o leitor e, até mesmo, de promover mudanças positivas nas suas vidas e, em consequência, geram felicidade. Outros escrevem, pelo menos em algum momento, o que mais se vende sem maiores preocupações.
9) Qual o valor das bibliotecas?
Precisamos valorizá-las como templos, como fontes inesgotáveis de vidas. Os espaços culturais e de leituras, particulares ou públicos, precisam ser fomentados, incentivados, revitalizados e frequentados pela sociedade. Bons valores e respeito ao livro podem ser ensinados.
10) Você pretende escrever para crianças?
Tenho uma coleção de livros escrita para crianças, mas, ainda não está lapidada. Quando terminar outros projetos, indubitavelmente, que me dedicarei a essa coleção, que venho apresentando a algumas crianças e sinto que elas se encantam. E assim, eu me encanto também.
Talvez, seja bom que paremos por aqui, senão a leitura se tornará cansativa. E, sem dúvida, há outras pessoas com mais dicas para acrescentar.
1) Como incentivar pessoas, sobretudo as crianças, a lerem?
Talvez, eu não tenha todas as respostas. Primeiro, gostaria de afirmar que aprendi com pessoas muito cultas e, também, com pessoas pouco cultas. Tive minha vó como a maior incentivadora.
As pesquisas e os educadores do Brasil e do mundo demonstram a importância de incentivar e compartilhar as leituras. Como mãe, professora e observadora também vejo que há maior probabilidade de “construir” leitores a partir do incentivo e do exemplo. E, posso dizer-lhe que educar dá trabalho, e é um exercício diário de repetição e inovação.
Em casa, sempre incentivamos o ato da leitura, mesmo quando nossa filha era um bebê. Para cada faixa etária, usávamos um estímulo diferente, até mesmo livros de plástico na hora do banho. Contávamos muitas histórias. Em alguns aniversários, as lembrancinhas que preparamos foram livros (fato inusitado), algumas vezes, recheados com lápis de cor. Os empréstimos na biblioteca da escola eram altamente valorizados. Ela cresceu como recordista em leitura, mas houve um tempo em que as tarefas e a leitura de livros faziam parte de um compromisso diário. E, no final do dia, eu ou o pai verificávamos se as tarefas tinham sido cumpridas e se necessitavam de reparos. Ouvíamos muitas histórias contadas por ela.
2) Quais livros julga que as crianças devem ler?
Se a criança não tem o hábito de ler, temos que ter muita astúcia para descobrir de que assunto ela gosta, ou mesmo, enxergar qual é a sua dificuldade de ler. Se ela gosta de pintar, vamos presenteá-la com livros que têm espaço para colorir, ler uma história e retratá-la com desenhos e pinturas. Se gosta de dinossauros, busquemos livros com dinossauros... Entretanto, é imprescindível que compartilhemos dos mesmos hábitos, sentemos juntos. Chegará um momento em que a busca pela leitura será espontânea e não mais dirigida.
Quantos aos escritores para crianças, indico muitos... Depende, inicialmente, do que sua criança aprecia. Pessoalmente, adoro Ana Maria Machado, Rubem Alves, Maurício de Souza, Rute Rocha, Ziraldo e Monteiro Lobato.
3) A escola é quem deve incentivar o hábito da leitura?
Não acredito que a escola seja o único responsável. Ela pode ser mais um instrumento junto com a família. A terceirização da função de educar não me parece que gere os melhores resultados. É sempre uma partilha de educadores.
4) O hábito da leitura assegura um melhor futuro econômico a uma população?
Talvez não de imediato, mas, certamente, que é um valioso indicador de amadurecimento de um país, e que, em um determinado momento, ele faz ou fará diferença nas condições de vida da população.
5) As novas tecnologias fazem com que as pessoas leiam e escrevam menos?
É cedo para se avaliar com precisão esses aspectos. Observo que as pessoas que têm o hábito de ler e escrever, com o tempo acabarão usando qualquer meio. As novas tecnologias como computador, tablet e aparelhos para leitura com luminosidade favorável podem ajudar desde que o hábito esteja bem consolidado. Elas também têm o recurso do aumento de letras, proporcionando leituras mais confortáveis a pessoas com degeneração ocular.
6) Como é o hábito de leitura no Brasil e para você?
Atualmente, poucas pessoas leem no Brasil, mesmo as que cursam e cursaram faculdades. No facebook, um exemplo de comunicação rápida e habitual, se há um texto grande, as pessoas não costumam se interessar. Um menor número de caracteres e uma foto bonita chamam mais atenção.
No ranking mundial de leitura, segundo a NOP World Culture Score(TM) Index Examines Global Media Habits, o Brasil ocupa o 27° lugar. Os primeiros lugares têm sido conquistados, desde 2005, pelos países asiáticos (Índia, seguida da Tailândia e China), cuja média de leitura semanal é de 10,7 horas, coincidindo com o fato que esses países vêm crescendo economicamente também. A sociedade (pais, professores e alunos) encontra-se obstinada pela ascensão intelectual e econômica. Para nossa surpresa, os países europeus estão mais abaixo nesse ranking.
Para mim, os livros são eternos companheiros, não só em momentos de ócio, de busca pelo conhecimento ou nas interações sociais. Permitem reflexões, viagens e muito mais. Enfim, eles são parte fundamental na minha vida.
7) Os médicos têm lido pouco?
Os médicos leem muito em geral. O que acaba acontecendo é que, muitas vezes, o tempo que lhes resta é para ler assuntos técnicos. Têm uma rotina com muitas horas de trabalho e lidam o tempo todo com a fragilidade do ser humano. Uma vez, a minha mãe com sua sabedoria perguntou-me: você já viu alguém comprar joias triste? Quis dizer que a rotina dos médicos não é muito leve mesmo quando não nos damos conta disso.
8) As pessoas que consomem livros são mais felizes?
Certamente, que os livros não são parâmetros para medir grau de felicidade (atributo muito complexo). Um chinês, provavelmente, responderia que a felicidade é algo que ocorre quando se está fazendo aquilo que julga ser relevante.
Há escritores que se dedicam a escrever sem perder o intuito de tocar profundamente o leitor e, até mesmo, de promover mudanças positivas nas suas vidas e, em consequência, geram felicidade. Outros escrevem, pelo menos em algum momento, o que mais se vende sem maiores preocupações.
9) Qual o valor das bibliotecas?
Precisamos valorizá-las como templos, como fontes inesgotáveis de vidas. Os espaços culturais e de leituras, particulares ou públicos, precisam ser fomentados, incentivados, revitalizados e frequentados pela sociedade. Bons valores e respeito ao livro podem ser ensinados.
10) Você pretende escrever para crianças?
Tenho uma coleção de livros escrita para crianças, mas, ainda não está lapidada. Quando terminar outros projetos, indubitavelmente, que me dedicarei a essa coleção, que venho apresentando a algumas crianças e sinto que elas se encantam. E assim, eu me encanto também.
Talvez, seja bom que paremos por aqui, senão a leitura se tornará cansativa. E, sem dúvida, há outras pessoas com mais dicas para acrescentar.