Nascido na cidade de Teresina – PI, é formado em direito, exerceu a advocacia por algum tempo e hoje dedica-se a prestar concursos públicos e também mantém o foco na música, sua paixão desde muito cedo.
Yzzi Albuquerque – Como surgiu a ideia do seu Projeto musical Constante Variável?
Wonnack – Bom, em 2006 eu estava no último ano do ensino médio e na minha escola havia um festival de música onde os classificados para a fase final tocavam no teatro da cidade. Eu e um amigo de infância, que também tocava, resolvemos montar uma banda para participar do festival. Ele conheceu um baterista que conhecia um baixista e a banda estava formada. Eu compus uma música chamada “Suplício em vão”, gravamos uma demo e nos classificamos para a final.
Ensaiávamos todos os domingos das 15h até quase 19h, eram quase 4 horas tocando a mesma música, na verdade estávamos trabalhando em cima dela, definindo arranjos e tudo. Nessa época aconteceram dois fatos engraçados. Primeiro, os vizinhos me paravam na rua para perguntar se não tinha outra música porque era a tarde inteira só escutando “nem, nem, nem” imitavam o som do dueto das guitarras da introdução. Outra coisa foi que quando faltavam duas semanas para o festival minha vizinha tocou a campainha e disse que chamaria a polícia se não parássemos. Foi o último ensaio para o festival.
Tocamos no festival, a plateia curtiu! A música era um rock com uma pegada heavy metal, com fortes influências do Iron Maiden, porém os jurados não gostaram e não vencemos. Gostávamos tanto de tocar que nosso réveillon de 2006 pra 2007 foi tocando na sala da minha casa e compondo. Ah, e passamos a ensaiar em estúdio para evitar confusões! A ideia da banda existia, mas só ganhou forma com o festival. Após o festival mudaram alguns integrantes. Ensaiávamos sempre, mas somente depois do fim do festival definimos que o nome seria Constante Variável, ali nascia de fato a banda Constante Variável.
Yzzi Albuquerque – Como você concilia a música com sua rotina profissional?
Wonnack – Para conciliar é preciso disciplina, às vezes estou com o livro de direito aberto e sem perceber já estou com o violão nas mãos (risos). Falando sério, é a união do que eu preciso fazer com o que eu quero fazer, na verdade com o que amo fazer. Vou lutar a vida inteira por música, se um dia der certo vou ser um homem realizado!
Yzzi Albuquerque – O nome de uma banda é como uma identidade,
por que ‘’ Constante Variável’’?
Wonnack – Para explicar o porquê do nome vou contar como ele foi escolhido. A banda ensaiava, estávamos compondo, mas não tinha um nome ainda. Numa certa noite em outubro de 2006, na casa do baixista, estávamos conversando e pedi que cada um dissesse um nome para a banda para que decidíssemos logo. Ficamos citando vários nomes e falei “Constante Variável”, todos me olharam estranho e expliquei que “Constante” seria sempre o rock, pois o foco da banda é o rock e que “Variável” seriam as várias ramificações do rock, para que pudéssemos ter uma liberdade maior para compor, podendo ser pop rock, hard rock e às vezes fugindo até um pouco do rock, indo pro reggae, para uma MPB. Todos gostaram da ideia e concordaram, e fica um lance legal o paradoxo. Então, o motivo principal foi ter um nome que justifique e que represente nossa musicalidade, na verdade nossa liberdade musical, para não ficarmos presos a um rótulo, a uma ideia fixa!
Yzzi Albuquerque – A profissão de músico foi regulamentada com a lei n° 3.857 de 22/12/1960, como podemos perceber é uma lei bem antiga, você visa algum benefício com essa legislação, já que existe uma Ordem dos músicos do Brasil?!
Wonnack – Não sou filiado a Ordem dos músicos. O STF, em julgamento, decidiu que os músicos podem exercer livremente a profissão, sem serem obrigados a filiarem-se ou inscreverem-se na Ordem dos Músicos do Brasil. A lei é um marco, pois regulamentou a profissão de músico em nosso país. É uma vitória para os músicos, mas é preciso mais conquistas, como por exemplo, termos investimentos reais por parte do governo na cultura do nosso país. Um grande benefício seria termos esses investimentos.
Yzzi Albuquerque – Recentemente você lançou a terceira canção
do EP ‘’ Primeiro passo’’, o que você tem notado quanto a repercussão das suas músicas nas redes sociais?
Wonnack – Posso dizer que fiquei muito feliz com a repercussão, pois apesar de não ter conseguido uma quantidade de visualizações expressiva eu tive muitas declarações empolgadíssimas de pessoas que ouviram e gostaram da banda. É muito gratificante para um músico, principalmente um compositor, ouvir de alguém que amou sua música, que quer conhecer mais do seu trabalho, nem tenho palavras para descrever o quão gratificante é.
Costumo dizer que só vou saber se um milhão de pessoas gostam das minhas músicas, se um milhão de pessoas puderem ouvi-las. É indispensável a divulgação do trabalho musical, pois só assim um músico pode sentir um retorno para poder se sentir seguro e dar continuidade ao seu trabalho lançando mais e mais material.
Estou buscando todas as formas que estão ao meu alcance para divulgar minhas músicas e a internet é uma ferramenta que ajuda muito, pois é bem democrática e todos têm espaço, e enquanto a repercussão for boa eu vou insistir, e se algum dia não for boa, eu vou continuar a lançar minhas músicas mesmo que seja só por mim, pois amo compor e cantar.
Yzzi Albuquerque – Quais são seus planos para 2015?
Wonnack – Quero inicialmente dar continuidade a divulgação do EP “Primeiro Passo”, consolidar a banda fazendo apresentações para poder divulgar cada vez mais nossas músicas. E no fim desse ano já quero iniciar as gravações do CD que quero lançar em 2015. Esse CD é o principal objetivo em 2015. Não tenho um nome em mente ainda, mas ele terá em torno de 12 a 15 faixas, já incluídas as 5 do EP “Primeiro Passo”. Inclusive nesse CD constará a música “Suplício em vão”, a música do festival que participei no último ano do ensino médio. Basicamente o plano de 2015 é o mesmo de sempre: divulgar para o maior número de pessoas as músicas da Constante Variável!
Yzzi Albuquerque – O Projeto Constante Variável é uma produção independente, você encontrou alguma dificuldade para acompanhar o ritmo do mercado da indústria musical no Brasil? Conte-nos um pouco.
Wonnack – Eu penso que todas as áreas têm suas dificuldades, principalmente quando você faz de forma independente. Com música não seria diferente, mas a música tem algo singular, que diferencia de outras atividades, pois se você for um bom médico, um bom advogado, ou um bom arquiteto sempre terá trabalho para você. Agora um bom músico não tem garantia de trabalho, pois ele precisa mais do que ser um bom músico, ele precisa cativar as pessoas com sua arte, precisa conquistar multidões. O músico é totalmente dependente do gosto alheio, é como se você alterasse aquele ditado que diz que a opinião alheia não importa, para o músico é o que mais importa, mas veja bem opinião no sentido de gostar de suas músicas.
O músico precisa dessa aceitação, dessa opinião positiva, precisa de pessoas que gostem do seu trabalho, os fãs. Resumindo: por mais técnicas e anos de teoria musical, por mais brilhante que o músico seja, se ele não produzir músicas e letras que toquem as pessoas ele nunca conseguirá sobreviver de sua arte, acredito que essa seja a segunda maior dificuldade de um músico e a primeira seria ser descoberto nacionalmente. E pra essa dificuldade, não ter um empresário e nem uma gravadora como apoio coloco como um grande desafio.
Considerações Finais
Gostaria de agradecer a entrevista! É muito importante e extremamente necessário para a banda ter esse espaço para poder contar um pouco mais da nossa história, da nossa visão e das nossas metas. Encaro essa minha capacidade de compor como um presente divino e fico muito feliz ao compor uma canção e gostaria de divulgar minhas músicas para que as pessoas quando ouvirem sentirem a mesma alegria que tenho ao criá-las.
Muito obrigada Wonnack pela disponibilidade concedida à essa entrevista, quero dizer que vocês conquistaram mais fãs (risos) eu e minha família estamos torcendo para o sucesso de vocês.