ANÍBAL BRAGANÇA – ENTREVISTA Nº 532 Publicado por selmovasconcellos, 3 de julho de 2014 em Entrevistas ENTREVISTA de Aníbal Bragança concedida a Belvedere Bruno – Site Selmo Vasconcellos. belvederebruno14@gmail.com PEQUENA BIOGRAFIA ANIBAL 2 Aníbal Bragança, professor da Universidade Federal Fluminense, pesquisador da história do livro no Brasil. Nascido em Portugal, em 1944, vive no Brasil desde 1956. Graduado em História pela UFF, mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela USP (Universidade de São Paulo). Autor de Livraria Ideal, do cordel à bibliofilia (2009, 2a. ed. Edusp) e coorganizador de Impresso no Brasil – Dois séculos de livros brasileiros (2010, Edunesp, PRÊMIO Jabuti 2011).
Aníbal Bragança, professor da Universidade Federal Fluminense, pesquisador da história do livro no Brasil. Nascido em Portugal, em 1944, vive no Brasil desde 1956. Graduado em História pela UFF, mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela USP (Universidade de São Paulo). Autor de Livraria Ideal, do cordel à bibliofilia (2009, 2a. ed. Edusp) e coorganizador de Impresso no Brasil – Dois séculos de livros brasileiros (2010, Edunesp, PRÊMIO Jabuti 2011).
ENTREVISTA ANIBAL
1 BELVEDERE BRUNO – Como vê o universo das livrarias atuais, comparado à época em que dirigia as Livrarias Diálogo e Pasárgada?
ANÍBAL BRAGANÇA – Houve grandes mudanças no cenário das livrarias brasileiras, das décadas de 1960 para cá. A formação e o desenvolvimento de grandes redes com lojas em shoppings (em especial) nas cidades brasileiras com maior poder aquisitivo; o surgimento das livrarias virtuais, o comércio eletrônico, especialmente de livros usados, tudo isso se refletiu positiva e negativamente no mercado. Dos aspectos negativos podemos indicar o fim de muitas livrarias tradicionais, a crescente transferência do saber dos livreiros para os registros nos arquivos dos computadores, a crescente impessoalidade na relação com os leitores; positivamente, pode-se indicar a maior profissionalização da gestão, especialmente, nas editoras, a alta qualidade gráfica e editorial, além da diversidade de títulos que são lançados diariamente no mercado. BELVEDERE BRUNO – Em termos comerciais, as livrarias são lucrativas ou precisam se adequar aos novos tempos oferecendo mais que livros? ANÍBAL BRAGANÇA – Há uma tendência a maior diversificação de produtos e serviços nas livrarias, mas a questão da lucratividade está mais diretamente relacionada à gestão.
BELVEDERE BRUNO – Na era de computadores e jogos digitais, ainda há espaço para o livro de papel no universo infantil?
ANÍBAL BRAGANÇA – Sim. As crianças tem uma curiosidade infinita e se interessam por tudo que lhes desperte o imaginário, o lúdico e a inteligência. Cabe à família despertar o interesse pelos livros de papel, onde a oferta tem sido cada vez maior e diversificada, com alta qualidade de textos e ilustrações.
BELVEDERE BRUNO – O que sugere para que o hábito de leitura seja estimulado na infância ?
ANÍBAL BRAGANÇA – A experiência transmitida pela família na relação com os livros é fundamental. A prática de leitura oral, especialmente nos momentos de aconchego familiar, a frequência a livrarias, bibliotecas e feiras de livros, a valorização da leitura e a oportunidade de formação de pequenas bibliotecas no quarto das crianças. A escola e os professores também podem contribuir para o fortalecimento dessas práticas.
BELVEDERE BRUNO – O que as Academias voltadas às letras proporcionam ao autor e como classifica a dinâmica das mesmas?
ANÍBAL BRAGANÇA – Embora eu não tenha aproveitado como gostaria, acho que a convivência fraterna em torno da literatura e da cultura letrada, o compartilhamento de saberes estão entre os proveitos maiores que podem ter os acadêmicos em suas instituições.
BELVEDERE BRUNO – Na sua concepção, o que falta à cidade de Niterói para se firmar como polo cultural?
ANÍBAL BRAGANÇA – Niterói é uma cidade com perfil para ser uma cidade de artes e cultura e já tem uma vida intelectual bem dinâmica, inclusive por conta da existência da Universidade Federal Fluminense e de outras congêneres, mas poderá desenvolver mais essa vocação com uma política pública que ofereça as condições necessárias para a realização de mais eventos, congressos e festivais que mobilizem os cidadãos niteroienses e também atraiam turistas, nacionais e estrangeiros, além da valorização das instituições permanentes da área.
BELVEDERE BRUNO – Um jornal voltado integralmente à cultura, abordando seus diversos segmentos, teria aceitação do público?
ANÍBAL BRAGANÇA – Dependerá do projeto e da realização, isto é, são muitas as variáveis que influenciam na aceitação do público e no sucesso da iniciativa., tornando difícil ter uma opinião prévia.
BELVEDERE BRUNO – Fale sobre o que tem realizado no momento em termos culturais. Algum ideal ainda não concretizado?
ANÍBAL BRAGANÇA – Trabalho atualmente na publicação de mais um livro, “Rei do Livro – Francisco Alves na história do livro e da leitura no Brasil”, a ser lançado pela Edusp, além de pesquisas e aulas na UFF.
BELVEDERE BRUNO – Deixe uma mensagem a todos que vivem no rico universo da cultura.
ANÍBAL BRAGANÇA – A possibilidade do cultivo da vida espiritual é um privilégio que devemos estender a todos.
Aníbal Bragança, professor da Universidade Federal Fluminense, pesquisador da história do livro no Brasil. Nascido em Portugal, em 1944, vive no Brasil desde 1956. Graduado em História pela UFF, mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela USP (Universidade de São Paulo). Autor de Livraria Ideal, do cordel à bibliofilia (2009, 2a. ed. Edusp) e coorganizador de Impresso no Brasil – Dois séculos de livros brasileiros (2010, Edunesp, PRÊMIO Jabuti 2011).
ENTREVISTA ANIBAL
1 BELVEDERE BRUNO – Como vê o universo das livrarias atuais, comparado à época em que dirigia as Livrarias Diálogo e Pasárgada?
ANÍBAL BRAGANÇA – Houve grandes mudanças no cenário das livrarias brasileiras, das décadas de 1960 para cá. A formação e o desenvolvimento de grandes redes com lojas em shoppings (em especial) nas cidades brasileiras com maior poder aquisitivo; o surgimento das livrarias virtuais, o comércio eletrônico, especialmente de livros usados, tudo isso se refletiu positiva e negativamente no mercado. Dos aspectos negativos podemos indicar o fim de muitas livrarias tradicionais, a crescente transferência do saber dos livreiros para os registros nos arquivos dos computadores, a crescente impessoalidade na relação com os leitores; positivamente, pode-se indicar a maior profissionalização da gestão, especialmente, nas editoras, a alta qualidade gráfica e editorial, além da diversidade de títulos que são lançados diariamente no mercado. BELVEDERE BRUNO – Em termos comerciais, as livrarias são lucrativas ou precisam se adequar aos novos tempos oferecendo mais que livros? ANÍBAL BRAGANÇA – Há uma tendência a maior diversificação de produtos e serviços nas livrarias, mas a questão da lucratividade está mais diretamente relacionada à gestão.
BELVEDERE BRUNO – Na era de computadores e jogos digitais, ainda há espaço para o livro de papel no universo infantil?
ANÍBAL BRAGANÇA – Sim. As crianças tem uma curiosidade infinita e se interessam por tudo que lhes desperte o imaginário, o lúdico e a inteligência. Cabe à família despertar o interesse pelos livros de papel, onde a oferta tem sido cada vez maior e diversificada, com alta qualidade de textos e ilustrações.
BELVEDERE BRUNO – O que sugere para que o hábito de leitura seja estimulado na infância ?
ANÍBAL BRAGANÇA – A experiência transmitida pela família na relação com os livros é fundamental. A prática de leitura oral, especialmente nos momentos de aconchego familiar, a frequência a livrarias, bibliotecas e feiras de livros, a valorização da leitura e a oportunidade de formação de pequenas bibliotecas no quarto das crianças. A escola e os professores também podem contribuir para o fortalecimento dessas práticas.
BELVEDERE BRUNO – O que as Academias voltadas às letras proporcionam ao autor e como classifica a dinâmica das mesmas?
ANÍBAL BRAGANÇA – Embora eu não tenha aproveitado como gostaria, acho que a convivência fraterna em torno da literatura e da cultura letrada, o compartilhamento de saberes estão entre os proveitos maiores que podem ter os acadêmicos em suas instituições.
BELVEDERE BRUNO – Na sua concepção, o que falta à cidade de Niterói para se firmar como polo cultural?
ANÍBAL BRAGANÇA – Niterói é uma cidade com perfil para ser uma cidade de artes e cultura e já tem uma vida intelectual bem dinâmica, inclusive por conta da existência da Universidade Federal Fluminense e de outras congêneres, mas poderá desenvolver mais essa vocação com uma política pública que ofereça as condições necessárias para a realização de mais eventos, congressos e festivais que mobilizem os cidadãos niteroienses e também atraiam turistas, nacionais e estrangeiros, além da valorização das instituições permanentes da área.
BELVEDERE BRUNO – Um jornal voltado integralmente à cultura, abordando seus diversos segmentos, teria aceitação do público?
ANÍBAL BRAGANÇA – Dependerá do projeto e da realização, isto é, são muitas as variáveis que influenciam na aceitação do público e no sucesso da iniciativa., tornando difícil ter uma opinião prévia.
BELVEDERE BRUNO – Fale sobre o que tem realizado no momento em termos culturais. Algum ideal ainda não concretizado?
ANÍBAL BRAGANÇA – Trabalho atualmente na publicação de mais um livro, “Rei do Livro – Francisco Alves na história do livro e da leitura no Brasil”, a ser lançado pela Edusp, além de pesquisas e aulas na UFF.
BELVEDERE BRUNO – Deixe uma mensagem a todos que vivem no rico universo da cultura.
ANÍBAL BRAGANÇA – A possibilidade do cultivo da vida espiritual é um privilégio que devemos estender a todos.