Maria Shu, ex-aprendiz de Dramaturgia, vence concurso de dramaturgia
Maria Shu ingressou na SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco em 2010, integrando a primeira turma de aprendizes da Instituição. O curso de Dramaturgia, coordenado por Marici Salomão, foi sua escolha – em 2012, concluiu os quatro módulos.
Desde que pisou na Escola, o amadurecimento da aprendiz-artista foi surpreendentemente rápido. Já em 2010, seu texto “Giz” recebeu uma leitura dramática dirigida por Lavínia Pannunzi durante as Satyrianas. No ano seguinte, participou de um processo colaborativo com a Companhia de Teatro Os Satyros e assinou o texto de “Cabaret Stravaganza”, espetáculo montado pelo grupo com direção de Rodolfo García Vázquez.
Enquanto tinha textos participando de festivais e sendo montados, no ano passado seu “relógios de areia” ganhou leitura dramática pelo SP Dramaturgias, projeto de leituras dramáticas de textos inéditos de autores contemporâneos promovido pela Escola. No ano passado, ainda foi orientadora do projeto, sob supervisão de Marici.
Agora, como consequência natural dessa produtiva trajetória, a ex-aprendiz acaba de vencer o Concurso Feminina Dramaturgia - Prêmio Heleny Guariba (3ª Edição), promovido pelo Núcleo do 184 da Cooperativa Paulista de Teatro, com sua peça “Ar rarefeito”.
“Ter a minha peça vencedora de um concurso reforça que o recorte que eu faço da realidade, a minha visão de mundo e estética interessam e tocam o outro. Este ano marca os cinquenta anos do Golpe Militar e o prêmio leva o nome de uma desaparecida política, Heleny Guariba, uma diretora teatral. Uma mulher. Isso tudo tem um peso. O concurso ‘Dramaturgia Feminina’ é de grande relevância ao destacar a qualidade artística das peças escritas por mulheres, num universo ainda dominado pela autoria masculina. Se um dos objetivos de Heleny Guariba era a sua constante luta por mudanças, este concurso laureia isto”, afirma a dramaturga.
Segundo ela, a Escola é parte essencial de sua trajetória. “A SP Escola de Teatro foi um divisor de águas na minha existência. Eu não sabia que a dramaturgia, que a arte pudesse me transformar de uma maneira tão potente. A Escola me fez repensar e, sobretudo, entender o meu fazer artístico, me dando suporte para eu escrever minhas primeiras peças, com vigor e respeito à minha singularidade”, arremata.
Texto: Felipe Del
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