REPORTAGEM COM DUDU FAGUNDES, O MAESTRO DAS RUAS (COM RECOMPILAÇÃO DO JORNAL DO BRASIL)

REPORTAGEM (COM RECOMPILAÇÃO DO JORNAL DO BRASIL)

Dudu Fagundes, como é conhecido entre os amigos, é maestro, músico, compositor e cineasta. Aprendeu a compor e escrever partituras, ainda pequeno, com o avô e o pai. Toca cavaquinho, contrabaixo, violão, piano, percussão, entre outros instrumentos. O nome Maestro das Ruas surgiu de seu trabalho nas ruas do centro do Rio de Janeiro, quando resolveu colocar em prática o que sabia fazer de melhor: partituras musicais! E foi para a porta da Escola de Música da UFRJ, na Lapa, “com um velho violão a tira-colo, um caderno de pauta musical embaixo do braço, uma caneta esferográfica preta no bolso de trás da calça, um banquinho de madeira na mão, uma pequena placa onde se lia: FAZEM-SE PARTITURAS PARA REGISTRO.” “Toda música, para ser registrada, requer uma partitura, que é uma espécie de impressão digital da melodia…” dizia o Maestro das Ruas aos que se aproximavam e curiosamente lhe perguntavam o que fazia naquele sol escaldante de verão 40º em plena calçada com toda aquela “tralha” musical. Há mais de uma década, cerca de 45 mil artistas já recorreram ao seu trabalho. Dudu é o anjo da guarda de toda a galera do funk carioca, como MCS Leozinho, Catra, tigrão, Koringa, Pepe e Neném, Serginho, Lelekes e etc. Fagundes afirma não ter preconceito e admirar todos os ritmos. ”Me sinto privilegiado ouvindo tanta coisa boa”, elogia. O compositor Renato Araujo sentencia: “Ele é um grande amigo, um músico fantástico e um maestro com uma sensibilidade musical indescritível! Sabe captar as nuances que queremos dar à música! O conheci fazendo partituras nas ruas barulhentas e movimentadas da Lapa. Nos tornamos parceiros em algumas músicas como “Nos braços do Olodum.” Mas nosso Maestro das Ruas não parou por aí e, nos últimos anos, trocou a calçada por um grupo de salas na Lapa, com novos instrumentos, computadores, softwares e uma grande equipe de parceiros que o ajudam a realizar seu trabalho. Montou sua empresa, a Produtora Maestro das Ruas e criou seu próprio selo fonográfico MRB, que tem por objetivo dar oportunidade e voz aos artistas que desenvolvem um trabalho de qualidade e não são ouvidos pelo Brasil! Fagundes já lançou diversos livros tais como “Novas Histórias da Velha Lapa”, “Velha Favela” " Artistas Invisíveis" e “Araponga.” Dirigiu os filmes "Rio Antigo" com Chico Anysio, Alcione e Nonato Buzar. "Batacotô", com Ivan Lins, Jorge Vercilo, Sandra de Sá. Além dos filmes afro-brasileiros "Memórias D'un Candongueiro" e "A Pedra", ambos lançados no Cine Odeon e Centro Cultural da Justiça Federal. Um de seus trabalhos mais recentes e elogiados foi o filme "O Maestro das Ruas, Um Mergulho Na Alma brasileira" lançado no exterior, recebendo aplausos do público e da crítica Européia. (Renato Araujo, com recompilação do Jornal do Brasil)