ZEFERINO MASSINGUE É ENTREVISTADO POR VALDECK ALMEIDA DE JESUS
 
Zeferino Massingue (pseudônimo Muachigombana) de 34 anos de Idade, nasceu no Povoado de Macovane, localidade de Maimelane, distrito de Inhassoro, província moçambicana de Inhambane no país africano de língua portuguesa. Iniciou a sua carreira estudantil em 1987 e, por várias dificuldades, tantos de tensão político militar e económicas, atrasou bastante, sendo assim, no ano de 2012 fez a sua graduação em Ensino de História na Faculdade de Ciências Sociais na Universidade Pedagógica de Moçambique. Em Dezembro do mesmo ano iniciou Pós-Graduação (mestrado) em Ciências Políticas, Governação e Relações Internacionais, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, em Coordenação com a Universidade Católica de Moçambique. Nunca estudou dança e nem teatro, mudou de Inhassoro para Maputo, a capital do país, em 1994 e, no mesmo ano, no mês de junho, mudou para Cidade Nampula ao norte do seu país.

Ele escreveu um livro ainda nao publicado com o titulo: “A sogra do devino e os rasteiros do silêncio”, faz parte da antologia: “Jóia Niassa, Metáforas do Ventre” e possui vários textos publicados nos jornais Amanhecer, Literatas, Pirâmide etc. Participação em eventos e grupos nunca aconteceu.

VALDECK: Quando e onde nasceu?
ZEFERINO: Nasci no Povoado de Macovane, no dia 25 de junho de 1979.
 
VALDECK: Já conhece o restante do Brasil? E outros países?
ZEFERINO: Não. Só conheço alguns países vizinhos de Moçambique. Já fui a Malawi, Africa do Sul e Tanzânia.

 
VALDECK: Como você começou a escrever? Por quê? Quando foi?
ZEFERINO: Bem, nem percebi a explosão da escrita na minha pessoa, mas tudo começou estilo brincadeiras com um amigo e colega da escola, na altura escrevíamos poemas, mas mais preocupado com a rima nas últimas palavras de cada verso. Era uma brincadeira que se tornou uma realidade indiscutível.


VALDECK: Você escreve ficção ou sobre a realidade? Suas obras são mais poesias ou prosa? O que mais você gosta de escrever? Quais os temas?
ZEFERINO: Poesia, mas crítica sócio-política do comportamento dos políticos africanos e o seu povo. Tema Livre.


VALDECK: Qual o compromisso que você tem com o leitor, ou você não pensa em quem vai ler seus textos quando está escrevendo?
ZEFERINO: É tão difícil mencionar essa parte, mas penso que quem lê são estudantes e o público em geral.
 
VALDECK: Como nascem seus textos? De onde vem a inspiração? E você escreve em qualquer hora, em qualquer lugar ou tem um ritual, um ambiente?

ZEFERINO: Os meus textos nascem mais no tempo das greves, assassinatos, sobretudo nas manifestações populares, sobre as eleicoes, aumento de tarifas de transportes e escrevo de forma ligeira do amor etc. Escrevo mais nas manhãs quase num silêncio, também a viajar, ritual como tal não e necessário para escrever.

VALDECK: Qual a obra predileta de sua autoria? Você lembra um trecho?
ZEFERINO
: Tenho por enquanto uma obra, mas tenho milhares de textos arquivados.
 
Escreve-se
Nas almas… os tiros
Com todas letras no obscuro
Ler o pão, cigarro, malícia, esgoto e voto
Caminhar, olhar e sorrir… desvenda-se tampão lírico de sujeira
Tiros pululam nas esquinas, sangue bebido de sumos e viúvas vão nascendo.
 
VALDECK: Seus textos são escritos com facilidade ou você demora muito produzindo, reescrevendo?
ZEFERINO:  São escritos com muita facilidade

VALDECK: Qual foi a obra que demorou mais tempo a escrever? Por quê?
ZEFERINO
: Nenhuma que demorou, mas não há oportunidades de editar e publicar os livros.

VALDECK: Concluiu a faculdade? Pretende seguir carreira na literatura?
ZEFERINO
: Fiz a graduação em História e sou mestrando, se haver oportunidade farei a literatura.

VALDECK: Qual o escritor ou artista que mais admira e que tenha servido como fonte de inspiração ou motivação para seu trabalho?
ZEFERINO: Ukungulani Wakakhossa

VALDECK: O que você acha imprescindível para um autor escrever bem?
ZEFERINO: Oportunidades de lançamento e participar em eventos culturais.

VALDECK: Você usa o nome verdadeiro nos textos, não gostaria de usar um pseudônimo?

ZEFERINO: Às vezes nome próprio e pseudônimo de Muachigombana

VALDECK: Como foi a tua infância?

ZEFERINO: Muito complicada.

VALDECK: Você é jovem, gasta mais tempo com diversão ou reserva um tempo para o trabalho artístico?
ZEFERINO: Eu faço um pouco de tudo.

VALDECK: Tem um texto que te deu muito prazer ao ver publicado? Quando foi e onde?
ZEFERINO: Sou Cigarro. Jóia Niassa, Metáforas do Ventre e jornal Amanhecer.

VALDECK: Você tem outra atividade, além de escritor?

ZEFERINO: Sim.
 
VALDECK: Você se preocupa em passar alguma mensagem através dos textos que cria? Qual?
ZEFERINO: Sim. Despertar a sociedade sobre os acontecimentos cotidiano.

VALDECK: Qual sua Religião?
ZEFERINO: Cristã.

VALDECK: Quais seus planos como escritor?
ZEFERINO: Publicar mais obras comunicar com outros escritores e a trocar experiências.

(*) Valdeck Almeida de Jesus é escritor, poeta e editor, jornalista formado pela Faculdade da Cidade do Salvador. Autor do livro “Memorial do Inferno: A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden”, já traduzido para o inglês. Seus trabalhos são divulgados no site www.galinhapulando.com
Valdeck Almeida de Jesus
Enviado por Valdeck Almeida de Jesus em 15/01/2014
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