O SEXO E SEUS TABÚS

Dr. Márcio, bom dia. Adquiri coragem para contar ao senhor algo, que tem embaraçado minha vida e que talvez o senhor possa me dar um pouco de paz, pois a culpa que carrego é insuportável.

Quando eu tinha nove anos de idade, cometi um pecado, tendo um gesto homossexual com um primo de dezesseis anos e desde a minha adolescência, vivo angustiado, procurando fugir de entender as mulheres ou me aproximar delas, a não ser para fingir que sou uma pessoa normal, pois acho que meu gesto me traumatiza muito.

Existe algum tratamento para isto? Obrigado – Pedro.

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Pedro, para dar-lhe a explicação correta, preciso ir ao começo da vida se quiser que você se conceda o “perdão”.

Todo ser humano precisa atravessar quatro fases de desenvolvimento e descobertas, para obter maioridade sadia.

Começamos nossa jornada de desenvolvimento ao ganharmos um presente divino: um seio delicioso, que despeja em nossa boca a maior maravilha: um leite quentinho, primeiro alimento inesquecível, que nossa mamãe preparou durante a gravidez, para nos mostrar o quanto está feliz. Este ato cria nosso primeiro instinto de prazer, como tenho repetido que é “comer”.

Ao estarmos nesta fase de alimentação, seguida de papinhas, e outras delícias, a medicina denominou de “FASE ORAL”. É preciso acrescentar que esta deliciosa fase, pode ter repercussões nocivas, pois se aprendemos que comer é bom, sempre que temos algo nos perturbamos, procuramos compensar comendo. Isto, como disse um editor, fará o futuro dos mundanos “gordo”, principalmente se recordáramos que o mundo elegeu a riqueza dos dominantes, como o primeiro prazer. Eles nos levam à preocupar com o ganhar tostões e com isto comemos e comemos. A propósito, faço uma brincadeira: esta é a única vantagem do aumento dos preços da alimentação. Comeremos menos.

A seguir tomamos consciência que urinamos e defecamos, ainda na primeira infância. Tais funções estimulam o canal urinário e o nosso ânus, que são áreas de estímulo excitatório, mesmo quando já adultos. Assim temos um prazer em evacuar e urinar e esta fase é chamada de “FASE ANAL”. Ao percebermos isto, muitas vezes seguramos as fezes quando crianças e poderemos ser diagnosticados como portadores de ‘prisão de ventre’, necessitando medicamentos para fluidificar e expeli-las.

A propósito desta afirmativa, quero enfatizar que os dois sexos humanos têm no pênis, vagina e ânus excitação. Não estou dizendo que o ânus têm que ser penetrados, mas se acariciados com leveza, produzem prazer. Muitos homens odeiam esta afirmação, pois pensam que quem sente prazer no ânus é homossexual. Coitados, ignorantes.

A seguir no começo da adolescência, descobrimos nosso sexo e nos apegamos a compreendê-lo melhor: passamos a olhar nossos colegas urinando e com frequência, nossas primeiras experiências sexuais consistem em uma “luta de espadas”, com os pênis e até penetrações anais leves com eles.

As meninas também se descobrem e fazem seus “roçadinhos”, com brinquedos de dormir juntas, abraçadas, uma manipular a vagina da outra e tanta brincadeira sadia, normal.

É NECESSÁRIO QUE OS ADULTOS COMPREENDAM TAIS DESCOBERTAS COMO IMPORTANTES, PARA NÃO CASTIGAREM AS DESCOBERTAS, EVITANDO TRAUMAS, QUE PODEM MARCAR PARA SEMPRE AS CRIANÇAS, COMO FUTUROS HOMOSSEXUAIS DEVIDO A ESTAS ATITUDES PRECIPITADAS, não por origem homossexual genética, muito estudada até hoje.

Esta é um dos maiores motivos de estarem surgindo até modificações legais para o acasalamento de homossexuais, a adoção de filhos pelos homossexuais e a permissão de cirurgias para mudança de sexo.

Coloco uma questão importantíssima: SE A PESSOA SE SENTE SEGURA DE QUAL SEXO A FAZ FELIZ. PORQUE SE ENVOLVER COM ESTA ATITUDE HOMOFÓBICA?

Medo de ser contaminada pala homossexualidade? Falta-lhe segurança sobre sua identidade sexual?

Muitos chegam ao absurdo de envolver regras religiosas falsas neste assunto, como se Deus vivesse para castigar as preferências das pessoas, que se sentem felizes com o que são.

Conheço muito casos de pessoas que foram despertadas para uma vida sexual, por brincadeiras, ou mesmo atitudes sexuais produzidas por adultos, como fazer um carinho sexual numa criança (não coloco aqui a motivação do adulto), onde as crianças sentiram-se muito felizes por ser amadas, excitadas, mas ao atingirem a vida adulta, passam a se angustiar, até a se punir, ou mesmo buscar o mesmo sexo para sua satisfação, por se sentirem anormais em ter aquele momento de prazer inocente, de sua parte.

Conheci uma senhora que detestava ser beijada, pois o pai a beijara na boca (gesto onde pude perceber que ocorrera uma virada de rosto não intencional da criança) e por isto “tinha nojo de quem tentasse beijá-la”.

Nesta fase onde surge os primeiros desejos sexuais, com adolescentes, ou com pessoas de pouca diferença de idade, do mesmo sexo, é chamada de “FASE HOMOSSEXUAL”. Espera-se que praticamente todo ser humano a tenha enfrentado sem culpas, vendo-se como normal.

Se passadas estas fases sem traumas, com prazer sem culpa, chega-se à fase de sentir vontade de amar (se bem instruídas pela família) e de premiar este amor com uma satisfação sexual. Adentrou-se firmemente na “FASE HETEROSSEXUAL”.

Coloco aqui outra complementação à afirmação anterior: AMAR É DEMONSTRAR AFETO, CARINHO, COMPARTILHAR ALEGRIAS, CONSOLAR E AJUDAR A RESOLVER PROBLEMAS SENTIDOS, OU VIVIDOS PELO OUTRO, AUXILIAR NA MANUTENÇÃO DA ORDEM E LIMPESA DA CASA (isto nunca foi atitude de homossexual), CUIDAR E ACARICIAR AS CRIANÇAS, AJUDAR NA MANUTENÇÃO DOS EMBELEZAMENTOS E JARDINS DA CASA, FAZER BRINCADEIRAS QUE ALEGREM A OUTRA METADE E TUDO QUE PUDER COMPARTILHAR, para quando sentirem necessidade de ter sexo, o façam para compensar a vivência feliz, para quem consegue pensar assim, agradando a Deus.

A ciência descobriu que as mulheres falam cerca de três a quatro vezes mais palavras que os homens em seu dia a dia. Isto se deve ao fato de que a maioria dos homens tem poucas ocupações, mesmo que extenuantes, para trazer o dinheiro para o sustento dos gastos da casa. Elas têm cerca de quarenta a mais ocupações, que variam desde limpar o bumbum das crianças, até fazer as deliciosas comidas para o seu SENHOR, que é como a maioria dos homens se sente.

Bem por isto eles falam pouco, se mostram reservados nos carinhos, elogios, nas ajudas caseiras e crêem desgastados quando seu time de futebol perde a partida.

Querem tudo à mão, não querem saber de mais desgaste depois “daquele dia estafante” e aprenderam em sua maioria, com suas mães, vítimas também de um esposo dominador, que o filho homem é o rei da casa.

Até há algum tempo, isto tinha razão, pois era o filho quem sustentava os pais na velhice. Hoje caíram fora e são forçados a cuidar dos sogros pela esposa, enquanto que as filhas é quem cuidam dos pais.

Talvez por perceberem esta virada, passaram a adquirir profissões superiores, estudando bastante, para darem conta do recado e passaram a se perguntar: “Porque só os homens têm o direito ao sexo, antes do casamento?” Insatisfeitas com a situação, muitas delas, hoje em dia, buscam parceiros para as satisfazerem sexualmente, procurando entender como conseguirem mostrar ao esposo, que para obterem um sexo prazeroso é preciso amar, não apenas ter ereção.

Infelizmente muitos sofrem, por não compartilhar uma vida de casado adequada.

Conheço pessoas que se sentiram tão amadas quando solteiras, ainda que por companheiros de curta duração, que o esposo nada mais é do que o provedor de dinheiro para a “patroa” e ainda olhe lá, pois as brigas são frequentes e desgastantes.

Espero Pedro, que minha explicação o faça sentir que não cometeu nenhum erro com seu primo, pois tenho certeza de que o gesto serviu para que você pudesse saltar para o heterossexualismo, depois de um ato, que se procurar lembrar bem dele, você sentiu-se acariciado e amado por um primo, pois não relata nenhum gesto de agressividade sua ou dele, como acontece com seres humanos ao pesquisarem à fase do homossexualismo.

Só posso pensar que seu primo podia ser inseguro para tentar fazer sexo com mulheres, por ainda não estar preparado, ou tenha passado traumas que o impedissem de obter prazer na homossexualidade.

A homossexualidade como fase de desenvolvimento, pode chegar até aos dezessete anos, dependendo do tipo de criação que as pessoas recebem. Quanto mais castrante e impeditiva, mais demora a educação e as descobertas. Às vezes a mãe pode amar tanto, que os filhos ficam bloqueados sexualmente, buscando uma esposa-mãe, com a qual só busca sexo.

Viva a vida, dedique-se ao amor e busque se alegrar com o prazer que o amor pode levar, acompanhado muitas vezes por um ato sexual recompensativo.

Abraços.

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Dr. Marcio Funghi de Salles Barbosa

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