DESRESPEITO AOS DIREITOS = MÁ FORMAÇÂO DE CARÁTER
Dr. Márcio –Tenho passado em frente ao seu consultório nos fundos do Parque Infantil Dr. Hermínio Ometto - Araras - SP e vejo a placa que o Senhor colocou no alpendre, onde sugere: FAÇA A CURVA COM CUIDADO, EVITE ACIDENTES. Quero lhe confessar, que eu também já passei pela faixa de descida, quando não desciam carros, mas fiquei meditando e pensei: “Se ele que é um formador de criaturas sadias, usa seu tempo para nos ensinar a respeitar os direitos e deveres, porquê eu não os cumprirei?” Quero parabenizá-lo e aos jornais que publicaram sua instrução.
Um abraço, Feliz Natal e Um Ano Novo repleto de realizações. – VALDEMAR
Valdemar – Repito sempre, que a Faculdade e a minha especialização, a Psiquiatria, me ensinaram que devo ser um cidadão com atuações políticas corretas, sem precisar me candidatar a nenhum cargo político. Creio que meus próprios leitores já devem estar cansados de me ver falando isto, mas eu preciso acreditar que meu comportamento tem que ser maduro, produtivo e a quantidade de acidentes que ocorrem naquela esquina, me perturba bastante. São motos que se arrastam pelo asfalto, para evitarem batidas graves; são transeuntes passando por estresses, ao atingirem a faixa amarela, que divide as duas faixas de trânsito; são pessoas de idade levando raspadas, onde preciso socorrê-las; são curvas tão fechadas que para evitarem trombadas, os motoristas sobem pela calçada, quase trombando no poste e tantas outras ocorrências.
Mas o que merece ser discutido é a educação, o quanto os governos investem em informações.
Só para você ter uma idéia, um motociclista entrou fazendo a curva na contramão, leu a minha placa, estacionou na esquina e veio discutir agressivamente comigo, dizendo: “Com que direito você pensa que pode mandar em quem dirige?”
Respondi: “Boa tarde, como é mesmo o nome do Senhor?”
O troco: “Não interessa, a vontade que tenho é de encher-lhe a cara de porradas, por fazer isto!”
De novo argui: “Desculpe-me, mas o Senhor fica sempre aborrecido, quando tentam lhe tornar cidadão? Bateu muito em seus professores e parentes, quando intentaram? Imagino que vida sofrida o Senhor teve.”
Troco: “Pare com esta palhaçada de me chamar de Senhor. Senhor é a PQP!”
Eu: “Imagino como seus antepassados sofreram!...”
Troco: “Vá a m., não tenho tempo de conversar com canalhas!”
Eu: “Tenho uma solução: Torne-se mudo!”
Ele saiu bravo fazendo gestos obscenos, provando para mim quanto a humanidade anda desajustada, só se preocupando com o “quanto”, não com o “como agir”.
Coincidentemente um carro da polícia vinha passando e o interpelou, ameaçando-o pelos gestos e palavrões, indicando que era crime agir assim publicamente.
Este diálogo mostra como os dirigentes se desviam da formação dos indivíduos, valorizando os bons hábitos, que eles não aprenderam também. Só sabem sorrir, não para serem simpáticos, mas por estarem pensando quanto de propina levarão hoje.
Para terem uma idéia, tenho tentado falar em todos os telefones que podem me dar uma ajuda sobre o trânsito da esquina e de outros lugares que me deixam preocupado, com lombadas muito elevadas, rebaixamentos que fazem o carro raspar os escapamento, ruas com fingimento de tapa-buracos, quando na verdade ao lado dos remendos de asfaltos, existem rachaduras, que serão buracos em poucos dias.
Já falei com vários policiais e guardas do trânsito sobre os acidentes que verifico ao final do Parque Infantil citado e eles me respondem que não podem tomar nenhuma providência, ao que retruco: “Não quero que tomem providências corretivas, queria que vocês comunicassem aos seus superiores”. A resposta tem sido uma só: “Eles não tomam providencias se lhes contarmos”.
Resumindo: Sugiro à população que façamos placas indicativas de trânsito, façamos uma coleta de doações, para comprarmos asfalto e colocarmos “tartarugas em lugares onde não se deve fazer curvas ilegais, com solicitação “às autoridades” para que possamos tirar fotos com visualização das placas dos autos infratores. Que tal?
Não gostaria que meu texto não fosse encarado como Crítica destrutiva, ou objeto de gozação, mas sim que as autoridades percebessem a preocupação minha e dos moradores dos lugares citados, pois somos nós que passamos os sustos e atendemos aos machucados.
Será que precisaria morrer gente neste local, para sensibilizar as autoridades?
Não acho que o administrador maior tem que sair de seu local de trabalho para vigiar estas coisas relatadas, mas tenho certeza de que ele precisa nomear gente de responsabilidade para suas funções. Nada de “cupinchas” com conhecimentos “quebra-galho”.
Vou voltar, como exemplo, a um fato passado: Pedi e fui atendido pelo Senhor Prefeito, para fazer um projeto que premiasse o mais bonito jardim, o mais exótico, a melhor rua ajardinada e a melhor praça-jardim.
Isto deveria ser feito na primavera, com placas certificados e consegui a promessa de vendedores de artigos para plantios, prêmios a serem doados aos vencedores.
A primavera está no fim e não fizeram nada. Será que vão deixar para 2020?
A idéia não era apenas fazer o contentamento dos caprichosos, mas reiniciar o reflorestamento de Araras, que é pobre e que graças ao desenvolvimento e às descobertas, praticamente não temos mais as queimadas de cana. Temos 40 nascentes morrendo sem uma árvore sequer com exceção de duas.
Não poderíamos premiar também as ruas sem lixo abandonado? Ou usarem o horário da TV na Câmara, para darem dicas, onde o infrator será apontado pelos vizinhos.
Disseram-me que os entulhos não serão mais colhidos. Se for verdade, para onde vão os impostos que nos deixam em dificuldades, pela exorbitância de seus custos?
Vamos queimar, ou comprar tratores que massacrem os entulhos, transformando-os em pó, à espera que voem para os departamentos decisórios de tal atitude?
ACORDA POVO! Coloquemos os pés no chão. Nossa maior riqueza é o bom senso, não o BOM $EN$O.
______________________________
Dr. Márcio Funghi de Salles Barbosa
opinião@drmarcioconsigo.com
www.recantodasletras.com.br/autores/drmarciofunghi