A IGNORÂNCIA E OS MARAVILHADOS CALHAMBEQUEIROS BARULHENTOS.

DR. MARCIO - Moro perto de seu consultório, na Oito de Abril - Araras SP, onde está também o Parque Infantil e fico abismada com a quantidade de carros “musicados”, com volumes tão altos, que penso nos pequeninos alunos, no seu consultório, no comércio local e chego a assustar-me com o volume elevado. Isto não é proibido? Não faz mal para quem dirige e ouve tais volumes? JULIANA

JULIANA - Existe uma proibição aos altos volumes, medidos em decibéis, mas temos que pensar que nem sempre coincide uma vigilância policial que os intercepte.

Como vimos recentemente em uma reportagem, nossa guarda municipal é pequena e os “moto-baderneiros”, buscam seu caminho, na maioria das vezes passando por locais onde o tráfego facilita sua exibição.

Isto, além de nos assustar, causa tremores nas vidraças, perturbações em nosso trabalho e agitam as crianças do Parque Infantil.

Antes do comentário médico, quero lhe dizer que o Corpo de Bombeiro, as patrulhas, as ambulâncias tem o mau hábito de fazerem barulho também ao passar pelo Parque, talvez com a intenção de fazerem alegres os meninos.

O que de fato acontece é que este ruído ensurdecedor, choca-se com nosso tímpano, que vibra os ossos da audição ( estribo, martelo e bigorna) a um nível insuportavel e se for acionado por um tempo longo, causa danos irrecuperáveis, com perda de audição gradual.

Já imaginou um desses baderneiros com trinta e poucos anos, casado com uma “tontona”, que precisa gritar para que ele a ouça no dia a dia? Buscar a própria surdez é típico dos inseguros, que procuram mostrar com o seu gesto, que são os maiorais, quando sabemos que fazer isto por sentirem-se incapazes para a vida e sabem ser apenas grandes falsários.

O respeito aos outros nos mostra ser educados, admirados e não elogiados pela anarquia produzida.

Imagine só esta cena, que se repete como você sabe, pelo menos em dias alternados, muitas vezes reproduzidas no mesmo dia: estou consultando uma pessoa idosa, assustada, deprimida, com medo de não melhorar e de repente, mesmo que por segundos surge um barulho destes apavorantes.

Elas entram em desespero, necessitando que seus acompanhantes incluindo a mim, tenham que tapar-lhe os ouvidos usando as mãos, ou a toalha de rosto, tal o pânico gerado.

E para quê? Para o seu gerador mostrar que tem um carro, mesmo que seja um possante, ou um calhambeque com rádio reprodutor de altos volumes.

Fico me perguntando, se as atitudes de protestos tomadas pelas ruas irão dar resultados positivos? Será que passado algum tempo a “canalhada” não irá continuar fazendo tudo errado, a seu favor?

Eu creio que uma atitude correta, em direção ao barulho “auto-volume-exibicionista” (auto com u mesmo), poderia ser corrigido, com uma queixa assinada por dois, ou três pedestres, confirmando o barulho e que fosse encaminhada ao DETRAN, que se incumbiria de multar o proprietário, com multa bem alta.

Perceba que em empresas onde o barulho das máquinas é alto, a lei obriga a utilização de protetores auriculares, alguns com sons de música baixa, que aliás é outra auto-agressão produzida por rádios e reprodutores de músicas bem altos, que infelizmente vão levar aos seus portadores ignorantes, a uma surdez precoce, muitas vezes agindo assim, para fingirem que são machos, potentes, produtores de admiração, quando na verdade, só demonstram exibicionismo, nunca capacidade de serem gente.

Destaco que não estou me referindo às pessoas que tem homo-afinidade. Estas sabem o que querem, são dóceis, positivos, procuram ajudar a sociedade, ajudando os que necessitam.

“Machões” ainda não se definiram e procuram com seus gestos camuflarem suas dúvidas.

Devo confessar que tenho ojeriza por religiões que pregam a masculinidade, sendo que conheço muitos que se escondem, por serem homo-sexuais (considero este texto ofensivo aos duvidosos) e terem amantes menores de idade (pedofilia mesmo), que muitos vezes são instigados a serem másculos, para satisfazerem os falsos pregadores, como tenho notícias de pais que descobriram os filhos ganhando trocados, para fazerem sexo com estas “otoridades pregatícias” de falsidades, pois não creem no que falam, exceto para ganhar adeptos, que pagam seus gastos, luxos e covardias com a pedofilia.

Sei que muitos leitores conhecem casos assim, mas preferem calar-se, com medo de alguma praga “divina”.

Entenda Juliana, que estou estendendo o assunto propositadamente, pois me sinto injuriado quando vejo aberrações prejudiciais aos seres humanos e como já disse, todo médico tem o dever de ser um agente de mudança,

ao perceber queixas de pessoas insatisfeitas com seu modo de vida; nunca entretanto, traçando modos de vida que configurem o indivíduo num comportamento que não lhe diz respeito, mas que seja um construtor de uma civilização sadia.

Afinal, quantos anos tem a humanidade? Como está reagindo? Crendo que pode roubar e fazer barulho excessivo, subjugar seus submissos, arrecadar propinas, ganhando dinheiro nas costas de amigos e parentes políticos?

Sei que trarei estas tristezas comigo e que talvez nunca verei desaparecerem, mas me dedico a ajudar e se preciso for denunciar. Tenho falhas, mas procuro corrigi-las.

Ouço conselhos úteis de leitores e amigos. Devo muito a todos eles e me alegro em saber que compartilham da necessidade de termos uma vida saudável, correta, geradora de mais paz e alegria sem prejuizos.

Faço uma sugestão ao assunto inicial: porque não mandamos mensagens às autoridades judiciais, para que seja permitida a denúncia de infratores sonoros, desde que acompanhada de nomes e endereços dos denunciantes.

Se tal situação pode achar muitos caminhos desviantes, porque não conseguirmos um despacho municipal para acabarmos com tal infração ruidosa.

De todos nós é esperada uma atitude organizadora. Porque não a tomamos? Somos covardes, medrosos, complacentes com a cretinice reinante?

Garanto que não sou!

Juliana, obrigado pela colocação do assunto, que me permitiu uma descarga psíquica maravilhosa.

Vamos trabalhar!

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Dr. Marcio Funghi de Salles Barbosa

E-mail: drmarcioconsigo@uol.com.br

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