Regina Mello
A entrevista: Regina Mello, mulher em perene ebulição.
Mora em Belo Horizonte ,capital de Minas Gerais,Brasil-e faz "um trem "de coisas, mineira/mente...
1)Desde que época vc se dedica às artes?E á divulgação cultural?poesia, escreve sempre?Quando começou a perceber o universo poético-artístico dentro de vc?
2)A Arte e a Poesia se coadunam em seu entender?De que forma?Qual g~enero artítico mais lhe abre as portas?Do qual gosta mais?
3)Você gosta de se envolver com projetos de que forma?É mais cansativo ou mais gratificante?
4)O projeto ORIGINAL surgiu de que idéias e objetivos?os dois primeiros deram que tipo de feed back?
5)A mostra sobre sua mãe, Francisca, brotou de quais motivações?Onde está acontecendo?Até quando?Em que horários?
6)Sua mãe ser estilista ,envolvida com a arte de vestir ,teve alguma influência em seus próprios metiers/
7)Vc gostaria de falar sobre o MUNAP e suas possibilidades?
8)Como vc se diverte?
9)Qual o feed back sobre a mostra?
10)Até onde vc é filha de sua mãe em relação ao senso estético?Em que se parecem?Onde são doferentes?
11)Se pudesse, gostaria de fazer mais o que?Tem algum projeto novo ou mais antigos a realizar?
12)Quem é vc,em se tratando de filosofia de vida, modo de ser, temperamento, etc?
13)Deixe um recado ;
Clevane
As respostas da poeta, artista, e tudo mais:
1- As cordas do bandolim de minha tia Maria Celina, ainda na primeira infância, tocaram-me profundamente e conduziram-me para o mundo mágico das artes. Cordas tremendo e produzindo som impressionava a menina observadora e atenta que sempre pedia bis. As mãos da tia eram ágeis, sempre delicadas e mágicas como as formas orgânicas do bambolim intocável para a menina. A música estava no ar e é sem sombra de dúvida a mãe da minha arte. Sensibilizada, comovida e conduzida pela música a menina observa o mundo com um olhar próprio de quem quer criar, comunicar e sonhar. Inventar, inventar era tudo que eu queria fazer, eram desenhos, teatro, música, escultura, dança, performance, poesia, todas as formas de expressão da arte. Sempre observadora, determinada e antenada, convencia a todos do que queria. Aos 8 anos trabalhei no Natal na loja do meu tio Gilberto em Itaúna, fazendo os pacotes de presente, minhas primeiras esculturas. Lembro-me que ninguém sabia como embrulhar uma bola, eu, rapidamente fiz um lindo pacote e fizeram fila para embrulhar com a menina. As imagens dos docinhos de aniversário – de diversas formas – ainda estão gravadas na minha memória, pequenos legumes, frutas, flores... A arte de modelar, de esculpir... A poesia brotou naturalmente aos dez anos quando minha mãe assustou-se pensando que eu estava apaixonada, namorando e brigou muito comigo. Sim, eu estava mesmo amando, mas era uma paixão pelo mundo. Confesso que fiquei um tempo em conflito com a reação dela, mas logo a poesia gritou mais alto e brotou forte, florescendo em todos os meus dias. É este amor altruísta que vem conduzindo meu trabalho, minha vida. Motivo de sempre preferir trabalhos em grupo, divulgando, abrindo portas, abrindo caminhos...
2- Sim, arte é poesia e coadunam sempre! Costumo dizer que a poesia é a mãe de todas as artes! É conceito, movimento, volume, sonho... Poesia é expressão, comunicação, linguagem. A arte conceitual para mim é o “gênero” mas amplo, atual e completo. Um estilo que permite mais reflexão, discussão e criatividade, onde a arte e a poesia caminham de mãos dadas. A arte conceitual pede síntese e isto é comigo mesma!
3- Na verdade eu adoro produção, contatos, solucionar problemas; sempre encontro uma solução criativa, o que é muito gratificante.
4- A idéia de realizar o Original – livro de artistas foi com o objetivo de divulgar as artes entre os artistas e público no Brasil e exterior. Existem inúmeros artistas em nosso país que não têm a chance, si quer, de mostrar seus trabalhos em outros estados. O Original cria a possibilidade de realizar exposições pelo país e fora, colocar os trabalhos em acervos de importantes instituições a nível nacional e internacional. O primeiro exemplar do Original integra o acervo do Mozart Haus em Viena – Áustria e o acervo da Fundação Clóvis Salgado. O segundo tem lançamento e exposição marcada em Maceió – Alagoas para o dia 25/04/2007, juntamente com o primeiro. E integrará ao acervo do MISA - Museu de Imagem e Som de Alagoas. Este projeto possibilita também registrar a produção artística brasileira do nosso tempo, resguardar o patrimônio e a memória de um grupo artístico que mesmo distantes coadunam com as mesmas idéias.
5- A mostra em homenagem a Francisca Maia, minha mãe, brotou do desejo de salvá-la, de tirá-la do obscuro... Há meses morando com ela, cuidando, observando, pesquisando e analisando os mistérios da mente, senti o desejo de homenageá-la , de dizer-lhe o quanto ela é importante, não so para mim, mas para todo o mundo. Dizer-lhe que sua profissão, que sua arte são valiosas... tarde demais... lamento... Ela esteve presente na abertura da mostra com muito gosto, por um ou outro instante. Logo se cansou e manteve-se em seu mundo, distante, paralelo, escuro, confuso... Na mostra estão registrados sentimentos que tenho convivido da melhor maneira que posso. Costuras, linhas, cortes e recortes se perdem no tempo, esvaem-se, escondem-se. Tudo com muito amor, leveza e dedicação. A exposição continua até o dia 21 de abril, sempre de 8 as 19 horas. O local é: Hall Cultural da Prefeitura de BH – Regional Nordeste na Av. Cristiano Machado, 820 entrada pela rampa Bairro Sagrada Familia BH
6- A criatividade de minha mãe sempre impressionou-me bastante, ela criou os mais belos vestidos de alta costura, tudo era possível para ela. Aprendi coragem observando minha mãe com a tesoura na mão cortando com determinação os mais raros e lindos tecidos. Costurando, ela dava vida e forma aos tecidos planos e retos. Uma escultura após a outra.
7- Sim, quero muito falar do Munap – Museu Nacional da Poesia, meu maior sonho, que aos poucos torna-se realidade. A idéia de um museu é antiga em mim, talvez tenha nascido comigo. Em maio de 2007 o Munap participará pela segunda vez consecutiva da Semana Nacional de Museus de 14 a 20 de maio comemorando no dia 18 o Dia Internacional de Museus. Uma série de eventos estão sendo preparados: Oficinas poéticas, encontro de poetas, performances, concurso, sarau e mais... Todos são convidados a se associar ao MUNAP, nosso e-mai.l munapbr@yahoo.com.br
8- Como eu me divirto? Acho que divirto pouco! Mas adoro um bom filme, uma boa conversa com os amigos, conhecer pessoas, ler, dançar e caminhar pelas montanhas.
9- As pessoas têm elogiado muito dizendo que foi uma grande idéia prestar uma homenagem a mãe ainda viva, que a mostra é delicada e sensível. Mas o mais gratificante e interessante são as conversas das pessoas lembrando das avós, das mães que sempre costuraram e nunca tiveram reconhecimento. Que esta homenagem se estenda a todas as mulheres que dedicaram suas vidas a artes de vestir.
10- Sou filha da minha mãe na espacialização, no tridimensional e na criatividade. Observando minha mãe treinei meu olhar e desenvolvi minha criatividade.
11- Se pudesse devolveria a lucidez a minha mãe. Quanto aos projetos, tenho muitos em andamento: O Munap, o Circuito Mina de Arte, 1ª. Maratona de Fotografia de BH, o Original, uma exposição semi individual para Curitiba marcada para 5 de setembro e um monte de sonhos nas gavetas...
12- Sou uma mulher feliz, da paz, do amor, da natureza! Tenho dois grandes filhos, maravilhosos, Tulio 25 e Gabriel 22. Acredito na arte, na vida, acredito no perfume das flores... Procuro respeitar a tudo e a todos. Tenho uma dificuldade enorme de lidar com as drogas, todas, lícitas e ilícitas. Minhas relíquias são as amizades, sou otimista, imprevisível de misteriosa.
13- Sinto, logo existo!
A entrevista: Regina Mello, mulher em perene ebulição.
Mora em Belo Horizonte ,capital de Minas Gerais,Brasil-e faz "um trem "de coisas, mineira/mente...
1)Desde que época vc se dedica às artes?E á divulgação cultural?poesia, escreve sempre?Quando começou a perceber o universo poético-artístico dentro de vc?
2)A Arte e a Poesia se coadunam em seu entender?De que forma?Qual g~enero artítico mais lhe abre as portas?Do qual gosta mais?
3)Você gosta de se envolver com projetos de que forma?É mais cansativo ou mais gratificante?
4)O projeto ORIGINAL surgiu de que idéias e objetivos?os dois primeiros deram que tipo de feed back?
5)A mostra sobre sua mãe, Francisca, brotou de quais motivações?Onde está acontecendo?Até quando?Em que horários?
6)Sua mãe ser estilista ,envolvida com a arte de vestir ,teve alguma influência em seus próprios metiers/
7)Vc gostaria de falar sobre o MUNAP e suas possibilidades?
8)Como vc se diverte?
9)Qual o feed back sobre a mostra?
10)Até onde vc é filha de sua mãe em relação ao senso estético?Em que se parecem?Onde são doferentes?
11)Se pudesse, gostaria de fazer mais o que?Tem algum projeto novo ou mais antigos a realizar?
12)Quem é vc,em se tratando de filosofia de vida, modo de ser, temperamento, etc?
13)Deixe um recado ;
Clevane
As respostas da poeta, artista, e tudo mais:
1- As cordas do bandolim de minha tia Maria Celina, ainda na primeira infância, tocaram-me profundamente e conduziram-me para o mundo mágico das artes. Cordas tremendo e produzindo som impressionava a menina observadora e atenta que sempre pedia bis. As mãos da tia eram ágeis, sempre delicadas e mágicas como as formas orgânicas do bambolim intocável para a menina. A música estava no ar e é sem sombra de dúvida a mãe da minha arte. Sensibilizada, comovida e conduzida pela música a menina observa o mundo com um olhar próprio de quem quer criar, comunicar e sonhar. Inventar, inventar era tudo que eu queria fazer, eram desenhos, teatro, música, escultura, dança, performance, poesia, todas as formas de expressão da arte. Sempre observadora, determinada e antenada, convencia a todos do que queria. Aos 8 anos trabalhei no Natal na loja do meu tio Gilberto em Itaúna, fazendo os pacotes de presente, minhas primeiras esculturas. Lembro-me que ninguém sabia como embrulhar uma bola, eu, rapidamente fiz um lindo pacote e fizeram fila para embrulhar com a menina. As imagens dos docinhos de aniversário – de diversas formas – ainda estão gravadas na minha memória, pequenos legumes, frutas, flores... A arte de modelar, de esculpir... A poesia brotou naturalmente aos dez anos quando minha mãe assustou-se pensando que eu estava apaixonada, namorando e brigou muito comigo. Sim, eu estava mesmo amando, mas era uma paixão pelo mundo. Confesso que fiquei um tempo em conflito com a reação dela, mas logo a poesia gritou mais alto e brotou forte, florescendo em todos os meus dias. É este amor altruísta que vem conduzindo meu trabalho, minha vida. Motivo de sempre preferir trabalhos em grupo, divulgando, abrindo portas, abrindo caminhos...
2- Sim, arte é poesia e coadunam sempre! Costumo dizer que a poesia é a mãe de todas as artes! É conceito, movimento, volume, sonho... Poesia é expressão, comunicação, linguagem. A arte conceitual para mim é o “gênero” mas amplo, atual e completo. Um estilo que permite mais reflexão, discussão e criatividade, onde a arte e a poesia caminham de mãos dadas. A arte conceitual pede síntese e isto é comigo mesma!
3- Na verdade eu adoro produção, contatos, solucionar problemas; sempre encontro uma solução criativa, o que é muito gratificante.
4- A idéia de realizar o Original – livro de artistas foi com o objetivo de divulgar as artes entre os artistas e público no Brasil e exterior. Existem inúmeros artistas em nosso país que não têm a chance, si quer, de mostrar seus trabalhos em outros estados. O Original cria a possibilidade de realizar exposições pelo país e fora, colocar os trabalhos em acervos de importantes instituições a nível nacional e internacional. O primeiro exemplar do Original integra o acervo do Mozart Haus em Viena – Áustria e o acervo da Fundação Clóvis Salgado. O segundo tem lançamento e exposição marcada em Maceió – Alagoas para o dia 25/04/2007, juntamente com o primeiro. E integrará ao acervo do MISA - Museu de Imagem e Som de Alagoas. Este projeto possibilita também registrar a produção artística brasileira do nosso tempo, resguardar o patrimônio e a memória de um grupo artístico que mesmo distantes coadunam com as mesmas idéias.
5- A mostra em homenagem a Francisca Maia, minha mãe, brotou do desejo de salvá-la, de tirá-la do obscuro... Há meses morando com ela, cuidando, observando, pesquisando e analisando os mistérios da mente, senti o desejo de homenageá-la , de dizer-lhe o quanto ela é importante, não so para mim, mas para todo o mundo. Dizer-lhe que sua profissão, que sua arte são valiosas... tarde demais... lamento... Ela esteve presente na abertura da mostra com muito gosto, por um ou outro instante. Logo se cansou e manteve-se em seu mundo, distante, paralelo, escuro, confuso... Na mostra estão registrados sentimentos que tenho convivido da melhor maneira que posso. Costuras, linhas, cortes e recortes se perdem no tempo, esvaem-se, escondem-se. Tudo com muito amor, leveza e dedicação. A exposição continua até o dia 21 de abril, sempre de 8 as 19 horas. O local é: Hall Cultural da Prefeitura de BH – Regional Nordeste na Av. Cristiano Machado, 820 entrada pela rampa Bairro Sagrada Familia BH
6- A criatividade de minha mãe sempre impressionou-me bastante, ela criou os mais belos vestidos de alta costura, tudo era possível para ela. Aprendi coragem observando minha mãe com a tesoura na mão cortando com determinação os mais raros e lindos tecidos. Costurando, ela dava vida e forma aos tecidos planos e retos. Uma escultura após a outra.
7- Sim, quero muito falar do Munap – Museu Nacional da Poesia, meu maior sonho, que aos poucos torna-se realidade. A idéia de um museu é antiga em mim, talvez tenha nascido comigo. Em maio de 2007 o Munap participará pela segunda vez consecutiva da Semana Nacional de Museus de 14 a 20 de maio comemorando no dia 18 o Dia Internacional de Museus. Uma série de eventos estão sendo preparados: Oficinas poéticas, encontro de poetas, performances, concurso, sarau e mais... Todos são convidados a se associar ao MUNAP, nosso e-mai.l munapbr@yahoo.com.br
8- Como eu me divirto? Acho que divirto pouco! Mas adoro um bom filme, uma boa conversa com os amigos, conhecer pessoas, ler, dançar e caminhar pelas montanhas.
9- As pessoas têm elogiado muito dizendo que foi uma grande idéia prestar uma homenagem a mãe ainda viva, que a mostra é delicada e sensível. Mas o mais gratificante e interessante são as conversas das pessoas lembrando das avós, das mães que sempre costuraram e nunca tiveram reconhecimento. Que esta homenagem se estenda a todas as mulheres que dedicaram suas vidas a artes de vestir.
10- Sou filha da minha mãe na espacialização, no tridimensional e na criatividade. Observando minha mãe treinei meu olhar e desenvolvi minha criatividade.
11- Se pudesse devolveria a lucidez a minha mãe. Quanto aos projetos, tenho muitos em andamento: O Munap, o Circuito Mina de Arte, 1ª. Maratona de Fotografia de BH, o Original, uma exposição semi individual para Curitiba marcada para 5 de setembro e um monte de sonhos nas gavetas...
12- Sou uma mulher feliz, da paz, do amor, da natureza! Tenho dois grandes filhos, maravilhosos, Tulio 25 e Gabriel 22. Acredito na arte, na vida, acredito no perfume das flores... Procuro respeitar a tudo e a todos. Tenho uma dificuldade enorme de lidar com as drogas, todas, lícitas e ilícitas. Minhas relíquias são as amizades, sou otimista, imprevisível de misteriosa.
13- Sinto, logo existo!